A reflexão do Papa Francisco sobre S. José busca no Pai do Céu, a reflexão sobre esse pai que foi dado ao Filho de Deus que Se fez homem. Não podemos conhecer a relação íntima entre o Pai e o Filho na Trindade. Conhecemos a ternura de Deus a partir da Escritura quando narra seu relacionamento com povo. O Papa diz que Deus foi para Israel como um pai que ensinou andar, citando Oseias: “Como o Senhor fez com Israel, assim ele ensinou Jesus a andar, segurando-O pela mão: era para ele como o pai que levanta o filho até seu rosto, inclinava-se para Ele a fim de lhe dar de comer” (Os 11,3-4). Jesus viu a ternura de Deus em José: “Como um pai se compadece dos filhos, assim o Senhor se compadece dos que O temem” (Sl 103.13). O Jesus humano, Aquele que tinha um Pai no Céu, tinha um pai na terra. Podemos perceber que o relacionamento de Jesus com seu pai da terra, modelava o relacionamento com o Pai do Céu. Desse relacionamento humanamente aprendido, Jesus ensinou-nos a amar seu Pai. Lembra o Papa que a ternura de Deus foi ensinada a José na sinagoga quando se rezavam os salmos: “Com certeza, José terá ouvido ressoar na sinagoga, durante a oração dos Salmos, que o Deus de Israel é um Deus de ternura, que é bom para com todos e “a sua ternura repassa todas as suas obras”’ (Sl 145,9). A ternura de Deus se reflete quando sentimos a fragilidade. José era pequeno diante da missão. Mas aceitou sua fraqueza, pois nela se manifestou a força de Deus (2Cor 12,7-9).
Fragilidade não é um mal
O Papa Francisco, refletindo sobre a ternura, coloca a questão: “O Maligno faz-nos olhar para nossa fragilidade com um juízo negativo, ao passo que o Espírito a traz à luz com ternura. A ternura é a melhor forma para tocar o que há de frágil em nós”. O Papa salienta que é a misericórdia de Deus, sobretudo no ministério da Reconciliação, no qual fazemos a experiência da verdade e da ternura. A fragilidade, colocada na misericórdia de Deus se transforma em força. Paulo diz: “Quando somos fracos é aí que somos fortes” (2Cor 12,10). Somos fortes é porque quem age é Deus Pai amoroso. Ele é o pai misericordioso da parábola do filho perdido (Lc 15,11-32). “A Verdade se nos apresenta sempre como o Pai misericordioso da parábola (Lc 15,11-32): vem ao nosso encontro, devolve-nos a dignidade, levanta-nos, ordena uma festa para nós, dando como motivo que ‘este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado’” (Lc 15, 24). José,jovem adulto, em sua condição de homem simples, mas maduro em Deus, assumiu sua missão e descobriu os caminhos de formar o Filho de Deus. Assumia crendo na ternura de Deus para confiar.
Caminhar na ternura
Seria muito difícil para José viver o mistério da Encarnação do Filho de Deus que estava em suas mãos e levá-lo à realização, se não soubesse crer na ternura de Deus. Aquele que lhe confiou a missão, estará junto para ajudar a exercê-la. Não se trata de peso, mas de confiança na força que Deus dá às pessoas. Diz o Papa: “A vontade de Deus, a sua história e o seu projeto passam também através das angústias de José. Assim ele nos ensina que ter fé em Deus que inclui também acreditar que Ele pode intervir, inclusive, através dos nossos medos, das nossas fragilidades, da nossa fraqueza. E nos ensina que, no meio das tempestades da vida, não devemos ter medo de deixar a Deus o timão da nossa barca. Por vezes queremos controlar tudo, mas o olhar d’Ele vê sempre mais longe”.
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