terça-feira, 31 de agosto de 2021

MENINA SALVOU SEUS IRMÃOZINHOS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Reúna, de 8 anos, estava sozinha em casa com seus cinco irmãos e ressonava. Os pais com dois filhos mais velhos, tinham ido à feira. A luz da lamparina alumiava fracamente a escuridão do quarto, todo de madeira e coberto com palha. Súbito o gato buliçoso esbarrou na lamparina. Ela tombou em cima da cama de Reúna e começou a queimar a roupa e o cabelo da menina. Ela acordou e logo se deu conta da tragédia. Não perdeu tempo. Apagou, como podia, o fogo que lhe chamuscava o corpo. Poderia pular para fora e pôr-se a salvo, pois sua cama ficava perto da porta. Mas não! Viu seus irmãozinhos que começaram a se mexer. Pegou um por um e os levou para fora, carregando-os ou arrastando-os. A mais velha, de nove anos, foi jogada pela janela, pois era muito pesada para Reúna. O fogo começou a se alastrar pela casa. Completado o resgate dos irmãozinhos, Reúna pensou em apagar o fogo. Encheu várias vezes o balde num riacho próximo. Por fim seu corpinho não resistiu mais, e ela tombou de bruços sobre os escombros carbonizados. Quando a mãe chegou, quanta desolação! Encontrou as crianças, mas faltava uma. Onde estaria Reúna? Estava debaixo de um monte de escombros... inerte. Pegou-a nos braços, dizendo: 
-“Meu Deus, entrego-te minha filha”. 
O pai chegou bem mais tarde. Profundamente chocado, achou que só havia uma solução: Cavar uma sepultura para ela. A mãe, porém, não perdeu a esperança. Com muita dificuldade, levou-a para o médico. No caminho, a menina acordou. Respirava. Graças ao bom Deus, nem tudo estava perdido. A mãe apressou o passo. Chegando à clínica, foi logo atendida. 
-“É inexplicável como ela agüentou tanto tempo”, disse a médica. 
A menina estava toda desfigurada pelas queimaduras. Graças à ajuda de muitos, ela se tratou e se recuperou. Boa parte da cura se deve à sua coragem. Quando interrogada como teve tanta força para fazer o que fez, respondeu com simplicidade: 
- Eu agi dessa forma porque eles são meus irmãos. Eu os adoro. (Seleções, março de 1997) 
Palavra de vida: Saudações a Prisca e a Áquila, meus colaboradores em Cristo Jesus; para me salvar a vida, arriscaram a sua...(Rm 16,3)

REFLETINDO A PALAVRA - “O dinheiro tem valor”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
O mundo continua o mesmo.
 
Jesus em sua vida e Evangelho mudou o esquema do mundo, que se baseava na exploração, voltando-o para o serviço ao irmão, mesmo com o risco de perdas. O profeta Amós nos traz uma visão do século VIII antes de Cristo em que a ganância e a exploração eram calamitosas: “Vós que andais dizendo: ‘Quando passará o sábado para despachar logo o trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos e adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias e por à venda o refugo do trigo’” (Am 8,5-6). Esta situação de ganância continua. Nem é preciso destacar, pois é lugar comum. O mundo está cada vez mais dividido entre poucos que tem muito e muitos que tem pouco ou nada. Mesmo a religião é usada. Aqueles que dizem seguir Jesus achatam sua mensagem, procurando só o ritualismo e os discursos vazios enquanto os pobres aumentam. Isso sem dizer dos que usam a religião para fazer os pobres mais pobres sem condição mesmo de ver sua situação. O dinheiro tem valor enquanto me serve. É o deus “Mamona” (deus pagão do dinheiro). Os gastos de guerra superam qualquer cálculo. E só trazem morte e dor. Não sem razão Paulo insiste que “rezemos pelas autoridades para que possamos levar uma vida tranqüila e serena com toda piedade e dignidade” (1ª Tim 2,2). 
Saber administrar. 
O grande sonho de Deus é a felicidade das pessoas e que, através dos bens, possam conseguir uma felicidade que dure. Lemos, então, a parábola de Jesus sobre o administrador. O administrador que não agiu bem compra as pessoas com o dinheiro e se ajusta na vida. Ele não roubou o patrão com seus acertos, ele usou o que era de direito seu para se ajustar em outro trabalho. É desonesto porque dissipava os bens do patrão. Jesus faz uma comparação. Assim como o administrador devemos saber usar o dinheiro com uma finalidade maior. Jesus não condena o dinheiro, mas diz que com ele podemos comprar o céu, usando o “dinheiro injusto’” quer dizer, os bens terrenos na justiça e na caridade, para que um dia, sejamos recebidos no Céu, como o administrador é recebido por seus amigos. O dinheiro tem valor, e cresce seu valor, na medida em que somos inteligentes em usá-lo pensando também nos outros, não só para o próprio bem. Jesus diz que é difícil um rico entrar no Reino dos Céus. O motivo é porque não tem visão de totalidade da vida e do dinheiro. Na realidade é um administrador sem visão, não vê a riqueza maior que o dinheiro pode lhe dar sem a ganância e a exploração. 
Deus quer que todos se salvem. 
O grande projeto deste evangelho é de estarmos de olhos voltados para a vontade de Deus a nosso respeito: a salvação. A religião verdadeira não é contra o cifrão, mas é a favor de que sirva de instrumento de salvação. Usando o dinheiro com a orientação do Evangelho, nos ajuda a usar bem os bens espirituais. Assim o rico poderá se salvar, e o pobre pode evitar a estrada de querer dinheiro, sem se preocupar com o Reino de Deus. Uma das soluções que Paulo apresenta é que “em todo lugar os homens façam orações” (1ª Tim 2,8). Estas levam à conhecer o verdadeiro sentido da vida e dos bens que possamos ter. 
Leituras; Amós 8,4-7; Salmo 112; 
1ª Timóteo 2,1-8; Lucas 16,1-13. 
Ficha: 1. Jesus, com sua vida e evangelho, mudou o esquema do mundo, que se baseava na exploração, para o esquema do serviço ao irmão. Já no século VIII o profeta Amós denuncia a ganância e a exploração (Am 8,5-6). O mundo continua dividido entre pobres e ricos. Mesmo os que seguem Jesus preferem o ritualismo ou a exploração financeira das religiões. O dinheiro tem valor, diriam, enquanto me serve. Paulo pede que rezemos pelas autoridades para termos uma vida tranqüila. 
2. O grande sonho de Deus é a felicidade das pessoas que através dos bens possam atingir a felicidade que dure. Esta é a mensagem da parábola do administrador infiel. Ele não roubou do patrão. Usou do que era seu para garantir um trabalho depois de ser exonerado. Jesus não condena o dinheiro, mas diz que com ele podemos conseguir o Céu. O dinheiro tem valor, e cresce seu valor, na medida em que somos inteligentes em usá-lo para o bem, e não só para o próprio bem. O que falta ao rico, que tem dificuldades de entrar no céus, é a visão de totalidade dos bens, não vendo a riqueza maior. 
3. O projeto de Deus para nós é a salvação. Se tivermos os olhos voltados para esta realidade, poderemos, fiéis no uso dos bens terrenos, podemos administrar os bens espirituais. Para isso Paulo apresenta a oração: “em todo lugar façam-se orações”. Estas levam a conhecer o verdadeiro sentido da vida e dos bens que possamos ter. 
Homilia do 25º Domingo do Tempo Comum
EM SETEMBRO DE 2004

