Evangelho segundo São Mateus 23,13-22.
Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque fechais aos homens o Reino dos Céus: vós não entrais nem deixais entrar os que o desejam.
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque devorais as casas das viúvas, com o pretexto de prolongadas orações. Por isso, sereis mais rigorosamente julgados.
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque dais volta ao mar e à Terra para fazerdes um convertido, mas, tendo-o conseguido, fazeis dele um merecedor da Geena, duas vezes mais do que vós.
Ai de vós, guias cegos, que dizeis: "Quem jurar pelo santuário a nada se obriga; mas quem jurar pelo ouro do santuário tem de cumprir".
Insensatos e cegos! Que vale mais: o ouro ou o santuário que santifica o ouro?
Dizeis também: "Quem jurar pelo altar a nada se obriga; mas quem jurar pela oferenda que está sobre o altar tem de cumprir".
Cegos! Que vale mais: a oferenda ou o altar que santifica a oferenda?
Na verdade, quem jura pelo altar, jura por tudo o que está sobre ele.
E quem jura pelo Santuário, jura por ele e por Aquele que o habita.
E quem jura pelo Céu, jura pelo trono de Deus e por Aquele que nele está sentado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Hipona(norte de África),
doutor da Igreja
Confissões, VII, 10
Cristo chama-nos a ver a luz
que brilha sobre nós
Aconselhado pelas minhas leituras a debruçar-me sobre mim mesmo, entrei no fundo do meu coração, conduzido por Ti. Pude fazê-lo porque Tu és o meu apoio. Entrei em mim e vi, não sei com que olhos, mais alta do que o meu pensamento, uma luz imutável. Não era a luz habitual que os olhos do corpo apreendem, nem sequer uma luz do mesmo tipo mas mais poderosa, mais brilhante, que enchesse tudo com a sua imensidade. Não, não era isso, era uma luz diferente, muito diferente de tudo isso.
Também não estava acima do meu pensamento como o azeite fica por cima da água, ou como o céu se estende por cima da Terra. Estava acima porque foi ela que me criou, e eu por baixo porque sou obra sua. Para a conhecer, é preciso conhecer a verdade; e aquele que a conhece, conhece a eternidade; é a caridade que a conhece. Ó eterna verdade, verdadeira caridade, querida eternidade! Tu és o meu Deus, por Ti suspiro dia e noite.
Quando comecei a conhecer-Te, elevaste-me a Ti para me mostrares que me faltava compreender muitas coisas e era ainda incapaz de o fazer. Fizeste-me ver a fraqueza do meu olhar, lançando sobre mim o teu esplendor, e eu estremeci de amor e de espanto. Descobri que estava longe de Ti, na região da dissemelhança, e a tua voz vinha a mim como que das alturas: «Eu sou o pão dos fortes; cresce e comer-Me-ás. E não serás tu que Me transformarás em ti, como acontece com o alimento do corpo, mas tu é que serás transformado em Mim».
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