Aliança que restaura
Todos os anos o quarto domingo da Quaresma nos dá uma nota de alegria. São os primeiros raios da Páscoa que iluminam o mundo. No contexto da aliança, resplandece sempre o esplendor da nova aliança realizada em Jesus e por Ele. A nota de alegria é sentida pelo povo quando, depois de um grande exílio, veio a libertação e o retorno à pátria amada. Cantaram com muita dor: “Juntos aos rios da Babilônia nos sentávamos e chorando, com saudades de Sião” (Sl 136). Deus perdoa e esquece. Jesus é a expressão máxima da resposta de Deus à dor humana, fruto do pecado. A infidelidade tem preço. Mas a fidelidade de Deus é maior que o pecado humano. Jesus assume o sofrimento humano, fruto do pecado e liberta a humanidade da condenação. Por isso, se faz homem, assume a carne do pecado e sendo crucificado oferta a Deus adesão ao desígnio de salvação. Nele temos a reconciliação. Nele fazemos nossa adesão ao desígnio de vida nova. O grande convite de Jesus, do alto da cruz, é fazer o julgamento: oferecer a luz, para que, todo aquele que Nele crer tem a vida eterna. Quem não crer já foi julgado e está condenado: “Quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigênito” (Jo 3,18). O julgamento não se faz na justiça humana, mas nas “obras que Deus preparou para que nós as praticássemos” (Ef 2,10).
Rico em misericórdia
Todo o relacionamento do Deus da aliança com seu povo, e depois em Cristo, com o universo, se faz na base da misericórdia. Ouve-se dizer que Deus é misericordioso, mas é também justo. Exatamente, sua justiça se funda na misericórdia. Por isso o arrependimento só acontece quando cremos que Deus nos ama com intensidade. Falsos como somos, queremos justiça, mas para os outros. Esquecemos de olhar nossos fardos. Jesus dizia: “Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave que está no teu?” (Mt 7,3). Por isso, não julgar. Se julgar, seja com a misericórdia. Paulo, em Efésios, salienta que “Deus é rico em misericórdia”. Não fizemos nada por merecer, pois “quando ainda estávamos mortos por causa de nossas faltas, Ele nos deu a vida com Cristo. É por graça que vós sois salvos!” (Ef 2,4-5). Deus não nos condena, pois Cristo, em sua Paixão e Ressurreição abriu para nós as portas do Paraíso. Paulo afirma: “Deus não enviou seu Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,17). À medida que nos aproximamos da verdade desse amor, manifestamos que nossas obras são feitas em Deus (Jo 3,21). Uma pastoral que se preze deve ser feita na base da misericórdia, senão, não é cristã. Jesus salvou o mundo manifestando a riqueza da graça (id 7)
Agir na verdade
“O julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiam as trevas à luz porque suas obras são más” (Jo 3,18-19). As obras boas são fruto da opção por Jesus Salvador. João insiste: “Quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus” (Jo 3,21). Não basta a fé, é preciso que a fé se manifeste através das obras, como diz Tiago (2,18). A caridade para com Deus só acontece quando ela se concretiza na caridade para com o próximo. Paulo também afirma que o que “vale é a fé agindo pela caridade” (Gl 5,6). João em sua carta diz: “Esse é o seu mandamento: crer no nome de Jesus e amar-nos uns aos outros” (1Jo 3,23). A fé cristã não é um conjunto de doutrinas, mas uma vida de amor que se realiza no múltiplo cuidado dos outros.
Leituras: 1 Crônicas 36,14-16; Salmo 136;
Efésios 2,4-10; João 3,14-21.
1. Jesus é a expressão máxima da resposta de Deus à dor humana, fruto do pecado.
2. Deus é misericordioso, mas é também justo e sua justiça se funda na misericórdia.
3. As obras boas são fruto da opção por Jesus Salvador.
Namoro antigo
Percorrendo o caminho do povo de Deus, que nem sempre foi de Deus, vemos que foi um namoro difícil. O povo é tido como a esposa nem sempre fiel. O resultado é sempre pesado: o povo curte um grande sofrimento. A gente paga por onde peca. No excesso de sua liberalidade diante da lei, encontra a prisão, o exílio, a deportação.
Os profetas admoestaram, mas eles zombaram dos profetas, desprezaram a Palavra de Deus. Até que Deus perdeu a calma. Foram para o exílio, a cidade foi destruída e o povo humilhado.
Mas... o namorado volta ao antigo amor. Deus ama muito e não suporta que sua amada sofra mais. Vê as lágrimas e o arrependimento. Então, comovido, restaura a situação.
Para encontrar o remédio para todos os males, Jesus morre e ressuscita. Todos os que Nele creem tem a vida eterna. É um amor eterno.
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