quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Santa Martina (ou Martinha), Virgem e Mártir - 30 de janeiro

     Martina foi martirizada em 226 de acordo com alguns relatos ou, mais provavelmente, em 228, já durante o pontificado do Papa Urbano I, segundo outros.
     Filha de um ex-cônsul e órfã desde muito jovem, Martina testemunhou tão abertamente sua fé cristã que não conseguiu escapar das perseguições da época de Alexandre (Severo 222-235). Presa, recebeu ordens de prestar homenagens aos deuses romanos, o que ela se recusou a fazer.
     Segundo uma legenda de Santa Martina, após inúmeras torturas, como ela se recusava a prestar culto aos deuses pagãos, Alexandre ordenou que ela fosse levada ao anfiteatro a fim de ser exposta às feras, mas um leão, que lá foi deixado para devorá-la, veio deitar-se aos seus pés e começou a lamber suas feridas. Mas enquanto o levavam de volta à sua cova, o grande leão lançou-se sobre um conselheiro de Alexandre, devorando-o. Reconduzida à prisão, Martina foi ainda uma segunda vez levada ao templo de Diana e, como se recusasse a sacrificar aos ídolos, novamente foi o seu pobre corpo dilacerado. - "Martina, disse-lhe um dos carrascos, reconheça Diana como deusa e você será libertada”. - “Eu sou cristã e eu confesso Jesus Cristo".
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     Martina permaneceu todo esse tempo sem nada comer ou beber, cantando continuamente os louvores de Deus. Sem saber mais o que fazer, Alexandre ordenou que lhe cortassem a cabeça. O corpo de Martina permaneceu vários dias exposto em praça pública, protegido por duas águias que ficaram ao seu lado até o momento em que um certo Ritorius pôde lhe dar uma sepultura digna.
    Segundo alguns, no século VII existia em Roma uma capela consagrada a Santa Martina, à qual os peregrinos visitavam com grande devoção.
      As relíquias de Martina foram descobertas em 25 de outubro de 1634, em uma abóbada em ruínas, pelo pintor e arquiteto Pietro de Cortona durante a reforma da antiga igreja de Santi Luca e Martina, situada perto da Prisão Mamertina e dedicada a ela. O Papa Urbano VIII então ordenou que a igreja fosse reformada e foram compostos hinos de Santa Martina para o breviário, os quais deveriam, a partir daí, serem cantados nos cultos em homenagem à santa.
     A cidade de Roma a considera uma de suas padroeiras particulares. Sua festa é comemorada em 30 de janeiro.
Igreja de Santa Martina
     No início do período moderno acreditava-se que a Igreja de Santa Martina havia funcionado como o antigo Secretariado do Senado Romano para o Senado da Cúria (também conhecido como Julia Cúria), localizado no local que se tornou, no século VII, a Igreja de Santo Adriano. Naquela época acreditava-se que a Igreja de Santa Martina havia sido construída sobre as ruinas do Templo de Marte edificado pelo Imperador Augusto (27 a.C. – 14 d.C.)
     Este local foi identificado como um bom espaço para as relíquias de Santa Martina, porque o nome da santa soava como que derivando de Mars, no latim Mars, Martis; ou no italiano, Marte. Uma inscrição ainda existente no local em 1600, e com frequência reproduzida, celebra esta associação: “Martyrii gestans virgo Martina coronam / Eiecto hinc Martis numine, temala tener” (Martina, virgem mártir, vestindo a coroa / Marte expulso do poder. Em tradução livre.).
     Há informações conflitantes acerca de quando as relíquias da santa foram transferidas para a igreja e quando a igreja foi consagrada: se foi pelo Papa Silvestre I, durante o tempo do primeiro imperador cristão, Constantino o Grande (307-333); ou pelo Papa Alexandre IV (1254-1261) em 1256, por ocasião da nova consagração do local.
     A primeira alternativa abona a antiguidade da igreja. Além disso, esta identificação prestigiosa ligava a igreja à fundação da Cristandade, um período definindo Roma como a cidade papal. Tal conexão colocava a Igreja de Santa Martina dentro da orbita papal e, mais importante, ligava-a ao prestígio dos locais constantinianos.
Fontes:
Pe. Giry, Vida dos Santos, pgs. 62-64
Tradução e Adaptação: Gisèle do Prado giseledoprado70@gmail.com

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