PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Meditando
sobre a evangelização tendemos à desilusão diante das dificuldades e dos
resultados. Creio que o motivo seja o fato de esquecermos que o evangelizador é
Jesus. Pensamos que seja inútil ou que não conseguiremos nada. Então ficamos
acomodados e preferimos uma vida cômoda sem nos comprometermos até o fundo com
esse ministério. Observamos que é inexplicável como as pessoas começam a crer
somente tendo recebido tão pouco de nossa parte. “No caso de pensarmos que as
coisas não vão mudar, recordemos que Jesus Cristo triunfou sobre o pecado e a
morte e possui todo o poder” (EG 275). Papa Francisco continua: “Jesus vive verdadeiramente.
Caso contrário, ‘Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação”’ (1Cor 15,14) (EG 275). Desde os
primórdios da Igreja os discípulos sentiram sua grande cooperação no anúncio
que faziam (Mc 16,20).
Jesus continua sua missão de anunciar através de seus discípulos. Papa
Francisco acrescenta uma bela palavra: “Somos convidados a descobri-Lo e a
vivê-Lo. Cristo Ressuscitado e glorioso é a fonte profunda da nossa esperança,
e não nos faltará sua ajuda para cumprir a missão que nos confia” (EG 275). Não se trata
de convidar as pessoas para fazerem parte de nossa Igreja, mas sim mostrar que
Jesus Cristo vale mais que tudo. Podemos realizar tudo o que Ele fez para nos
comunicar a grande oferta do Pai que é viver em comunhão com Ele. Sem Ele a
vida não tem seu sentido. O discípulo deve sentir que devemos fazer tudo como
se dependesse só de nós, sabendo que tudo depende Dele. Estamos unidos a sua
evangelização. Ele dá sentido a todo gesto evangelizador.
1652.
O hoje de Deus
Os
mistérios da vida de Jesus não são narrativas do passado, como fatos de uma
história. São o hoje de Deus. A força
da Ressurreição permanece presente e atuante. “Se Jesus não ressuscitasse, vã
seria nossa fé”, como vimos acima. Seria em vão e inútil qualquer anúncio de
evangelização. Papa Francisco proclama: “A sua Ressurreição não é algo do
passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo...” (EG 276). Mesmo no
mais profundo das trevas, sempre aparece a luz da Ressurreição. Afinal Jesus
venceu o mal e a morte ( ). Hoje parecemos desiludidos com tudo o que acontece,
mas a esperança é persistente e faz reviver. “Esta é a força da Ressurreição, e
cada evangelizador é um instrumento desse dinamismo” (EG 277). Há muitas situações na Igreja
que necessitam de Ressurreição quando se acomoda e se entrega ao vazio. Nessa
condição o Evangelho fica sepultado sob muitas desculpas. Mas sua força
adormecida pode despertar.
1653.
Uma fé que acredita
Fé significa acreditar Nele,
acreditar que nos ama, que está vivo e é capaz de intervir, que não nos
abandona; que tira bem do que não é tão bom com seu poder e sua criatividade
infinita; acreditar que caminha vitorioso na história; acreditar que o Reino de
Deus já está presente no mundo. A Ressurreição de Cristo produz por toda parte
rebentos desse mundo novo que voltam a brotar. Ainda que os cortem, continua
Papa Francisco, voltam a despontar, porque a Ressurreição do Senhor já penetrou
a trama oculta desta história; porque Jesus não ressuscitou em vão. Não sabemos
como acontecerá, mas temos certeza. Mesmo que desapareça em algum lugar, volta
a renascer em outros (EG
279). Sem o Espírito não vamos longe, pois, “para manter vivo o ardor
missionário, é necessária confiança no Espírito Santo” (EG 280).
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