EVANGELHO DO DIA 31 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Lucas 4,31-37.
Naquele tempo, Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava aos sábados. Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque falava com autoridade. Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio impuro, que bradou com voz forte: «Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus». Disse-lhe Jesus em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio, depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer mal nenhum. Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!». E a fama de Jesus espalhava-se por todos os lugares da região. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Balduíno de Ford (1190) 
Abade cisterciense, depois bispo 
Homilia 6
«Que palavra esta! 
Ordena com autoridade e poder» 
«A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais afiada que uma espada de dois gumes» (Heb 4,12). Ela age na criação do mundo, na condução do mundo e na sua redenção. Com efeito, não há coisa mais eficaz nem mais forte: «Quem poderá dizer o seu poder e celebrar todos os seus louvores?» (Sl 105,2). A eficácia da Palavra manifesta-se nas obras e manifesta-se também na pregação. Ela não regressa a Deus sem ter produzido o seu efeito, mas aproveita a todos aqueles a quem é enviada (cf Is 55,11). Ela é «eficaz, mais afiada que uma espada de dois gumes» quando é recebida com fé e amor. Nada é impossível para quem crê, nada é difícil para quem ama. Quando as palavras de Deus ressoam, trespassam o coração do crente «como as flechas agudas de um guerreiro» (Sl 119,4). Entram nele como dardos e fixam-se nas suas profundezas mais íntimas. Sim, esta Palavra é mais afiada do que uma espada de dois gumes, porque é mais incisiva do que qualquer outra força ou qualquer poder, mais subtil do que qualquer habilidade do génio humano, mais penetrante do que qualquer reflexão sábia da palavra humana.

Santo Aristides de Atenas FILÓSOFO, SÉC. II

Aristides de Atenas (ou Aristides, o ateniense, Santo Aristides ou Marcianus Aristides) foi um autor cristão grego do século II dC que é primordialmente conhecido por sua obra Apologia de Aristides. 
Vida e obras 
São muito escassos os dados disponíveis acerca de Aristides: é sabido que escreveu, enquanto vivia em Atenas no fim do segundo século, uma apologia dirigida ao imperador Adriano ou, talvez, ao seu sucessor, Antonino Pio (138-161). Segundo a História Eclesiástica de Eusébio, o imperador Adriano ter-se-ia convertido a uma religião mistérica quando da sua estadia na Grécia (123-127) e, na sequência de uma explosão de zelo por parte de fieis pagãos, assistiu a uma dramática perseguição a alguns cristãos. Nessa ocasião dois textos apologéticos surgiram: o de Quadrado e o de Aristides. A apologia de Aristides visa a mostrar que os cristãos são os únicos detentores da verdadeira noção de Deus, demonstrando as inconsistências das concepções dos Caldeus, Gregos e Egípcios. Demonstra, ainda, o carácter elevado da vida moral cristã em profundo contraste com as corruptas práticas pagãs. O tom é nobre e calmo e procura testemunhar a razoabilidade do cristianismo mais por um apelo aos factos do que por subtis argumentações. Pouco se sabia sobre ele, até que monges mequitaritas publicaram partes de um manuscrito de sua Apologia, em Veneza, junto com a tradução em latim. Houve constestações sobre a autencidade do manuscrito, particularmente de Ernest Renan. Entretanto, em 1889, Rendell Harris encontrou um tradução completa em síriaco.

SANTOS JOSÉ DE ARIMATEIA E NICODEMOS, DISCÍPULOS DO SENHOR

JOSÉ DE ARIMATEIA
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus da Cruz. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus. Com ele foi também Nicodemos, que anteriormente, se encontrara às ocultas de noite com Jesus, levando quase cem arráteis de um composto de mirra e aloés. Tomaram, pois, o Corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumavam fazer, na preparação para o sepulcro. Havia um horto naquele lugar, onde Jesus fora crucificado e, no horto, um sepulcro novo, no qual ninguém ainda havia sido posto. Ali, pois, por causa da preparação da festa dos judeus e por aquele sepulcro estar perto, depositaram Jesus” (João 19,38-42). No Evangelho de João encontramos a reconstrução mais precisa da deposição e sepultamento bastante incomum de Jesus, uma vez que, em geral, os corpos dos condenados eram deixados pelos romanos na cruz, até serem lançados em uma fossa comum. Porém, Jesus recebeu um tratamento diferente, graças a José, que usou sua influência para obter seu corpo e o enterrar em um sepulcro, que ele havia comprado para si.

BEATO ALFREDO ILDEFONSO SCHUSTER, CARDEAL, ARCEBISPO DE MILÃO

Beato Alfredo Ildefonso Schuster, 1930
"Parece que as pessoas não se deixam mais convencer pela nossa pregação, mas, diante da santidade, ainda se ajoelham, acreditam e rezam. Parece que as pessoas são inconscientes diante das realidades sobrenaturais e indiferentes aos problemas da salvação. Mas se um verdadeiro Santo passar pela rua, vivo ou morto, todos correm para vê-lo". Nesta espécie de testamento espiritual, deixado aos seminaristas moribundos, encerra-se toda a essência da santidade de Alfredo Ildefonso Schuster, monge de coração, antes de ser pastor de almas na cidade de Milão, para aonde a Igreja o enviara. Dois dias depois de pronunciar estas palavras, no cortejo fúnebre que acompanhava seu caixão, de Venegono a Milão, todos se uniram e acorreram para ver a passagem de um Santo.

Deposição do precioso cinto da Ssma. Mãe de Deus em Constantinopla (séc. VI), 31 de Agosto

Sobre o evento da trasladação do precioso cinto (faixa) da Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, há duas referências a respeito: pode ter sido realizada pelos reis Arcadius ou Teodósio II, e foi transferido de Jerusalém para Constantinopla, sendo depositado no interior de um nicho de ouro. Transcorridos 410 anos, o rei Leão, o sábio, abriu este nicho buscando a cura para a sua rainha que se encontrava sob a possessão de um espírito impuro. Encontrou então este precioso cinto da Santa Mãe de Deus que começou a irradiar uma luz não criada. Havia um selo de ouro no qual estava indicado o dia e o ano em que fora trasladado para Constantinopla. Depois de se prostrar com grande devoção, o Patriarca tomou em suas mãos o precioso cinto e o estendeu sobre o corpo da rainha que, imediatamente se sentiu libertada. Todos começaram então a glorificar a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e agradecer à sua mãe que é a protetora fiel de todos os cristãos, nossa ajuda e intercessora em cada instante de nossas vidas. 
 Tradução e publicação neste site com permissão de Ortodoxia.org
 Trad.: Pe. André

