terça-feira, 26 de maio de 2020

Serva de Deus Maria Angélica Mastroti de Papasidero - 26 de maio

 
    Maria Angélica viveu em odor de santidade. Nasceu em Papasidero, Itália, em 4 de fevereiro de 1851, filha de Nicola Mastroti e Caetana Orofino, e foi batizada com o nome Maria Angélica Concetta Filomena Mastroti. As poucas descrições que temos disponíveis, retratam-na de baixa estatura, vestida de preto, com uma tez morena e uma constituição frágil. Desde cedo aprendeu a ler e escrever.
     Aos seis anos, atingida por uma tuberculose, foi acometida de atrozes sofrimentos que ela aceitou com serenidade como um "presente" de Deus, a quem incansavelmente dedicava uma devoção profunda, apesar da sua tenra idade. Foi sua mãe, durante as vigílias noturnas ao lado da cama da criança, que percebeu como sua filha pronunciava palavras incompreensíveis e tinha visões inexplicáveis.
     Em 1870, depois de treze anos de sofrimento, o primeiro "milagre": uma bela dama apareceu a Maria Angélica, exausta pela doença, predizendo sua recuperação.
     Os seus sofrimentos, entretanto, não cessaram: um cálculo na vesícula lhe causou um sofrimento indescritível até 1873, quando uma segunda assistência sobrenatural a libertou do mal, mas o seu desejo de expiação a fez mortificar seu corpo fazendo uso de cilícios, camas de espinhos e longos jejuns. Era habitual recusar comida para alimentar-se somente da Hóstia Consagrada.
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     Sua vida ascética resultou em êxtases frequentes durante os quais conversava com Nossa Senhora e com o Filho que a Virgem tinha nos braços. O envolvimento espiritual também teve consequências físicas. Com efeito, uma ferida se abriu espontaneamente no seu lado, de onde o sangue jorrava muitas vezes, e jamais foi curada.
     Em 1890, ela se mudou para Castelluccio Superiore com sua mãe, para acompanhar seu sobrinho Nicolau que ia entrar para o sacerdócio; ela se sentia particularmente responsável por ele, que havia perdido seus pais em menino. Naquela cidade fatos prodigiosos continuaram a ocorrer, de modo que sua fama se espalhou por todos os povoados vizinhos.
     Tudo isto é contado no livro Os Teus Olhos, do Arcebispo Dom Francisco Sirufo, que num escrito simples e fluido narra a vida extraordinária dessa mulher envolta - como ele próprio afirma na apresentação – em um misterioso silêncio inexplicável por parte das autoridades eclesiásticas da época. Após a sua morte - continua o monsenhor -, depois de um primeiro sucesso e de uma certa fama de santidade, a partir de 1900 parece ter caído no esquecimento: quase uma damnatio memoriae, confirmada de Bispo a Bispo.
    Maria Angélica morreu em 26 de maio de 1896 devido a uma paralisia cerebral causada por apoplexia fulminante, no momento em que se encontrava absorvida em oração. No quinto dia após a morte, seu corpo foi levado para a casa da família Orofino e aqui foi testemunhado um outro milagre: o corpo estava flexível e perfumado, como relatado pelo médico Pedro Gioia, encarregado pela família para sangrar o cadáver. O mesmo, alguns dias depois, fez uma pequena incisão em uma veia de Maria Angélica, de onde ele pode ver sangue saindo misturado com bolhas gasosas (o mesmo fenômeno acontecera muitos anos antes no cadáver do Beato Domenico Lentini).
     Há muitos episódios extraordinários relacionados com a vida de Maria Angélica: os milagres, as graças, das quais se beneficiaram tantas pessoas que constantemente mantiveram viva as recordações e a memória através de histórias transmitidas por mais de um século.
     Não há um pronunciamento oficial de beatificação da Serva de Deus, mas a cidade de Castelluccio venera Maria Angélica como beata, e no dia 26 de maio dedica a ela uma exposição e uma Missa, com visita ao cemitério onde se encontra o seu túmulo. Também participam deste evento os peregrinos de Papasidero, local de nascimento da Beata.
     Para torna-la conhecida e difundir sua vida, em 2009 foi instituída em Castelluccio Superiore a Associação Histórica e Cultural Amigos de Maria Angélica Mastroti, com sede na sua casa, também usada como museu. Visitando-o você pode aprofundar a história simples e extraordinária de uma mulher que fez da fé sua única e preciosa razão de viver.


Santuário de Na. Sra. de Constantinopla 
em Papasidero, Italia
Fontes:

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