segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

REFLETINDO A PALAVRA - “Mestre, onde moras?”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Encontramos o Messias
 
Iniciamos o Tempo Comum. Na passagem do Tempo do Natal para o Comum, temos a celebração deste segundo domingo que faz parte da Manifestação do Natal. Este aspecto não é salientado. O evangelho do domingo é de João e não dos sinóticos. Estamos ainda no acolhimento da Manifestação de Senhor. Contemplamos os pastores que vieram e se foram, assim como também os Magos. No Batismo, Jesus é ungido e vai para o deserto. Na Manifestação aos discípulos, apresentados por João ou em Caná, nós temos o acolhimento dos discípulos à pessoa de Jesus. Exclamam: “Encontramos o Messias” (Jo 1,41). Inicia-se a concretização da fé numa comunidade de acolhimento e anúncio: “André... foi encontrar seu irmão Simão... e o conduziu a Jesus” (Jo 1,41-42). Iniciamos o ano pela vocação dos primeiros e exemplificada pela vocação de Samuel. Deus se mostra em Jesus e pede uma resposta de aceitação de fé. Samuel e os discípulos partem do desconhecido. “Mestre, onde moras?”, dizem André e o outro discípulo. Samuel diz, ao ouvir seu nome pela terceira vez: “Fala, Senhor que teu servo escuta” (1Sm 3,10). Para que se ouça o chamado como manifestação de Deus, exige-se uma experiência do Senhor: “’Mestre, aonde moras?’ – ‘Vinde e vede’”! Respondeu Jesus. Eles permaneceram com Ele aquele dia. Eram 4 horas da tarde”(Jo 1,38-39). Por que João diz Cordeiro de Deus? No batismo Ele o identifica com o Servo amado anunciado por Isaias (Is 42,1): “Tu és meu Filho amado” (Mc 1,11). A palavra filho, no caso, é a mesma que servo (παίς). Os discípulos acolhem-no como Messias, o prometido, a partir de um conhecimento pessoal. Em uma resposta nossa, para ter a fé, é preciso esse conhecimento pessoal de Cristo e acolhimento de seu chamado. 
Venho fazer vossa vontade 
Cristo chama os discípulos. Deus chama Samuel. A submissão ao chamado da Palavra é a obediência à vontade de Deus. O salmo faz uma bela leitura orante do chamado e do acolhimento obediente: “Sacrifício e oblação não quisestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos... Então eu vos disse: ‘Eis que venho!’ Sobre está escrito no livro: ‘Com prazer faço vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!’” (Sl 39). A vontade de Deus é a voz do Espírito que sempre ecoa em Jesus: “Não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 5,30). Fazer a vontade de Deus é reconhecer a presença do Espírito em nós e viver a moralidade dos ressuscitados: “Vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que mora em vós e que vos é dado por Deus” (1Cor 6,19). Podemos falar como Samuel: “Fala, Senhor, que teu servo escuta” (1Sm 3,9). 
Terra fértil 
Os discípulos deixaram João Batista e seguiram Jesus. Samuel ouviu o chamado três vezes e levantou-se para responder. Simão, que significa dócil ao chamado de Deus, é apresentado a Jesus que lhe muda o nome para Pedro, com uma missão nova. De Samuel se diz: “Não deixava cair por terra nenhuma de suas palavras” (1Sm 3,19). A resposta ao chamado de Deus se dará no concreto da vida. Nosso agir se baseia na presença do Espírito em nós. A Eucaristia é o momento fundamental da escuta da Palavra e da experiência de Cristo que nos faz anunciadores: “Encontramos o Messias”.
Leituras: 1 Samuel 3,3b-10.19; Salmo 39; 
1 Coríntios 6,13c-15ª.17-20; João 1,35-42 
1. No segundo domingo do Tempo Comum temos ainda um aspecto importante da Manifestação do Senhor, do Tempo do Natal. Ele se manifesta aos discípulos que acolhem e anunciam. É diferente das manifestações anteriores. Iniciamos o Tempo Comum pela vocação dos discípulos. Respondem à Palavra do Senhor, como os dois primeiros discípulos e Samuel. João apresentou Jesus como o Cordeiro de Deus, o mesmo que Servo e Filho. Os discípulos acolhem-no como o Messias, a partir de um conhecimento pessoal. 2. A submissão ao chamado da Palavra é obediência à vontade de Deus. A vontade de Deus é a voz do Espírito que ecoa em Jesus: “Não procuro minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 5,30). Fazer a vontade de Deus é reconhecer a presença do Espírito em nós e viver a moralidade dos ressuscitados: “Vosso corpo é Santuário do Espírito Santo”. 3. Os discípulos e Samuel ouviram e responderam ao chamado. Simão acolhe e recebe um nome novo, com uma missão nova. Samuel não deixava cair por terra nenhuma palavra do Senhor. A resposta se dá no concreto da vida. Nosso agir se funda na presença do Espírito em nós. A Eucaristia é momento da escuta e da experiência de Cristo que nos faz anunciadores. 
Curiosidade que não mata 
O Pai continua apresentando seu Filho à sociedade. No evangelho deste domingo Jesus é apresentado aos discípulos. João Batista mostra Jesus a seus dois discípulos. Eles O seguem. De sopetão Jesus pergunta: 
- O que querem? 
– Onde moras? Perguntam. 
- Venham e vejam! 
Foram, ficaram, jantaram, dormiram... Legal. Para nunca mais esquecer. A experiência de Jesus é a base do anúncio. Sem isso não funciona. Eles apresentam Pedro a Jesus. De cara o faz pedra no meio do caminho. Mudou o nome: Simão, tu te chamarás Cefas, que quer dizer Pedra. Não de tropeço, mas de suporte da fé. Deus nos aceita, antes de nos provar. 
Homilia do 2º Domingo do Tempo Comum(18.01.2009)

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