Beato Pedro Tarrés y Claret, Médico, Sacerdote (1905-1950), 31 de Agosto

Nasceu no dia 30 de Maio de 1905 em Manresa (Espanha), numa família crente e exemplar. Recebeu o sacramento do Batismo a 4 de Junho do mesmo ano, a Confirmação em 1910 e a primeira comunhão em 1913. Estudou com os Padres Jesuítas. Era um adolescente de caráter aberto e alegre, amoroso com os pais e com as duas irmãs, amante da natureza e contemplativo, místico com alma de poeta. Graças à obtenção de bolsas de estudo, pôde fazer os estudos secundários e universitários, formando-se em Medicina, no ano de 1928, na Universidade de Barcelona; funda, de acordo com o seu companheiro, Dr. Gerardo Manresa, o sanatório de Nossa Senhora "de la Merced", em Barcelona. Faz parte, com fervoroso zelo apostólico, da Federação dos Jovens Cristãos, que pertencia à Ação Católica, como a tinha perspectivado o Papa Pio XI: oração, estudo, ação sob a orientação da hierarquia local. Para ele o segredo da vida espiritual era a devoção Eucarística e o amor filial à Mãe de Deus. Em 1925 falece o seu pai e, pouco tempo mais tarde, sua mãe sofre um desastre que a torna inválida para sempre.

São Raimundo Nonato (1200-1240), sacerdote espanhol, libertador de cativos dos mouros.

Chamado “Nonnatus”, (não nascido), porque foi extraído vivo das entranhas de sua mãe já morta, esse santo viu a luz em Portel, na Espanha, cerca do ano 1200. Os pais eram de pequena nobreza, mas empobrecidos, de maneira que o menino logo cedo teve que guardar o gado da família nas montanhas de Lérida, entre bosques e vales. Havia na região uma ermida dedicada a São Nicolau, que tinha uma piedosa imagem de Nossa Senhora, de quem o pastorzinho era muito devoto. Um dia a Mãe de Deus lhe falou por meio dessa imagem, recomendando-lhe que entrasse para a recém-fundada Ordem de Nossa Senhora das Mercês para a redenção dos cativos em terras dos mouros. Depois de conseguir a duras penas a licença paterna, Raimundo foi para Barcelona onde apresentou-se a São Pedro Nolasco, fundador da Ordem, a quem pediu admissão. Destinado muito cedo ao ministério da pregação e da catequese à obtenção de recursos para resgatar cristãos cativos, mendigando de porta, contudo o santo sonhava com maiores e mais difíceis empresas. Queria ir pessoalmente à terra dos mouros resgatar os que lá ainda gemiam sob o peso da escravidão.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE AGOSTO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – Terça-feira – Santos: Aristides, Nonato, Amado
Evangelho (Lc 4,31-37) “Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e aí ensinava-os aos sábados. Todos ficavam admirados, porque falava com autoridade.”
Devia haver muita coisa em Jesus que o diferenciava dos outros mestres que falavam ao povo. Acho que o mais decisivo, porém, era que ele, sendo o Filho de Deus, podia falar diretamente aos corações, atraindo-os e levando-os para a verdade. Esse poder divino continua agindo sobre nós, sempre que ouvimos a palavra de Deus. Essa graça é que nos torna possível aceitar e viver o evangelho.
Oração
Senhor Jesus, iluminai e conquistai meu coração, para que possa ouvir e compreender vossa palavra. Afastai os obstáculos que me impedem de abraçar a vida nova que me ofereceis. Dai-me a coragem de deixar tudo que for preciso para vos seguir. Só vós tendes a verdade que me liberta, o amor e poder divino que me salvam. Não permitais que resista a vossos convites e ofertas. Amém.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

"DA BOCA DAS CRIANÇAS..."

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
VICE-POSTULADOR DA CAUSA 
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
O pai conversava na sala com um fazendeiro que viera comprar gado. A oferta era um boi assim e assim, muito bom, sem defeito etc. O pequeno Humberto ouvia tudo, assentado num canto. No momento de fechar o negócio, ele entrou na conversa: 
- Pai, o senhor está querendo vender aquele boi? Mas ele não vale nada. Vive pulando cerca e fugindo para todos os lados... 
- Cale a boca, menino. Vá pra cozinha com a mamãe. 
Palavra de vida: O mentiroso cairá na própria armadilha que ele armou para o outro (Sl 7,16)

REFLETINDO A PALAVRA - “Feitos à imagem e semelhança de Deus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Criados à imagem de Deus.
 
A pessoa humana foi criada à imagem de Deus, como nos relatam os primeiros capítulos da Bíblia. Tanto o homem como a mulher foram feitos à imagem e semelhança de Deus. É um grande dom. No segundo capítulo do Gênesis nós vemos Deus como o oleiro que faz o homem do barro e de sua costela, faz a mulher. Este texto parece uma lenda, mas não deixa de trazer a profunda revelação sobre a pessoa humana: Ela foi criada por Deus na fragilidade, feita do barro, pertencente à terra, mas tem a dimensão divina de sua imagem e semelhança de Deus. Semelhança divina e fragilidade são dois aspectos importantes do ser humano. Ser imagem de Deus eleva a pessoa acima de toda a criação. Isso não faz a criação menor, mas a eleva, pois um ser criado (o homem) está unido ao Criador. O homem foi colocado no Paraíso para cultivá-lo e guardá-lo (Gn 2,15). A Bíblia usa o conceito dominador, mas podemos entender como servidor que conduz a criação a sua realização. A espiritualidade deve trabalhar por fazer descobrir em cada um a imagem de Deus. Ser imagem e semelhança explica a origem e o destino do homem e da mulher, razão de toda a história da salvação. A partir do conceito de imagem entendemos a vida nova que recebemos de Cristo. Este conceito reflete uma proximidade com o Criador que o resto da criação não possui. Dentro desta criação, o homem e a mulher serão aqueles que conduzirão o universo ao Criador. 
Imagem do Filho. 
Jesus é a imagem do Deus invisível (Cl 1,1) Ele é o primeiro e nós o seguimos. Paulo escreve na carta aos Romanos: “Porque os que de antemão Ele conheceu, esses Ele também predestinou a serem conformes à imagem do seu Filho” (Rm 8,29). Cristo restitui ao homem o esplendor da imagem divina danificada pelo pecado e faz dele o homem novo que, pela ressurreição dos mortos, terá a imagem do homem celeste. Jesus é igual a nós humanos, traz também nossa, aquela que recebemos de Deus, para que cheguemos também a ter a imagem perfeita do Pai que Ele possui (Col 1,15). Um dos aspectos da espiritualidade é justamente assumir e conservar esta imagem que possuímos, e respeitar o outro que também foi feito à imagem de Deus. 
O outro, imagem de Deus. 
A razão do respeito ao homem e à mulher é por serem imagens de Deus. Ser imagem-ícone traz a idéia de união, como lemos em Provérbios: “O que oprime ao pobre insulta ao seu Criador” (Pr 14,31). Fomos colocados no mundo junto a outras pessoas. A espiritualidade neste aspecto se faz através do respeito à imagem de Deus estampada em cada pessoa. Nossa espiritualidade será mais coerente e maior, na medida em que esta imagem for respeitada, amada e promovida. Não é fato social. É a dimensão espiritual que chega à realidade da vida. Espiritualidade que esquece este “pormenor”, não tem consistência e, na verdade, não existe. Na formação da pessoa, é necessário chamar a atenção ao que ela é e o que são os outros. O amor que Jesus prega e se realiza no serviço fraterno, fundamenta-se no respeito à imagem de Deus que cada um possui.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM SETEMBRO DE 2004

