Segundo as notícias mais antigas sobre estas duas santas, do século XIII, Liberata e Faustina foram duas irmãs de nobre origem, nascidas em território de Piacenza, em Rocca d’Olgisio, nos primeiros anos do século V. O pai, Giovannato, nobre do Val di Taro, era dono de uma mansão importante ao lado do vale Tidone, que ainda hoje existe.
As duas irmãs perderam a mãe muito cedo e foram confiadas a um tutor de nome Marcelo. O pai, não tendo mais filhos, queria que suas filhas encontrassem um casamento digno e nobre. Mas as filhas estavam dispostas a seguir outro tipo de vida, o da contemplação e da oração, ao serviço de Deus. O pai não queria permitir este desejo de consagração a Deus e as filhas para realizá-lo tiveram de fugir de casa.
Elas se abrigaram em Como, onde receberam o véu (sinal de sua consagração a Deus) das mãos do Bispo Agripino. Adotaram a Regra de São Bento, que naqueles anos começava a se expandir; fundaram um mosteiro dedicado a Santa Margarida, com capela adjacente dedicada a São João Batista, mosteiro que foi vital por mais de um milênio e mais tarde suprimido, em 1810, por ordem de Napoleão, quando ainda havia dez monjas presentes.
Não há dados precisos sobre as datas das respectivas mortes das irmãs, mas talvez tenham falecido a pouca distância de alguns anos uma da outra, no século VI. As duas irmãs foram enterradas no complexo monástico perto de Como.
Em 1618, uma parte das relíquias foi doada à Piacenza, cidade de origem das santas, e atualmente são preservadas na Igreja de Santa Eufêmia. As duas irmãs, Liberata e Faustina, são celebradas como santas virgens no novo Martirológio Romano da Igreja Católica, no dia 19 de janeiro.
A tradição fala de uma intervenção milagrosa de Liberata que salvou uma nobre da região. Ela havia sido condenada por seu marido com o suplício da cruz. Liberata salvou a pobre mulher que estava morrendo, curando-lhe as lesões terríveis.
Em Val Camonica há a legenda que vê as Santas Faustina e Liberata vivendo como penitentes em uma caverna na região em Capo di Ponte. Elas milagrosamente intervieram segurando com as mãos duas pedras que ameaçavam a vila. Ainda hoje, perto da igreja dedicada a elas, podemos ver duas pedras enormes que ostentam a impressão de mãos e ainda são veneradas pela população local.
Liberata muitas vezes é representada com sua irmã, em hábito beneditino, segurando um lírio símbolo da virgindade; mas a imagem que talvez seja a mais difundida é aquela em que vemos Liberata tendo nos braços dois bebês, como padroeira contra os perigos do parto e a mortalidade infantil.
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