que não só dela vivia como
com ela provia uma grande quantidade de famílias,
e até cidades inteiras.
João Esmoler (Joannis Eleemosynarius, John the Almsgiver ou John the Almoner), também conhecido como João Misericordioso (Joannis Misericors ou John the Merciful), João de Alexandria (John of Alexandria), João o Capelão (John the Chaplain) ou ainda João de Jerusalém (Joannis Hierosolymitani) tem sua imagem representada por um bispo dando esmolas a um homem aleijado ou a uma pessoa pobre.
São João Esmoler, Esmoleiro ou de Jerusalém.
São João Esmoler também foi canonizado no período “pré-congregação”.
Apesar dos gregos adotarem 12 de novembro, o dia oficial da comemoração em seu nome é 23 de janeiro segundo o Martirológio Romano que diz: “23 Januarii […]Alexandriae sancti Joannis Eleemosynarii, ejusdem urbis Episcopi, misericordia in pauperes celeberrimi.”, traduzindo para o português “23 de janeiro. São João Esmoler de Alexandria, bispo daquela cidade, por sua compaixão para com os pobres.”.
João nasceu em Amathus na Ilha de Chipre em 550 d.C., e ali também faleceu no ano de 616. Ele era filho de Epiphanius, governador de Chipre e portanto era de descendência nobre. No começo de sua história, foi casado e teve um filho, porém sua esposa e filho faleceram, motivo pelo qual ele ingressou na vida religiosa.
Com a morte do patriarca Theodorus, os alexandrinos suplicaram ao Imperador Phocas para que nomeasse João como seu sucessor. Em sua juventude, João teve a visão de uma linda donzela com uma guirlanda de olivas na cabeça, que vinha até ele e se apresentava com o nome de Caridade e se dizia a filha mais velha do Grande Rei (Deus). Esta visão certamente causou uma profunda impressão na mente de João, e agora como patriarca de Alexandria ele poderia exercitar a benevolência em larga escala e logo se tornou conhecido em todo o Oriente pela sua maravilhosa compaixão pelos pobres.
Um dos primeiros passos dado por ele, foi elaborar uma lista de milhares de pessoas carentes as quais ele tomou sob seus cuidados especiais. João sempre se referia aos pobres como seus “Senhores e Mestres”, pois estes possuíam enorme e poderosa influência no Tribunal de Justiça do Altíssimo. Ele ajudava pessoas de todas as classes que se encontravam em necessidade. Diz-se que certa vez um homem se aproximou do palácio para receber esmolas, mas os funcionários de João detectaram que ele não precisava da ajuda de fato, João apenas disse para que dessem a ele a esmola pois ele poderia ser Deus disfarçado para testá-los.
João visitava os hospitais três vezes por semana e libertou grande quantidade de escravos. Foi um reformador que atacou a simonia, a heresia e batalhou por melhorias na educação religiosa. Reorganizou o sistema de pesos e medidas em prol dos pobres, e acabou com qualquer chance de corrupção entre seus funcionários abolindo a possibilidade do recebimento de “presentes” (subornos). Ele ainda aumentou o número de igrejas de Alexandria de sete para setenta.
Quando os persas saquearam Jerusalém em 614, João enviou grandes quantidades de comida, vinho e dinheiro para os cristãos que de lá fugiam. Entretanto, os mesmos persas invadiram Alexandria e João já na sua velhice foi forçado a voltar para Amathus na ilha de Chipre, onde morreu em 616.
Após a sua morte, em reconhecimento ao seu desprendimento material e amor incondicional, foi canonizado com o nome São João Esmoleiro (também conhecido como São João de Jerusalém).
Seu corpo foi levado para Constantinopla, seguindo depois para Ofen pelo Rei Matthias Corvinus da Hungria, depois em 1530 foi para Toll, e finalmente seus restos e relíquias foram em 1632 para a catedral de Pressburg (atualmente Catedral de São Martin, em Bratislava, capital da Eslováquia).
São João Esmoler foi homenageado ao ser adotado como patrono por uma das mais antigas, famosas e influentes ordens religiosas e militares: a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários, também chamada Ordem de São João de Jerusalém ou ainda Ordem de Malta (oficialmente Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rhodes e de Malta), que foi criada em Jerusalém no ano de 1099 como uma casa religiosa (que depois evoluiu para um hospital e seu membros para monges-militares) que abrigasse e cuidasse dos peregrinos que vinham para a Cidade Santa. A Ordem existe até hoje, mas sem características militares, e sim como uma entidade católica e filantrópica.
Alguns autores dizem ter sido São João de Jerusalém fundador da Ordem dos Cavaleiros Hospitalários, o que é absurdo pois tal feito seria impossível haja vista a diferença de 483 anos entre a criação desta e a morte daquele.
João é também patrono da comuna de Casarano na Itália, país onde existem também algumas de suas relíquias, mais precisamente em Veneza na igreja de San Giovanni l’Elemosiniere (São João Esmoler).
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