EVANGELHO DO DIA 30 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Lucas 4,16-30. 
Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois, enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou, então, a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse-lhes: «Por certo Me citareis o ditado: "Médico, cura-te a ti mesmo". Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a Terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-no até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Paulo II(1920-2005)papa 
«Ele me ungiu para anunciar a boa nova» 
Exortação apostólica 
«Christifideles laici», §§ 13-14 
Diz o Concílio Vaticano II: «Pela regeneração e a unção do Espírito Santo, os batizados são consagrados para serem uma morada espiritual». O Espírito Santo «unge» o batizado, imprime-lhe a sua marca indelével (cf 2Cor 1,21-22) e faz dele templo espiritual, isto é, enche-o com a santa presença de Deus, graças à união e à conformação com Jesus Cristo. Com esta «unção» espiritual, o cristão pode, por sua vez, repetir as palavras de Jesus: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu». «A missão de Cristo — Sacerdote, Profeta-Mestre, Rei — continua na Igreja. Todo o povo de Deus participa nesta tríplice missão». Os fiéis leigos participam no múnus sacerdotal pelo qual Jesus Se ofereceu a Si mesmo na cruz e continuamente Se oferece na celebração da eucaristia. «Todos os seus trabalhos, orações e empreendimentos apostólicos, a vida conjugal e familiar, o trabalho de cada dia, o descanso do espírito e do corpo, se forem feitos no Espírito, e as próprias incomodidades da vida, se tornam outros tantos sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo (cf 1Ped 2,5); sacrifícios estes que são piedosamente oferecidos ao Pai, juntamente com a oblação do corpo do Senhor, na celebração da eucaristia» («Lumen Gantium», 34). A participação no múnus profético de Cristo habilita e empenha os fiéis leigos a aceitar, na fé, o evangelho e a anunciá-lo com a palavra e com as obras. Vivem a realeza cristã sobretudo no combate espiritual para vencerem dentro de si o reino do pecado (cf Rom 6,12) e depois, mediante o dom de si, para servirem o próprio Jesus presente em todos os seus irmãos, sobretudo nos mais pequeninos (cf Mt 25,40). Mas os fiéis leigos são chamados de forma particular a restituir à criação todo o seu valor originário. Ao ordenarem as coisas criadas para o verdadeiro bem do homem, com uma ação animada pela vida da graça, os fiéis leigos participam no exercício do poder com que Jesus ressuscitado atrai a Si todas as coisas e as submete, com Ele mesmo, ao Pai, de forma que Deus seja tudo em todos (cf 1Cor 15,28; Jo 12,32).

Beato Eustáquio van Lieshout PRESBÍTERO, +1943

Humberto van Lieshout nasceu em Aarle Rixtel, Holanda, em 3 de novembro de 1890. Educado por pais dedicados e bons cristãos, e na convivência de seus oito irmãos, Humberto desenvolveu-se como rapaz generoso e piedoso. Um dia caiu-lhe nas mãos a biografia do famoso missionário S. Damião de Veuster, o apóstolo da caridade cristã entre os asilados leprosos da Ilha de Molokai. Quis imitá-lo e por isso conseguiu matricular-se no Seminário dos Padres dos Sagrados Corações, mas encontrou bastante dificuldade em seus estudos. Seu abnegado esforço, firmeza de vontade e persistência venceram a fraqueza de seus talentos intelectuais. No noviciado trocou o seu nome de batismo pelo de Eustáquio, e fez sua profissão religiosa em 27 de janeiro de 1915. Dedicando-se muito à oração e aos estudos, agora com menos dificuldade, no dia 10 de agosto de 1919 foi ordenado sacerdote. Em sua imensa felicidade, pedia à suas duas irmãs religiosas serem para ele no seu sacerdócio como Moisés na montanha, rezando pelo bom êxito do seu apostolado. Por quatro anos exerceu diversos ministérios na Holanda, onde ganhou fama de caridoso e santo.

SÃO PAMÁQUIO, SENADOR ROMANO

Senador romano cristão, em 387, Pamáquio tornou-se monge e decidiu dedicar a sua vida aos pobres. Foi um dos fundadores de uma hospedaria, na foz do rio Tibre, que acolhia, gratuitamente, peregrinos pobres e enfermos. Contribuiu para a construção da Basílica dos Santos João e Paulo, no Célio.

Santo Alexandre, Patriarca de Constantinopla († 328) 30 de Agosto

Santo Alexandre de Bizâncio já contava setenta e três anos de idade quando foi eleito bispo de Constantinopla. Durante doze anos ele exerceu sua função episcopal, nos dias turbulentos do heresiarca Ário. Logo após sua eleição, o Imperador Constantino convocou uma reunião de teólogos cristãos e filósofos pagãos, mas como todos os filósofos quisessem falar ao mesmo tempo, o encontro tornou-se numa desordem. Então, Santo Alexandre aconselhou-os a eleger os mais autorizados entre eles para expor sua doutrina. Quando um dos oradores se encontrava na tribuna, o santo exclamou: «Em nome de Jesus Cristo, ordeno-te calar a boca». Diz-se que o pobre filósofo perdeu a voz, até que Santo Alexandre lhe autorizou falar. Este prodígio impressionou mais os filósofos do que todos os argumentos dos cristãos. No ano 336, Ário entrou triunfalmente em Constantinopla. Trazia uma ordem do imperador para que Santo Alexandre o admitisse na comunhão. Conta-se que o santo patriarca trancou-se então na igreja para rezar, juntamente com São Tiago de Nísibis, para que Deus o iluminasse naquele momento em que Ário se aproxima para tomar a comunhão. O que quer que tenha acontecido, na véspera da recepção de Ário na igreja, o heresiarca morreu repentinamente. Os cristãos viram nisso uma intervenção divina, como resposta às orações de Santo Alexandre. O Santo morreu em 340.

São Félix e Santo Adauto

Poucos são os registros encontrados sobre Félix e Adauto, que são celebrados juntos no dia de hoje. As tradições mais antigas dos primeiros tempos do cristianismo narram-nos que eles foram perseguidos, martirizados e mortos pelo imperador Diocleciano no ano 303. A mais conhecida diz que Félix era um padre e tinha sido condenado à morte por aquele imperador. Mas quando caminhava para a execução, foi interpelado por um desconhecido. Afrontando os soldados do exército imperial, o estranho declarou-se, espontaneamente, cristão e pediu para ser sacrificado junto com ele. Os soldados não questionaram. Logo após decapitarem Félix, com a mesma espada decapitaram o homem que tinha tido a ousadia de desafiar o decreto do imperador Diocleciano. Nenhum dos presentes sabia dizer a identidade daquele homem. Por isso ele foi chamado somente de Adauto, que significa: adjunto, isto é "aquele que recebeu junto com Félix a coroa do martírio".

