Estamos em meio a Novena de Nossa Senhora do Bom Sucesso, que é celebrada no dia 2 de fevereiro, Festa da Apresentação do Menino Jesus no Templo e da Purificação de Nossa Senhora (também conhecida como Festa das Candeias).
Para alimentar nossa devoção a esta magnífica invocação à Nossa Senhora, relembramos alguns fatos relativos à sua confidente, Madre Mariana de Jesus Torres y Berriochoa.
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Nos séculos XV e XVI viveu em Quito, no Equador, uma freira espanhola cuja vida pouco conhecida, mas extraordinária, tem uma conexão direta com nossos dias. Madre Mariana de Jesus Torres y Berriochoa, uma freira da Ordem das Concepcionista, superou a já rígida disciplina de sua congregação nas tradicionais penitências que empreendeu. Além daquelas penitências, ela aceitou sacrifícios e sofrimentos sem precedentes que lhe foram diretamente solicitados por Nosso Senhor e Nossa Senhora.
Seu contato frequente com os seres celestiais e seus sofrimentos sobrenaturais contrastam com os caminhos do nosso século ímpio e são tão extraordinários em si mesmos que uma palavra precisa ser dita de suas credenciais.
Madre Mariana deixou um relato completo de sua vida por ordem de seus superiores. Este relato foi aprovado pelo Reverendíssimo décimo bispo de Quito, Pedro de Oviedo, o qual teve o privilégio de conhecê-la e dirigi-la. Além disso, com as recordações ainda vivas de todos os fatos extraordinários, não apenas de sua vida, mas também de suas oito santas companheiras, os Padres Franciscanos, que haviam sido seus diretores espirituais e irmãos, escreveram suas biografias.
Em 1650, quinze anos após a morte de Madre Mariana, Diego Rodríguez Docampo publicou uma história de sua vida endossada por um documento oficial do rei da Espanha e da Corte Real de Quito.
Entre 1760 e 1770, depois de novos fatos e documentação mais abundante, o Pe. Bartolomeu Ochoa de Alacano, um espanhol que vivia em Quito, publicou uma série de artigos que formaram um grande volume sobre Madre Mariana. Este trabalho recebeu circulação generalizada e resposta entusiástica nos mosteiros franciscanos da Espanha e Portugal. Este livro inclui crônicas do convento e o sermão pregado pelo bispo Oviedo no funeral de Madre Mariana.
Em 1790, o Frei Manuel Souza Pereira, O.F.M., publicou um extenso trabalho baseado nos documentos anteriores. O Pe. Souza Pereira, de ilustre linhagem portuguesa, ingressou no exército quando jovem. Uma série de eventos providenciais e várias aparições de Madre Mariana de Jesus convenceram-no de que seu verdadeiro chamado era para a Ordem Franciscana. Mais tarde, tendo sido enviado para Quito, ele se tornou conhecido pela austeridade de sua vida e virtude sólida. Um momento decisivo para ele foi um convite para acompanhar seu bispo ao claustro papal onde sua santa protetora havia vivido e morrido. Lá ele traçou seus passos e venerou seu corpo incorrupto. Com o coração em chamas, ele jurou não descansar até que tivesse terminado um relato completo, ao qual ele deu o título de A vida admirável da Madre Mariana de Jesus.
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Mariana Francisca, nasceu na Espanha em 1563, filha de Dom Diego Torres e Dona Maria Berriochoa, ambos nobres espanhóis e ardorosos católicos, e foi uma alma eleita desde o berço. Um episódio particular de sua infância aponta a incomum virtude que ela já demonstrava: um incêndio que atingiu a igreja próxima à sua casa impedia-a de ir adorar Jesus Sacramentado, deixando-a desolada. Pouco tempo depois, ela recebeu a 1ª Comunhão e, em uma visão mística, Jesus revelou-lhe a sua vocação religiosa. Sua vida foi um contato contínuo com o sobrenatural. As aparições de Nosso Senhor, de Sua Santa Mãe, de Santos e de demônios, eram-lhe frequentes
Aos 13 anos de idade, com sua tia Madre Maria, religiosa concepcionista, e mais algumas outras religiosas, foi para a cidade de Quito, no Equador, para a fundação do Mosteiro Real da Imaculada Conceição. No caminho o demônio apareceu querendo destruir a embarcação para que o Mosteiro não fosse fundado. Mas Nossa Senhora venceu o inimigo e as águas do mar se acalmaram, pois o demônio produzia grandes ondas a fim de afundar o navio.
Durante a tempestade, Mariana e sua tia viram no mar "uma serpente monstruosa de sete cabeças" que dizia: "Não permitirei a fundação; não permitirei que progrida; não permitirei que se conserve até o fim dos tempos e a todo momento a perseguirei".
De fato, nesse convento de Quito, haveria uma fidelidade prometida pelo Senhor: ali sempre existiria uma religiosa santa e o mosteiro serviria como uma espécie de para-raios, a fim de conter os castigos divinos sobre a humanidade.
Em Quito, Mariana, não tendo idade suficiente para a vida religiosa, limitava-se a ajudar sua tia "nas fainas domésticas e na instalação dos locais de trabalho da Comunidade". Mas, tão logo cresceu fez seu noviciado e professou seus votos, vivendo uma vida cheia de visões, experiências místicas e penitências rigorosíssimas.
Quando tinha 19 anos de idade, Madre Mariana é visitada por Jesus sofredor, que lhe mostra os castigos que cairão sobre os homens do século XX. Então, ela "viu três espadas sobre a cabeça do Santo Cristo, e que em cada uma dizia: castigarei a heresia, a blasfêmia e a impureza”. (...) A Santíssima Virgem disse então: 'Queres, minha filha, sacrificar-te por esse povo?'Ao que ela respondeu: 'Minha vontade está pronta'. E imediatamente as espadas se desprenderam do Santo Cristo, cravando-se no coração de Madre Mariana, a qual caiu morta pela violência da dor".
Nesse instante, Mariana apresenta-se diante de Deus. Jesus apresenta-lhe duas coroas – "uma de glória imortal, cuja formosura ela não podia exprimir e outra de açucenas cercadas de espinhos" – e pede-lhe que faça uma escolha. Ela, compreendendo o significado das duas coroas e aconselhada pela Virgem Santíssima, escolhe, "humilde e resignada, a coroa de açucenas coroada de espinhos e voltou ao mundo para sofrer".
Perseguida por religiosas que não queriam viver nem o rigor da regra franciscana nem uma vida de verdadeira penitência, aprisionada injustamente por quatro vezes, Madre Mariana aceitava resignada todas as humilhações e sofrimentos, oferecendo-as pelas pessoas do século XX.
No livro “A Vida Admirável da Rvda. Madre Mariana de Jesus Torres”, Frei Manuel relata pormenorizadamente as três mortes e as duas ressurreições de Madre Mariana, sua atuação como religiosa modelar, seus sofrimentos e lutas, os estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo (os quais ela recebeu aos 25 anos) e outros fatos extraordinários de sua admirável vida mística.
Seu corpo incorrupto se conserva, desde sua derradeira morte em 16 de janeiro de 1635, na capela de seu mosteiro.
Para conhecer mais detalhes, tais como a milagrosa execução da imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, as profecias de Nossa Senhora, etc. acesse o link abaixo:
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