PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Chegando ao fim do ano litúrgico, o que acontece com a festa de Cristo Rei e o início do Advento dia 2.12, nós encontramos alguns textos de gênero apocalíptico. São textos referentes ao fim do mundo. Esta linguagem não pretende descrever como serão as coisas, mas como devemos viver em situações de convulsão. Gostamos muito de ver e adivinhar o futuro. Basta ver o final do ano: são tantos os magos que profetizam e dizem o que acontecerá. No ano seguinte repetem as mesmas baboseiras. Eles nem ficam vermelhos nem tem a nobreza de dizer: no ano passado eu disse isso e não era real. Pior de tudo é ouvir esta gente. Jesus, com a indicação do futuro está querendo dizer que o cristão tem uma atitude tranqüila em toda esta confusão: estarmos de pé e serenos, pois já vencemos.
Jesus apresenta três níveis de caos: o primeiro é a confusão dos doutores e dos ensinamentos sobre a vinda de Cristo. Vemos isso em nosso tempo: Nunca se falou tanto de Jesus, mas nunca se disse tanto disparate. Cristo continua sendo crucificado em tantas palavras ocas que dizem ou dizemos. Cada um quer fazer Cristo a sua imagem. Com isso quer justificar uma fé humana e não o dom de Deus.
O segundo caos e confusão são os fenômenos da natureza e a convulsão das guerras. Não será ainda o fim. O mundo viveu sempre em guerras ou se preparando para as guerras. O comércio de armas continua a ciranda das guerras e das matanças dos inocentes e pequeninos. O mundo é dilacerado pelo coração endurecido dos poderosos e seus sequazes. As ideologias de morte sacrificam nações inteiras. Mas ainda não é o fim. É a confusão. Sem o evangelho de Jesus o homem será sempre um assassino de seu irmão. Pior ainda é matar em nome do Evangelho ou de Deus. Mas ainda não é o fim.
O terceiro caos é a perseguição por causa da fé. O século XX foi o século que mais derramou sangue por causa do nome de Jesus. Aí se justifica o evangelho deste domingo: “Eles matarão alguns de vós”. Se permanecerdes firmes ireis ganhar a vida. Permanecer em pé é passar da morte para a vida sem perder a vida. O profeta Malaquias, diz que “para vós nascerá o sol da justiça trazendo a salvação em suas asas”.
Estar de pé, não é uma atitude de orgulhosa valentia, mas a serena humildade de seguir Paulo que trabalha para comer o próprio pão para não ser pesado para os outros. Assim nós também, comamos nosso pão com tranqüilidade, não nos deixando enganar, permanecendo firmes em nossa fé durante a perseguição que sofremos, pois ele está conosco.
Leituras: Malaquias, 3,19-20a; 2 Tessalonicenses 3,7-12; Lucas 21,5-19)
Homilia do 33º
Domingo Comum (16.11.01)
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