São Cesário de Arles

Ocupou-se até o fim com a salvação das almas e isto fazia, concretamente, pela força da Palavra anunciada e escrita Os santos, como ninguém, entenderam que a Graça do Cristo que quer santificar a todos, é sempre a mesma, na eficiência, abundância e liberalidade. Cesário de Arles foi um destes homens que se abriu ao querer de Deus, e por isso como Bispo tornou-se uma personalidade marcante do seu tempo. Cesário nasceu na França em 470, e ao deixar sua casa entrou para o mosteiro de Lérins, onde se destacou pela inteligência, bom humor, docilidade e rígida penitência, que mais tarde acabou exigindo imperfeitamente dos monges sob sua administração.

TECLA DA TURQUIA Virgem, Mártir,Santa séc. III

Não se sabe exactamente se foi em Isaúria ou na Licaónia, Turquia, o local onde a virgem mártir Tecla nasceu. O que se sabe é que é uma das figuras mais importantes dos tempos apostólicos, muito celebrada entre os gregos. Tudo começou quando, um dia, ao ouvir uma conversa sobre o valor da castidade entre o apóstolo Paulo e seu anfitrião Onesíforo, a jovem e pagã Tecla foi tocada no coração pelo discurso do santo. Ficou tão impressionada que, naquele exacto momento, resolveu não mais se casar. Mas o faria muito em breve, pois havia sido prometida a um jovem de nome Tamiris. Quando a jovem resolveu desmanchar o casamento, tanto sua família como a do noivo fizeram de tudo para demovê-la da ideia. Tecla, porém, se manteve firme na convicção de se converter. Isso despertou a ira de seu noivo Tamiris que conseguiu a prisão e a tortura de São Paulo por influenciar a jovem, o que eles consideravam ser uma atitude demoníaca por parte do apóstolo. Nem assim Tamiris conseguiu que Tecla abandonasse os ensinamento de Cristo, que agora seguia.

Santa Joana Jugan (1792-1879), religiosa francesa, fundadora da Comunidade das “Irmãzinhas dos Pobres”.

Vida 
Juventude 
Ela nasceu em 25 de outubro de 1792 em Cancale como a sexta de oito filhos de Joseph e Mary Jugan. Ela cresceu durante a turbulência política e religiosa da Grande Revolução Francesa. Quando ela tinha quatro anos, seu pai, que era pescador, se perdeu no mar. Sua mãe tentou fornecer tudo o que era necessário para Jeanne e seus irmãos, enquanto secretamente fornecia instrução religiosa em meio à perseguição anticatólica. Ainda muito jovem, trabalhou como pastora e aprendeu a tricotar e a tecer lã. Ela mal conseguia ler e escrever. Quando ela tinha 16 anos, ela começou a trabalhar como ajudante de cozinha com o Visconde de la Choue. O visconde era um católico devoto, e Jeanne a acompanhava enquanto ela visitava os doentes e os pobres. Aos 18 anos, ela recusou o casamento. Ela disse à mãe que Deus tinha outros planos para ela. Aos 25 anos, a jovem tornou-se colaboradora da Congregação de Jesus e Maria, fundada por São João Eudes. Jugan também trabalhou como enfermeira no hospital municipal de Saint-Servan. Ela deixou o hospital depois de seis anos devido a problemas de saúde. Em 1837, ela e Françoise Aubert, uma mulher de 72 anos, alugaram parte de uma pequena casa onde eram associadas a Virginia Tredanel, uma órfã de 17 anos. As três mulheres fundaram uma comunidade católica de oração dedicada ao ensino do catecismo e à ajuda aos pobres.

Beato João Juvenal Ancina (1545-1604), Bispo oratoriano, amigo de S. Francisco de Sales. Homem de grande eloquência.

Bispo e Confessor 
Nascimento: 19/10/1545, em Piemonte, Itália 
Morte: 30/08/1604, em Saluzzo, Ducado de Sabóia 
Beatificação: 09/02/1890, pelo Papa Leão XIII 
Festa Litúrgica: 30 de Agosto 
Onde: Foi Congregado Colégio dos Jesuítas em Turim, Itália 
Beato João Juvenal Ancina Fossano nasceu em uma pequena cidade do Piemonte, em 19 de Outubro 1545. Seus pais o batizaram com o nome "Juvenal" em honra da padroeira local, para agradecer a vida da criança, que esteve em perigo no nascimento. Como a família Ancina gozava de boa situação econômica, tanto Juvenal quanto seu irmão mais novo, Juan Mateo, o qual também seria um padre do Oratório, tiveram uma boa educação. Juvenal estudou em Montpellier, Pádua, Mondovì e Turim, e formou-se em medicina e filosofia, fazendo doutorado em ambas. Com apenas vinte e quatro anos, já era professor de medicina na Universidade de Turim.

Beata Maria Rafols, "heroína da caridade" - 30 de agosto

Maria Rafols é conhecida, com razão, como a “heroína da caridade”. Ela recebeu este título por sua heroica atuação durante os anos de sítio em Zaragoza (Espanha). Maria Rafols nasceu no dia 5 de novembro de 1781 em Villafranca del Panadés (Barcelona), Espanha, sexta dos dez filhos do moleiro Cristóbal Rafols e de Margarida Bruna Brugol. A família morava no moinho e constituiu para Maria uma forja de virtude, recebendo os primeiros ensinamentos de austeridade, de trabalho e ajuda recíproca. Quando tinha quase dois anos, em maio de 1783, a família se transferiu para La Bleda, pequeno povoado vizinho de Villafranca, onde recebeu a Crisma no dia 27 de maio de 1785, ministrada pelo bispo de Barcelona, Mons. Gabino Valladares, na igreja do convento das Carmelitas da cidadezinha. Quando tinha 11 anos, a família se transferiu de novo para Santa Margarida, onde morreram, em 1793, o irmão pequeno José (cinco irmãos morreram em tenra idade) e dois tios, marido e mulher; no dia 10 de julho de 1794 morre seu pai. Maria se revelou dotada de ótimas qualidades intelectivas e assim os familiares a mandaram para o Colégio de Barcelona gerido pelas “Mestras da Companhia de Maria”.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE AGOSTO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Segunda-feira – Santos: Adauto, Gaudêncio, Rosa de Santa Maria
Evangelho (Lc 4,16-30) “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres ...  a libertação aos cativos...”
Jesus apresentava-se como o salvador anunciado por Isaías. Essas palavras podem aplicar-se a todos que procuram, como discípulos enviados, continuar o anúncio da salvação. Todo o povo de Deus, para ser fiel a Jesus, deve anunciar a salvação aos que precisam, a libertação aos prisioneiros de todos os cativeiros, a luz para todas as cegueiras, a libertação de todas as opressões. Para hoje acontecer a salvação.
Oração
Senhor Jesus, estou contente com o lugar que me destes em vosso povo. E quero assumir minha parte na missão que o Pai vos confiou. Conheço minhas limitações e minha pouca coragem. Mas sei que posso contar convosco, que estareis sempre agindo comigo; por isso vou fazer tudo que puder para que as propostas de vosso evangelho se tornem realidade neste nosso mundo. Amém.

