segunda-feira, 25 de maio de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Pai amoroso

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Reerguestes o mundo decaído 
A liturgia no Tempo Comum leva-nos a penetrar no Mistério de Cristo, guiados pelo Espírito. Não vivemos a monotonia de textos que se seguem. Mas é uma permanente catequese vivenciada como apropriação do texto bíblico para torná-lo. É a missão do pedagogo, como nos ensinam os antigos mestres da fé. Toda essa força renovadora da Palavra. A oração da missa (Coleta) nos leva vivenciar os bens espirituais, uma vez que já fomos libertados pra gozar as eternas alegrias, lembrando a libertação que nos foi concedida. O profeta Isaias nos ensina que Deus conforta com generosas graças e consolação. Jerusalém é como a mãe que alimenta com o leite de seus seios generosos para plena consolação. Jerusalém símbolo fundamenta para o povo. É uma mãe: A renovação vai trazer a paz. E diz: “Eis que farei correr para ela a paz como um rio e glória das nações como torrentes”. A seguir faz a comparação com mãe num texto cheio de ternura: “Sereis amamentados, carregados ao colo e acariciados sobre os joelhos. Tudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará e vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se manifestará” (Is.66,12-14c). Essa linguagem pode parecer exagerada, mas as maravilhas do Senhor para seu povo seguem não um punhado de conceitos, mas muita força humana. O amor de Deus nos convence mais através dessas riquezas da maternidade do que um punhado de ideias. São boas, mas o escritor sagrado era mais e nos atinge onde necessitamos. É um amor de mãe, como dizia João Paulo I. 
Missão dos discípulos 
Com esse pano de fundo o evangelho nos instrui como devemos agir na evangelização. É bonito ver como Jesus confia aos seus o primeiro anúncio do Reino. Querendo mostrar que as promessas são realizáveis em Jesus. Ele corresponde ao sonho do profeta de ter um mundo renovado a partir do amor do Pai na construção da paz. Os conselhos de Jesus nos levam a compreender a renovação que vai acontecer. Mesmo reconhece a ação de Deus em cada um de nós: “Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar. “Vou contar-vos todo bem que ele me fez” Sl 65). Jesus envia setenta e dois discípulos que anunciam a presença atuante do Reino. Ele enviou esses discípulos, dois a dois. O testemunho é garantido pelo testemunho de duas pessoas. Não foram os apóstolos especificamente. Jesus dá, inclusive no evangelho proclamado hoje, a prática dos apóstolos em missão e anúncio de coisas práticas: Vão passar de casa em casa, comendo do que tiverem.. Vão levar a paz. Se não forem dignos, a paz volta. Quer dizer: não se perde o trabalho. Não estão passeando, por isso não devem ir de casa em casa. Não é somente uma visita, mas um momento de renovação, pois estão a serviço do Reino e devem exercer um ministério de cura: “Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem e curai os doentes”. 
Nova Criatura 
Nesse contexto de anúncio, Paulo como ministro da Palavra. Paulo nos leva a perceber os laços que há entre a missão e o missionário. Ele identifica sua missão com o evangelizador: identificar-se a Cristo Crucificado. Como Cristo está crucificado para o mundo. O que conta é criação nova. Paulo diz que traz em si as marcas de Cristo. As marcas são seus sofrimentos passados pelo evangelho. Se não tiverem identificação a Cristo sofredor, dificilmente poderá ser um discípulo anunciador do Evangelho. Leituras Isaias 66,10-14c; Salmo 65; Gálatas 6,14-18; Lucas 10,1-12.17-20. 
Afogando em um copo d’água. 
Quando nos propomos a uma evangelização, trabalhamos com um modelo intelectual. Jesus nos propõe um modelo mais profundo porque nasce da natureza das pessoas, filhos a serem amamentados. Para mostrar o valor do que buscamos, nos entregamos a Cristo a sua missão, buscando fazer em nós o que Jesus fez nele: Trago em meu corpo as marcas de Jesus. Que significa? Podemos pensar em seus sofrimentos físicos, suas feridas, ou que tenha recebido os estigmas. Prefiro dizer que são as feridas que sofreram por Cristo. Essas são evangelizadoras. A força renovadora da pregação nos enviados de Jesus transborda.

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