terça-feira, 18 de julho de 2023

EVANGELHO DO DIA 18 DE JULHO

Evangelho segundo São Mateus 11,20-24. 
Naquele tempo, começou Jesus a censurar duramente as cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem arrependido: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás exaltada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Porque se em Sodoma se tivessem realizado os milagres que em ti se realizaram, ela teria permanecido até hoje. Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para a terra de Sodoma do que para ti». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Gregório Magno (540-604) 
Papa, doutor da Igreja 
Livro XIII 
Uma advertência por zelo de amor 
«E quisera Deus que a vossa alma estivesse no lugar da minha! Também eu vos consolaria com as minhas palavras e levantaria a cabeça sobre vós. A minha boca fortalecer-vos-ia e eu moveria os lábios para vos poupar» (Job 16,5-6).
Por vezes, perante espíritos injustos que não se deixam reorientar pela pregação dos homens, é necessário desejar-lhes, com toda a bondade, as pragas de Deus. Porque, quando chegamos a isso pelo zelo de um grande amor, não é certamente um castigo que pedimos para os transviados, mas uma advertência; o que assim exprimimos não é uma maldição, mas uma oração. Note-se que Job não diz: «E quisera Deus que a minha alma estivesse no lugar da vossa!»; pois, se quisesse ser como eles, estaria a amaldiçoar-se a si próprio. O que ele queria era a elevação daqueles a quem tinha desejado um destino semelhante ao seu. Ora, nós consolamos os espíritos injustos no meio da sua flagelação quando lhes fazemos ver que os golpes exteriores reforçam a sua salvação interior; levantamos a cabeça quando orientamos o seu espírito, que é a parte mestra do nosso ser,para a compaixão; e fortalecemo-los quando sublinhamos a violência da sua dor com a suavidade das nossas palavras. De facto, há homens que, por estarem fechados à vida interior, se veem abatidos até ao desespero pelos golpes do mundo exterior, o que leva o salmista a dizer: «Não resistirão à desgraça» (Sl 139,11); porque só aquele que vai buscar a alegria à sua esperança interior é capaz de resistir aos males exteriores.

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