Evangelho segundo S. Lucas 16,1-8.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem rico tinha um administrador
que foi denunciado por andar a desperdiçar os seus bens. Mandou chamá-lo e
disse-lhe: ‘Que é isto que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração,
porque já não podes continuar a administrar’. O administrador disse consigo:
‘Que hei de fazer, agora que o meu senhor me vai tirar a administração? Para
cavar não tenho forças, de mendigar tenho vergonha. Já sei o que hei de
fazer, para que, ao ser despedido da administração, alguém me receba em sua
casa’.
Mandou chamar um por um os devedores do seu senhor e disse ao
primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’. Ele respondeu: ‘Cem talhas de
azeite’. O administrador disse-lhe: ‘Toma a tua conta: senta-te depressa e
escreve cinquenta’. A seguir disse a outro: ‘E tu quanto deves?’ Ele
respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma a tua conta
e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, por ter
procedido com esperteza. De facto, os filhos deste mundo são mais espertos do
que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresinha do Menino Jesus
(1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Manuscrito autobiográfico B, 4r°
(Ed. Carmelo, 2000)
O bom uso das riquezas
Ó Jesus! Bem sei, o amor só com amor se
paga. Por isso procurei e encontrei a maneira de aliviar o meu coração dando-te
Amor por Amor. - «Utilizai as riquezas que pervertem para arranjardes amigos que
vos recebam nas moradas eternas» (Lc 16,9). Eis, Senhor, o conselho que dás aos
teus discípulos depois de lhes teres dito que «os filhos das trevas são mais
hábeis nos seus negócios que os filhos da luz». Filha da luz, compreendi que os
meus desejos de ser tudo, de abraçar todas as vocações, eram riquezas que me
poderiam perverter. Por isso servi-me delas para arranjar amigos. [...]
Lembrando-me da petição de Eliseu ao seu pai Elias quando ousou
pedir-lhe «o seu duplo espírito» (2Rs 2,9), apresentei-me diante dos Anjos e dos
Santos, e disse-lhes: «Sou a mais pequena das criaturas; conheço a minha miséria
e a minha fraqueza; mas sei também quanto os corações nobres e generosos gostam
de fazer bem. Suplico-vos, portanto, ó bem-aventurados habitantes do Céu!
Suplico-vos que me adoteis como filha. Só para vós será a glória que me fizerdes
alcançar; mas dignai-vos atender a minha prece. É temerária, bem sei: contudo,
ouso pedir-vos que me obtenhais o vosso duplo Amor.»
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