domingo, 29 de agosto de 2021

ELE NÃO MORDE QUEM GOSTA DELE

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Eu estava chegando à casa de um amigo para fazer-lhe uma visita, quando fui surpreendido logo na entrada por um cachorro de aparência hostil. Ele me mostrava os dentes pontiagudos e me encarava ameaçadoramente. Pensei comigo: 
-Avançar ou retroceder? Gritar por socorro ou enfrentar a fera? 
Neste momento de indecisão angustiante chegou um menino e aproximou-se do cachorro. Meu coração parou. Pressentia uma desgraça terrível: 
- Cuidado, menino! O cachorro está furioso. Ele vai morder. 
Mas ele, voltando-se calmamente para mim, respondeu: 
- Ele não morde quem gosta dele. 
Palavra de vida: A lição me valeu. E vale para todos: Se começarmos a tratar bem nossos adversários, eles também mudarão de jeito. Leiamos o que diz a Sagrada Escritura: Eu amo os que me amam (Pr 8,17)

Homilia do 22º Domingo Comum (29.08.21)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
“Puros de coração” 
 Fonte da vida 
 O evangelista Marcos traz um aspecto da pregação de Jesus que parece não ter importância. Fala de lavar os pratos... e muitas outras coisas que constituía o mais importante para os fariseus e oprimiam a vida do povo. E Jesus é não contra. Não aceita por valorizam mais que o mandamento de Deus buscando mais a tradição. Isso é muito oportuno para nós, pois há modos de viver a fé que se baseiam só no exterior, e não no que une o coração com Deus. Não convertem o coração. A Jesus interessa a fonte das atitudes. O que suja os homens é o que sai do mau coração e não os ritos exteriores. Esses são necessários, mas não em primeiro lugar. Isso tem muito na fé cristã, seja católica, seja evangélica. As devoções que não envolvem a pureza do coração devem ser revistas. O coração será fonte da vida quando estiver ali a fé em Cristo e o amor a Deus e a seus mandamentos. Jesus liberta-nos desse mal e nos dá os critérios para aquilo que fazemos em nossa fé. Há casos de pessoas que, se ficarem sem uma medalhinha de Nossa Senhora, se sentem inseguros. Mas não se preocupam com os mandamentos. Pode até ajudar, mas se buscarmos a Palavra de Deus e os sacramentos. Por isso disse Moisés: “Nada acrescentareis, nada tirareis à palavra que vos digo, mas guardai os mandamentos do Senhor, vosso Deus que vos prescrevo” (Dt 4,2). Cuidado com o tradicional, só por ser tradicional. Cuidado com o que é avançado, só por ser avançado. É preciso ver o coração. A verdadeira pureza purifica-nos desses males. Jesus liberta dessas prisões, para a pureza da vida pela fé, como nos apresenta o salmo 14. 
Deus está no outro 
Perguntamos: como podemos ter certeza da pureza de nosso coração? Descobrir Jesus nos leva a descobrir o outro. Esta é a religião pura. Tiago, que era muito concreto, diz: “A religião pura e sem mancha diante de Deus Pai é esta: assistir os órfãos e viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo” (Tg 1,27). É isso que faz a diferença na fé: Não é um punhado de verdade, mas uma atitude de vida. Basta seguir Jesus: Deu a vida para que todos tenham a vida e a tenham em abundância. Numa comunidade onde há abandonados, seja na pobreza humana ou na pobreza espiritual, ela não está cumprindo seu dever, ou pior, não tem a vida de Jesus. Esta não é só um dado espiritual, mas se concretiza no amor e no serviço. Assim estamos servindo e amando a Deus, pois o amor de Deus é fonte do amor que se realiza no amor ao próximo. Quando se iniciou a comunidade cristã, era fundamental o serviço aos pobres, que não havia no judaísmo, nem no paganismo. Havia muita viúva abandonada. Os pobres eram uma grande massa sem o mínimo recurso. A Igreja sempre foi e sempre será dos pobres. Que Deus fortifique nosso coração e nos leve a servi-lo em nossos irmãos 
Praticantes da Palavra 
Somos responsáveis por um cuidado sempre maior ao evangelizar, pois a Palavra tem origem Divina. A Palavra é acolhida para ser vivida. Pelo fato de conhecermos pouco a Palavra, procuramos viver o secundário que não nos compromete. Tiago é firme: “Recebei com humildade a palavra que em vós foi implantada, e que é capaz de salvar as vossas almas” (Tg 1,21b). É preciso fazer a união do culto e vida. Viver a fé não é cumprir leis, mas a Lei de Deus. Essa dará vigor às leis da vida sem que o nosso coração produza obras más ou vazias. Assim se manifesta a fé através das obras (Tg 2,17).
Leituras: Deuteronômio 4,1-2.6-8; Salmo 14; 
Tiago1,17-18.21b-22.27;Marcos7,1-8.14-15.21-23
1. As devoções que não envolvem a pureza do coração devem ser revistas. 
2. A fé não é um punhado de verdades, mas um dom que leva a uma atitude de vida. 
3. Se conhecermos pouco a Palavra, vivemos o secundário que não nos compromete.
Saco de lixo 
O coração humano tem facilidade de virar saco de lixo quando vai armazenando o que não precisa para a felicidade. Daquela sujeira não sai nada de bom. Que pena que o coração humano seja feito para saco de lixo. Dali saem só cheiros maus e ratazanas. Horrível. ` Jesus pode ser um excelente lixeiro para tirar fora o ruim e aproveitar para colocar coisas boas. A água limpa purifica as sujeiras. A graça limpa os corações. É do coração que saem os males diz Jesus. Por isso a purificação e limpeza darão bons resultados. Tendo um coração renovado pela Palavra de Deus, pelo acolhimento das indicações espirituais, o coração se torna uma fonte de boas obras.

