PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
2145. As ideologias que destroem
Papa
Francisco, em sua reflexão sobre a santidade, indica dois erros que destroem o
conteúdo autêntico do Evangelho. A vida cristã no mundo, mas não pode seguir as
ideologias do mundo. Deve evangelizá-las. Normalmente acontece o contrário. Uma
ideologia pode tirar o vigor evangélico da fé cristã. As ideologias levam para
dois erros nocivos. Primeiro: Cristãos que separam as exigências do Evangelho
de seu relacionamento pessoal com o Senhor, da união interior com Ele na graça.
Vemos o caso de S. Francisco que fez uma
opção fundamental pela pobreza para dar vida aos pobres. É o desapego total
para que o Senhor continuasse sua vida pobre no mundo, através dessa opção. Ele
vivia no tempo de uma Igreja rica e poderosa. Ele fez, como todos os outros
santos que viveram o desapego. Esses santos são aclamados por tantos. Mas
muitos o buscam só pelo lado “social”. Isso é consequência de sua escolha. Diz
o Papa em sua reflexão: “O cristianismo se transforma em uma espécie de ONG,
privando da beleza irradiante, como nos santos, como S. Francisco, Vicente de
Paulo, Tereza de Calcutá... Nem a oração, nem o amor a Deus, nem a leitura do
evangelho diminuíram a paixão e eficácia da sua dedicação ao próximo; antes
pelo contrário...” (GE 100). Tomaram como modelo Jesus. As idéias
e aspirações dos grandes líderes, são maravilhosas, só falta o miolo delas:
Jesus. Assim foram reconhecidos como imagens vivas de Jesus, santos.
2146. Ideologia da ausência
Há um segundo erro nas ideologias:
Assim diz o Papa: “Mas é nocivo e ideológico também o erro das pessoas que
vivem suspeitando do compromisso social dos outros, considerando-o algo de
superficial, mundano, secularizado, imanentista, comunista, populista; ou então
o relativizam como se houvesse outras coisas mais importantes” (GE 101) E dá um exemplo: A
defesa do nascituro deve ser total, mas é sagrada também a vida dos pobres que
já nasceram e se debatem na miséria, no abandono, na exclusão, no tráfico de
pessoas, na eutanásia encoberta de doentes e idosos privados de cuidados, nas
novas formas de escravatura, e em todas as formas de descarte. O ser humano, em
todas as circunstâncias deve ser total.
“Não podemos
propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde
alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do
consumo, ao mesmo tempo em que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua
vida passa e termina miseravelmente” (GE 101). Fé e vida andam juntas. É por
isso que a vitalidade do Evangelho se dilua em muitos setores da Igreja e são
apoiados os movimentos que buscam a santidade intimista sem o núcleo do
Evangelho, que é o amor.
2147. Problemas do mundo
Entre as muitas situações no mundo,
o Papa cita o caso dos migrantes. Na verdade, o mundo está se movendo. Isso não
é problema para muitos. Não podemos nos reger pelos políticos nem pelos que
dizem que isso não é problema da Igreja nem tem a ver com a fé. Podem dizer:
“Pensamos coisas mais sérias e teológicas”. Ou ficamos na piedade balofa e sem
compromisso evangélico com o mundo. Os pequenos gestos podem resolver muito. O
Papa cita S. Bento, que estabeleceu que as pessoas que passassem por ali fossem
hospedadas e recebidas como Cristo. Isso não atrapalha a vida do mosteiro, se o
peregrino for tratado como Cristo (GE 102). Já no Antigo
Testamento há mandamentos que mandam cuidar dos estrangeiros. E o motivo é:
“Porque foste estrangeiro na terra do Egito” (Lv 19,34). E dirá Isaias: “Então, a tua luz surgirá como a aurora” (Is 58, 7-8).
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