PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA 51 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
Um escolhido que escolheu
Paulo narra sua história. Ele crê que foi escolhido por Deus. Vive como verdadeiro judeu, versado na lei, na prática religiosa e no ciúme por sua fé, como diz: “Eu sou judeu, nascido em Tarso na Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus, como acontece hoje convosco” (At 22,3). No zelo pela pureza da religião persegue os cristãos apoiando os chefes do povo para eliminar os que seguiam Jesus (At. 22,4-5). No caminho de Damasco tem seu encontro com Cristo que o “derrubou do cavalo”. Não que tenha caído do cavalo, mas tropeçou em Cristo que o escolheu. Viu a luz. Paulo, como os outros apóstolos, responde imediatamente: “Que devo fazer, Senhor?” Passou 3 dias nas trevas da cegueira física, mas, quem sabe, na luta interior para entender a forte experiência que tinha feito no encontro com Deus. Isso leva-nos a perceber que, buscando a verdade, nós sempre a encontraremos. Abrem-se seus olhos e ele é batizado (At 22,7-13). É a história de sua vocação que ele mostra aos judeus com a segurança de que não é contra a fé judaica, mas segue a fé dos antepassados que anuncia Cristo. Ele sintetiza em si a história do povo judeu que, vindo dos antepassados, passa necessariamente por Cristo. Paulo escolhe Cristo como um caminho coerente com a fé dos antepassados. A grande dor de Paulo é ver seu povo distanciado de Cristo (Rm 9,1-5). Cristo conquistou Paulo. Ele escreve: “Fui alcançado por Cristo” (Fl 3,12). Sua opção fundamental é viver Cristo: “Tudo considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor” (Fl 3,8). Para mim viver é Cristo, afirma com toda alegria (Fl, 1,21).
Plantando a Igreja
A missão de Paulo é anunciar Jesus Cristo, seguindo o preceito de Jesus: ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho da toda criatura (Mc 16,15). Ele escreve aos coríntios: “Pregar o Evangelho não é para mim um motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o Evangelho” (1Cor 16,16). Essa missão ele a faz com muito empenho, mesmo tendo que enfrentar os cristãos que, vindos do judaísmo, queriam impor as tradições judaicas. Fundou a Igreja no meio dos pagãos, como se definiu em Jerusalém com os apóstolos: Pedro anunciaria o evangelho aos judeus e Paulo aos pagãos (Gl 2,7). Ele estabeleceu comunidades por toda Ásia Menor e as acompanhou com amor de mãe. Foi incansável, passando por tantos perigos (2 Cor 11,26).
Indicando caminhos
Paulo nos indica caminhos muito claros para a vida cristã: definição por Cristo sem meias medidas. Viver é viver Cristo. Viver Cristo é anunciar Cristo. Anunciar Cristo é criar comunidades que se tornem viveiros de anunciadores do evangelho. Paulo não exclui companheiros em seu ministério. Ele envolve leigos, colaboradores. Estimula as comunidades a colaborarem com os fracos e pobres da comunidade de Jerusalém. Sabe acolher os fracos e estar com eles. Não se exime de enfrentar os que dificultam a evangelização, como ele diz, enfrentando Pedro (Gl 2,11). Cada Eucaristia nos estimula a viver esta mesma opção de Paulo: Para mim, viver é Cristo!
Domando cavalo bravo
A bíblia não fala de cavalo e até hoje Paulo anda caindo.
É impressionante a história deste homem. É um homem fiel a Deus em tudo e ao extremo. Perseguia os cristãos, depois de ser tomado por Jesus, faz tudo por Ele.
Ele é a base do cristianismo que temos. Como ele entendeu bem Jesus e sua Palavra.
O cavalo que derrubou Paulo foi sua fidelidade a Deus que o levou a encontrar Cristo. Em seu apego a Jesus ele amou profundamente a Igreja e por ele enfrentou tudo. Os fiéis era o seu coração.
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