EVANGELHO DO DIA 29 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Marcos 7,1-8.14-15.21-23. 
Naquele tempo, reuniu-se à volta de Jesus um grupo de fariseus e alguns escribas que tinham vindo de Jerusalém. Viram que alguns dos discípulos de Jesus comiam com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. Na verdade, os fariseus e os judeus em geral só comem depois de lavar cuidadosamente as mãos, conforme a tradição dos antigos. Ao voltarem da praça pública, não comem sem antes se terem lavado. E seguem muitos outros costumes a que se prenderam por tradição, como lavar os copos, os jarros e as vasilhas de cobre. Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Porque não seguem os teus discípulos a tradição dos antigos, e comem sem lavar as mãos?». Jesus respondeu-lhes: «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: "Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos". Vós deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens». Depois, Jesus chamou de novo a Si a multidão e começou a dizer-lhe: «Escutai-Me e procurai compreender. Não há nada fora do homem que ao entrar nele o possa tornar impuro. O que sai do homem é que o torna impuro. porque do interior dos homens é que saem as más intenções: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho, insensatez. Todos estes vícios saem do interior do homem e são eles que o tornam impuro». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Concílio Vaticano II 
Constituição dogmática sobre a Igreja 
no mundo de hoje «Gaudium et spes»§82 
O coração de cada homem é 
fonte de paz ou de guerra?
É, portanto, claro, que nos devemos esforçar por todos os meios por preparar os tempos em que, por comum acordo das nações, se possa interditar absolutamente qualquer espécie de guerra. Dirijam-se a Deus instantes preces, para que lhes dê [aos responsáveis políticos] a força necessária para empreenderem com perseverança e levarem a cabo com fortaleza esta obra de imenso amor aos homens que é construir virilmente a paz. Hoje em dia, isto exigir-lhes-á certamente que alarguem o espírito para além das fronteiras da própria nação, deponham o egoísmo nacional e a ambição de dominar os outros países e fomentem um grande respeito por toda a humanidade, que já avança tão laboriosamente para uma maior unidade. No entanto, evitem os homens entregar-se apenas aos esforços de alguns, sem se preocuparem com a própria mentalidade. Pois os governantes, responsáveis pelo bem comum da própria nação e, ao mesmo tempo, promotores do bem de todo o mundo, dependem muito das opiniões e sentimentos das populações. De nada lhes aproveitará dedicarem-se à edificação da paz enquanto os sentimentos de hostilidade, desprezo e desconfiança, os ódios raciais e os preconceitos ideológicos dividirem os homens e os opuserem uns aos outros. Daqui a enorme necessidade duma renovação na educação das mentalidades e na orientação da opinião pública. Aqueles que se consagram à obra de educação, sobretudo da juventude, ou que formam a opinião pública, considerem como gravíssimo dever o de procurar formar a mentalidade de todos para novos sentimentos pacíficos. Todos nós temos, com efeito, de reformar o nosso coração, com os olhos postos no mundo inteiro e naquelas tarefas que podemos realizar juntos para o progresso da humanidade.

SANTA SABINA, ROMANA, CUJO TÍTULO, FUNDADO NO MONTE AVENTINO, VENERA O SEU NOME

Perseguição e martírio
 
À noite, as duas mulheres iam às Catacumbas, onde, na época, os cristãos se reuniam, clandestinamente, por causa das perseguições. O II século d.C. foi um dos períodos mais sangrentos para as Comunidades cristãs, que, repetidamente, eram objeto de violências e abusos. Quando Serápia foi presa e torturada à morte, Sabina foi descoberta. Levada diante do Prefeito Elpídio, que lhe deu a possibilidade de se retratar, a mulher não teve nenhuma dúvida em rejeitar a proposta, pelo contrário, confessou a sua firme fé em Jesus Cristo. Por isso, foi condenada à morte por decapitação. Seu martírio ocorreu por volta do ano 120. 

Beata Teresa Bracco, Mártir da pureza - 29 de agosto

Nasceu em 24 de fevereiro de 1924, penúltima de sete filhos, em Santa Giulia, no Piemonte, Itália. O pai é severo, mas justo, e a mãe doce e gentil. Mãe e pai – Ângela e Jacob Bracco - foram para ela um exemplo de fé e fortaleza cristã: em 1927 sepultaram em apenas três dias dois filhos de nove e quinze anos. Uma fé submetida ao cadinho da prova. No fim do dia, o próprio Jacob dirigia a recitação do Rosário em família. O nome de Teresa ela o recebera em honra da “pequena santa” de Lisieux, beatificada em 1923. Em 1930, um jovem e dinâmico padre chegou a Santa Giulia: Pe. Natale Olivieri. Ele logo percebeu o fervor de Teresa, que frequenta regularmente suas lições de catecismo. A garota deseja ansiosamente receber a Primeira Comunhão, uma graça que será concedida a ela na primavera de 1931. Sua vida ocorria entre a casa da família, ajudando sua mãe no trabalho doméstico, na escola municipal e nos campos, onde às vezes ela levava o gado para pastar. O pai a apresenta como modelo: "Faça como Teresa; se você fosse como ela, minhas preocupações acabariam. Em 2 de outubro de 1933, Teresa recebeu o sacramento da Confirmação.

Beata Teresa Bracco, Mártir (+1944), 29 de Agosto

Teresa era uma jovem extremamente reservada, modesta, delicada no relacionamento com as pessoas, sempre pronta a dar a sua ajuda. E bela: dois grandes olhos escuros e aveludados sobressaíam num rosto sereno e pensativo, emoldurado por grandes tranças castanhas. Bela, dizia, mas sem qualquer vaidade. Sabia atrair a admiração respeitosa dos conterrâneos: “Uma garota assim, eu nunca tinha visto antes e jamais vi depois”, afirmou um deles. “Havia nela algo de diferente das demais garotas”, recorda uma amiga. “Era a melhor de nós todas”, confia sua irmã Ana.
Nascera em 24 de fevereiro de 1924, penúltima de sete filhos, em Santa Giulia di Dego (Savona). Mãe e pai foram para ela um exemplo de fé e fortaleza cristã: em 1927, sepultaram em apenas três dias dois filhos de nove e quinze anos. Uma fé, a deles, submetida ao cadinho da prova.

MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BAPTISTA Precursor de Jesus 29 de Satembro

Evangelho e Tradição 
Esta festa do martírio de São João Baptista teve a sua origem no século V, na França; e no século VI, em Roma. Está ligada — segundo certos historiadores — à dedicação da igreja construída em Sebaste, na Samaria, sobre o que é considerado como sendo o túmulo do santo Precursor de Jesus Cristo.
Massimo Stanzione: 
Degolação de S. João Baptista. 
Museu do Prado, Madrid. 
No Evangelho de São Mateus encontramos várias alusões sobre São João Baptista, pouco antes de ser martirizado: «Ora João, que estava no cárcere, tendo ouvido falar das obras de Cristo, enviou-lhe os seus discípulos com esta pergunta: “És Tu aquele que há-de vir, ou devemos esperar outro?” Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que vedes e ouvis: Os cegos vêem e os coxos andam, os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa-Nova é anunciada aos pobres. E bem-aventurado aquele que não encontra em mim ocasião de escândalo”.» (Mt. 11, 2-6).

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE AGOSTO

Oração da manhã para todos os dias
 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – 22º Domingo Comum – Santos: Sabina, Niceias, Hipácio
Evangelho (Mc 7,1-8.14-15.21-23) “O que sai da pessoa é que a torna impura.Pois é de dentro, do coração humano, que saem as más intenções: imoralidade sexual, roubos, homicídios...” 
Escrevendo para os pagãos, Marcos procura explicar para eles os costumes aos quais os judeus davam tanta importância. Alguns desses costumes estavam na Bíblia e outros foram sendo introduzidos aos poucos. No tempo de Jesus já eram um fardo pesado, e tanto mais pesado pelo fato de serem apresentados como obrigação e lei imposta por Deus. Jesus deixava claro que era preciso distinguir o que era vontade de Deus e o que era tradição humana. Quem quisesse seguir as tradições, que as seguisse, mas sem as impor aos outros. O mesmo continua valendo hoje. De valor absoluto é o que Deus nos ensina como caminho de salvação. Devoções, costumes piedosos e tudo o mais são bons, mas não podemos considerá-los como indispensáveis e obrigatórios.
Oração
Senhor meu Deus, hoje vos quero pedir fidelidade e liberdade. Fazei-me fiel a vossa palavra, ao caminho da vida que me ensinais através da vida da Igreja e do tesouro da Escritura. Iluminai-me para que possa perceber todo o sentido de vossa revelação, aumentai minha fé e meu amor para que viva sempre em vossos caminhos. Dai-me também a liberdade diante das ideias, doutrinas e tradições meramente humanas, para que possa aceitar também a maneira de ver de outras culturas e maneiras de pensar. Não permitais que eu imponha sobre outros minhas próprias ideias e devoções. Que eu não os julgue menos cristãos ou menos amigos vossos só porque têm outro modo de pensar e de agir. Ensinai-nos a conviver no amor, respeitando nossas legítimas diferenças. Amém.

