PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Celebrando o Mistério de Cristo
Iniciamos o Tempo Comum do Ano Litúrgico no qual não celebramos uma memória particular da vida do Senhor, como Natal, Páscoa, Ascensão, mas o Mistério de Cristo na sua globalidade. Neste tempo damos importância especial ao domingo como dia do Senhor e ao cotidiano da vida celebrado como presença do Senhor. Usamos a cor verde significando que vivemos voltados para a realização do Mistério Pascal de Cristo. Nada de nossa vida está fora da luz que emana de Cristo. No segundo domingo dos anos A, B e C, lemos o evangelho de João. É a apresentação de Jesus aos discípulos, como o faz hoje João Batista. Esse segundo domingo tem uma característica particular. Em Caná, manifestou-se sua glória e os discípulos creram nele. É uma continuação da Manifestação do Senhor no Natal e abertura da manifestação de Jesus no tempo de sua obra de anúncio do Reino. No período do Tempo Comum, também chamado Ordinário – segue a ordem – temos também a celebração dos santos e da Santíssima Virgem Maria, sempre chamada de Mãe de Deus. É o mistério de Cristo vivido pelos fiéis, como foi vivido em totalidade por Maria. Os santos são apresentados como modelos e intercessores. Eles viveram o Evangelho. Unidos a nós no Corpo de Cristo intercedem por nós na intercessão e mediação de Cristo. Maria, por ter estado unida a Cristo em todo o mistério da Salvação, continua unida a Ele na obra da Redenção. Cristo, seu Filho, unido a ela pela encarnação, continua unido na glorificação.
Eis o Cordeiro de Deus!
Jesus é chamado de Cordeiro de Deus. Colocamo-nos junto como os discípulos no seguimento de Jesus. A palavra de João Batista é clara: “Eis é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo... Este é o Filho de Deus. Ele está cheio do Espírito Santo” (Jo 1,29-34). Ele é a salvação que vai chegar até os confins do mundo. Esta salvação acontece quando acolhemos Jesus em nossa vida. Deus. A palavra cordeiro, talyâ’ em aramaico, significa servo, cordeiro, jovem, jovem de confiança e ainda pedaço de pão (Tomás Frederici). Abraão oferece um cordeiro no lugar de seu filho Isaac (Gn 22.13). No templo são oferecidos dois cordeiros por dia (Ex 29,39). Jeremias usa a imagem do cordeiro: “Mas eu, como um cordeiro manso, sou levado ao matadouro” (Jr 11,19; Is 53.7). São as atitudes de Cristo como redentor. Ele é sacrificado silenciosamente por nossos pecados. Os nômades usavam o sangue dos cordeirinhos sacrificados para afastar os maus espíritos e proteger os rebanhos. No Êxodo, os judeus passaram o sangue do cordeiro pascal nos umbrais das portas para serem protegidos. Assim Jesus com seu sangue perdoa os pecados, afasta de nós o mal e nos dá nova vida. Cristo é verdadeiro cordeiro pascal (1Cor 5,7). O Cordeiro sacrificado na Cruz é a luz das nações (Is 49,6). O livro do Apocalipse mostra que Ele é digno de toda honra. Ele estará no trono com Deus. Jesus é o Servo que é luz das nações (Is 49,6).
Seguidores de Cordeiro.
O Cordeiro os conduzirá (Ap. 7,17). Somos todos seguidores do Cordeiro. Jesus é o Servo que é luz das nações (Is 49,6). O sangue redentor de Jesus não é para poucos. A missão do Cordeiro continua no mundo através de seus discípulos, entre os quais sobressai Paulo que foi o primeiro a evangelizar os povos. Sua missão provém de um chamado especial: "Vai ao longe, é aos gentios que eu quero te enviar" (At 22.21). Seremos anunciadores na na força do Espírito Santo. Seremos luz para as nações, como o foram tantos santos. Sendo servos participamos do sacrifício de Cristo que veio para fazer a vontade do Pai (Sl 39,9).
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