quinta-feira, 27 de junho de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - Deus veio para todos

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Vimos sua estrela no Oriente. 
A Epifania é o segundo momento da Manifestação do Senhor. É o mesmo Mistério visto sob outro ângulo. O primeiro é o Natal, o terceiro é o Batismo de Jesus e o quarto é a manifestação aos discípulos em Caná. Deus se manifesta aos humildes do povo, aos Magos, aos judeus no batismo e por fim aos discípulos. Os Magos eram estudiosos do movimento dos astros. Eram homens de verdadeira ciência, pois conheciam os caminhos de Deus. Conheciam a profecia de Balaão: “Vejo, mas não agora, contemplo, mas não de perto: Um astro se levanta dos acampamentos de Jacó e se torna chefe” (Números, 24.17). Este astro não é a estrela dos presépios, mas o próprio Cristo. Quando a viram sobre o lugar onde estava Jesus, sentiram uma alegria muito grande. Entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua mãe. Adoraram e depois abriram seus cofres e ofereceram-Lhe presentes: ouro incenso e mirra. Sobre os Magos ficamos mais no nível da simbologia do que da história. O mais importante é ver o que significa a narrativa. Para isso temos as outras leituras. Os nomes Gaspar, Baltazar e Melquior também são simbólicos. São tradições bem posteriores. Suas “prováveis” relíquias estão em Colônia desde o ano de 1164. Tinham sido trazidas da Palestina para Constantinopla, levadas para Milão e daí para a Alemanha. O principal é a verdade do Evangelho: Jesus veio para todos. 
A grande revelação 
O profeta Isaias diz a Jerusalém: “Levanta-te Jerusalém porque chegou a tua luz”. Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti... O mundo em trevas vê uma luz (Is 60,2). Os Magos representam todos os povos pagãos que buscam Deus e O encontram em Jesus, revelação do Pai. São Paulo ensina na carta aos Efésios, que recebeu a revelação de Deus e teve conhecimento do mistério: “Todos os povos são admitidos à mesma herança, como membros do mesmo corpo são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho”. Deus é o Deus de todos. Não era essa a mentalidade judaica. Cristo veio para todos. Infelizmente, depois de 2.000 anos ainda temos uma imensa humanidade que ainda não recebeu este anúncio. Ainda temos que anunciar. No momento, em lugar de buscar novas formas, estamos esfriando o ardor missionário. Pode ser que nossa fé não seja suficiente para entusiasmar a missão. A Igreja está se embaraçando e se perdendo em ritualismos e legalismos, sem lembrar os males que obscurecem o anúncio do Evangelho. Há os que pensam que Deus não serve a nada.
Ofertas dos povos
A oferta de ouro, incenso e mirra significa que o Cristo que nasce e, que eles adoram, é o Senhor rei do universo a quem oferecem o ouro. É Deus, a quem oferecem o incenso de adoração. Mas é também o homem das dores, que participa de nossas fraquezas, dores e morte, por isso a mirra. Ela é uma resina que era usada para embalsamar cadáveres e servia de anestésico para a dor. Esta é a resposta que podemos dar ao Menino que nos foi dado. Herodes recusou e quis matá-Lo. Os Magos acolheram, adoraram e voltaram por outro caminho. Não fizeram o jogo de Herodes. Herodes continua vivo em tantos projetos que destroem a vida ou o coração dos pequeninos. Uma renovação da fé deve se espelhar na atitude manifestada por esses homens. Procurar Deus, mesmo através das ciências humanas. O conhecimento da Palavra de Deus fundamentará essa busca. E por-se a caminho, não deixando se envolver por ideologias que querem eliminar o Menino.

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