Evangelho
segundo S. Lucas 17,1-6.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É
inevitável que haja escândalos; mas ai daquele que os provoca. Melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma mó de moinho e o atirassem
ao mar, do que ser ocasião de pecado para um só destes pequeninos. Tende cuidado. Se teu irmão cometer uma ofensa, repreende-o, e, se ele se
arrepender, perdoa-lhe. Se te ofender sete vezes num dia e sete vezes vier ter contigo e te disser:
‘Estou arrependido’, tu lhe perdoarás». Os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé». O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta
amoreira: ‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela vos obedeceria».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Beato Charles de Foucauld (1858-1916),
eremita e missionário no Saara
Carta de 15/07/1916
Carta de 15/07/1916
«Perdoa-lhe»
O amor não consiste em sentirmos que amamos,
mas em querermos amar. Quando queremos amar, amamos; quando queremos amar acima
de tudo, amamos acima de tudo. Se acontecer sucumbirmos a uma tentação, é
porque o amor é demasiado fraco, não é porque ele não exista. Temos de chorar,
como S. Pedro, de nos arrepender, como S. Pedro, [...] mas, também como ele, de
dizer três vezes: «Amo-Te, amo-Te, amo-Te, Tu sabes que, apesar das minhas
fragilidades e dos meus pecados, eu Te amo» (Jo 21,15s).
Quanto ao amor que Jesus tem por nós, provou-o à abundância, para que nele acreditemos mesmo sem o sentirmos. Sentir que O amamos e que Ele nos ama seria o céu; mas o céu, salvo em raros momentos e com algumas exceções, não é aqui em baixo.
Quanto ao amor que Jesus tem por nós, provou-o à abundância, para que nele acreditemos mesmo sem o sentirmos. Sentir que O amamos e que Ele nos ama seria o céu; mas o céu, salvo em raros momentos e com algumas exceções, não é aqui em baixo.
Lembremos sempre uns aos outros esta dupla história: a das graças que Deus nos
deu pessoalmente desde o nascimento e a das nossas infidelidades; aí acharemos
[...] motivos infinitos para nos perdermos, com ilimitada confiança, no seu
amor. Ele ama-nos porque é bom, não porque nós sejamos bons; não é verdade que
as mães amam os filhos desencaminhados? E muitas razões havemos de encontrar
para nos enterrarmos na humildade e na falta de confiança em nós próprios.
Procuremos resgatar uma parte dos nossos pecados através do amor ao próximo, do
bem que fazemos ao próximo. A caridade para com o próximo, os esforços para
fazer bem aos outros são um excelente remédio para as tentações: é passar da
simples defesa ao contra-ataque.
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