segunda-feira, 21 de outubro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Voz que clama no deserto”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Alegrai-vos! 
O terceiro domingo do Advento lembra a alegria das primeiras luzes da chegada do Senhor que está perto (Antífona de entrada). Essa alegria é contagiante. Maria alegra-se em Deus pela misericordiosa mensagem da Encarnação. O mundo se alegra, pois o Espírito domina o Universo e realiza a profunda renovação revestindo-nos das vestes da Salvação (Is 61,10). Mudam-se as condições dos sofredores. Esse é o projeto de Deus que Jesus vem realizar e nos deixa para completá-la. O universo se renova para a vinda de Deus na pessoa de seu dileto Filho. É a proclamação do grande jubileu onde todas as coisas retornam a sua beleza, grandeza e força original. Dizemos que o mundo está mal. Deus não o vê assim, pois o Filho realizou a redenção para que tudo chegue à plenitude. Nós vemos com os olhos da humana fragilidade, Deus vê com os olhos do amor eterno. Deus não falha em seus projetos. A voz que clama do deserto o transforma num jardim florido. João testemunha a presença Daquele que está no meio de nós (Jo 1,26) e estimula a preparar o caminho. Essa palavra tão forte de João traz uma alegria. Não se espera mais. Ele já chegou. Viver o Advento é reviver essa alegria da chegada de Jesus para nos levar ao Pai e fazer memória de sua vinda no Tempo do Natal. A espiritualidade desse tempo nos estimula a ter sede da salvação e buscar o Senhor em seu mistério de Natal. João foi testemunha da luz. É o convite para também nós sabermos testemunhar a Luz. 
O Espírito do Senhor sobre mim 
O profeta Isaías (61.1-11), descreve a missão do Messias anunciado por João. O retrato falado de Jesus não mostra seu rosto, pois tem a feição de cada homem e de cada mulher. A descrição é aquilo que o Espírito Santo realiza Nele: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a boa nova aos humildes. Curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor” (Is 11-2ª). Essas qualidades do Messias são sua veste de salvação. Com ela o Espírito reveste todos que O acolhem. É a salvação integral para todos, de modo particular para os sofredores. Uma missão só será espiritual quando for capaz de transformar as realidades que mancham a imagem de Deus em cada pessoa. Todos aqueles que esperam a vinda do Senhor serão identificados pela marca do Senhor (Ap 7,3). Esta marca não é um traço, uma letra, uma cruz, mas é o distintivo de Jesus Cristo marcado pelo Espírito: missão de dar aos pobres a boa notícia: Deus vai cuidar de vocês. A fé cristã não é um punhado de regras e dogmas, mas é revestir-se com as vestes de salvação como Jesus esteve revestido do ministério que passou para nós. 
Alegria da salvação 
Continua o texto: “Exulto de alegria no Senhor e minh’alma regozija-se em meu Deus” (Is 61, 10). Essa é a unção com o óleo da alegria (Hb 1,9). A alegria da salvação reveste esse tempo do Natal que já perdeu muito para o comércio e para a idolatria da diversão. Só há Natal se for como o de Belém: Um Menino num cocho, atraindo a Si todos os que têm o coração purificado dos males do mundo. Desconhecido, Ele se fez nosso salvador. Por isso pedimos a capacidade de chegar às alegrias da salvação e celebrá-las com intenso jubilo na solene liturgia. Nossa missão é continuar a missão de João Batista que aplainava os caminhos para a chegada do Salvador. Aplainar os caminhos é transformar nosso mundo seguindo o caminho que Jesus fez para se encarnar.

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