sábado, 28 de agosto de 2021

O SAPATEIRO FELIZ

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Era uma vez um sapateiro que vivia cantando e assobiando enquanto batia sola. Um dia Jesus passou por ele e disse: 
- Você parece ser uma pessoa feliz. 
- Creio que sim, respondeu - sem conhecer com quem estava falando. - Ainda ontem vendi um par de botinas. Com o dinheiro comprei mais couro e comida. Assim, dia por dia. Amanhã já é outro dia para mim. 
Jesus: 
- Preciso com urgência de um par de sandálias. Pagar-lhe-ei o valor de dois pares, ou mais. 
Jesus levou a encomenda e pagou generosamente. Três dias depois, Jesus voltou, mas encontrou o sapateiro quieto, como um rato escondido num buraco. E perguntou: 
- Por que não canta mais? 
O sapateiro respondeu: 
- O dinheiro que ganhei está aí. Minhas crianças começaram a inventar mil e uma necessidades (roupas, meias, brinquedos, etc.). Esse dinheiro encheu-me a cabeça de minhocas. Perdi o sossego do espírito. Tome o dinheiro de volta. 
No dia seguinte foi ter novamente com o sapateiro e o encontrou alegre e feliz. De longe ele escutava suas cantigas descontraídas. Então suspirou, satisfeito também. 
Lição: Como o mundo seria feliz se todos ficassem satisfeitos com aquilo que têm para aquele dia. 
Palavra de vida: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã” (Mt 6,34)

REFLETINDO A PALAVRA - “Encontrei misericórdia”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
(Ao lado. PADRE BRANDÃO(+))
Um bezerro de ouro.
 
A cena do bezerro de ouro do Antigo Testamento tornou-se uma figura comum quando se quer mostrar a situação de pecado. O pecado que fizeram os judeus não foi fazer do bezerro um deus. O touro é imagem da força de Deus. Mas circunscrever Deus em uma estátua, um ídolo. Isso é a idolatria. Então, tendo um deus que eu fiz, tenho um deus de acordo com meu gosto. É o mesmo pecado de Adão e Eva (que continua vivo no mundo): “sereis iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal” (Gn 3,5). O pecado é querer ser dono de Deus e fazer do bem um mal e do mal um bem. É querer usar a liberdade que lhe foi dada como presente contra o próprio doador. Liberdade é para fazer o bem e não para deixar-se prender por males que nos destroem e destroem o mundo. O homem tornou-se uma “ovelha perdida”, como Paulo que exclama: "Eu blasfemava, perseguia e insultava. Cristo veio salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro ” (1ª Tm 1,13). Cada um tem seu bezerro de ouro e, mesmo uma boiada dourada. Mas o pecado não é um beco sem saída, uma estrada que acaba e não tem retorno. Deus está sempre aberto à misericórdia. Não há bezerro de ouro que não possa ser destruído e não possa dar lugar ao Senhor de nossas vidas, Aquele que nos tirou de um “Egito” de maldades. 
Veio para salvar o que estava perdido. 
A parábola da ovelha perdida, que o pastor busca e se alegra quando encontra, é o retrato de Deus que busca os que se perderam (Lc 15,4-7). Paulo escreve: “Superabundou a graça de Nosso Senhor” ( 1ª Tm 1,14). A graça não é alguma “coisa que se derrama. Ela é a expressão do amor de Deus que se abaixa para abraçar, acolher e amar, pois é o que Deus é: Deus é bondade e misericórdia” (Sl 23,6). São seus atributos fundamentais e sua identidade. O gesto de procurar a ovelha perdida demonstra que a missão de Jesus, contrária às atitudes dos fariseus que criticavam Jesus por acolher os pecadores, revelaa misericórdia de Deus em nossa história. Deus é paciente e cheio de misericórdia. Deus veio para salvar e Paulo se considera como o maior beneficiado: “eu encontrei misericórdia” (16). Se o pecado não é o fim, o pecador está sempre sob os cuidados da misericórdia de Deus. Não significa que vamos aproveitar e construir bezerros de ouro que nos levem a recusar a misericórdia. 
Ser misericórdia. 
A atitude de Jesus torna-se um modelo e um projeto de vida para cada um, para a Igreja e para a sociedade: buscar o mais abandonado. Moisés intercede pelo povo e pede a paciência de Deus (Ex 32,11-14). Vamos vencer a tentação de fazer um bezerro de ouro, não acrescentando males sobre males, no momento em que voltarmos nossos olhos e atitudes de vida para as ovelhas perdidas da sociedade. Vemos os governos deixar o povo de lado. A Igreja tem um discurso sobre os pobres (menos agora), mas os pobres não entram nos planos de tantas Igrejas. Mais ainda, o pecador, o errado não é procurado, mas espantado. A mania de condenação e exclusão torna-se cada vez mais freqüente em lugar de oferecer a misericórdia, salvar e promover à vida. Sim às ovelhas e não aos bezerros! 
Leituras: Êxodo 32,7-14; Salmo 50; 
1ª Timóteo 1,12-17; Lucas 15,1-10.
Ficha: 1. O bezerro de ouro é símbolo de toda tendência do ser humano de controlar Deus, fazer um deus a seu modo. É o pecado de Adão: “sereis iguais a Deus” (Gn 3,5). Deus dá a liberdade para fazer o bem e não para deixar-se prender por males que nos destroem. Paulo conta que viveu assim. Cada um tem um bezerro de ouro e até uma boiada dourada. Mesmo assim, Deus sempre está aberto à misericórdia. 
2. Num mundo perdido, Jesus conta seu projeto de salvação: veio buscar a ovelha perdida. A graça de Cristo sempre transborda (1ª Tim 1,14). Graça é a expressão do amor de Deus que se abaixa para abraçar. A definição de Deus é bondade e misericórdia (Sl.23,6). Jesus, criticado pelos fariseus por acolher os pecadores, revela a misericórdia de Deus. 
3. A atitude de Jesus torna-se um projeto de vida para cada um. Vamos vencer a tentação do bezerro de ouro e voltar nossos olhos e atitudes para as ovelhas perdidas. A misericórdia leva a dar um sim à ovelhas e um não aos bezerros que exigem o sacrifício das ovelhas frágeis e doentes. Homilia do 24º Domingo do Tempo Comum
EM SETEMBRO DE 2004