quarta-feira, 22 de julho de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Ser como o Pai do Céu”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
As novidades de Jesus
            Na última ceia Jesus disse: “Dou-vos um mandamento novo; que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,34-35). Ele é o modelo que os cristãos seguem para viver. Depois das bem-aventuranças, explica como se vive esse mandamento novo do amor. Jesus vai aos detalhes. O amor não é uma idéia, é uma prática. Se quisermos segui-lO, passamos por esse caminho e por esse programa de vida. Lucas escreve como Mateus (5-7). São os mesmos ensinamentos de modo resumido. Nesse texto Jesus dá a virada evangélica e rompe com indicações do Antigo Testamento. Não há outro jeito de ser cristão. Jesus é claro: o discípulo deve amar o inimigo em lugar de odiar e vingar-se o que pareceria natural; deve abençoar quem o amaldiçoa; rezar por quem o calunia. Assim o mal se desenvolveria? É possível uma sociedade com essas leis e princípios que Jesus oferece? Chega-se ao mais prático ainda: dar a face, deixar-se roubar, dar a quem pede, não pedir o que foi emprestado. Não fazer aos outros o que não queremos que nos façam. Jesus explica que o amar só quem nos ama, é obvio e não resolve nada. Se amarmos e não esperarmos recompensa seremos como o Pai que é bom também com os ingratos e maus (35). A novidade de Jesus é colocar o Pai como exemplo. Aí dá certo. Como em Jesus tudo passa pela encarnação, é passando pelo próximo que chegamos a Ele. O mal é não ser bom como o Pai. O jubileu do Espírito é a misericórdia não julga ninguém, não condena; perdoa. Aí a medida vai ser repleta, sacudida e nós a colocamos nas mãos de Deus. Como medimos seremos medidos.
A utopia cristã
            Olhando bem esses textos pensamos que isso é uma utopia, palavras bonitas que nunca vão ser realizadas. Não é bem verdade, pois Jesus já o realizou. “Dei-vos o exemplo para que, como vos fiz, também vós o façais” (Jo 13,15). Jesus morre perdoando os seus algozes: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). É possível implantar esse programa, pois funciona. Paulo afirma: “Não te deixes vencer do mal, mas vencei o mal com o bem” (Rm 12,21). É a loucura da cruz: “Enquanto os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria, nós anunciamos Cristo crucificado (...)  Pois o que é loucura de Deus, é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1Cor 1,22.25). A utopia pode parecer um lugar inexistente, mas ela é o único lugar de encontrar e compreender Jesus e sua missão. Lemos em 1 Samuel 26, o que fez Davi. Conhecemos as loucuras dos santos e deu certo. Trata-se de conhecer os verdadeiros valores. O mundo vive de outros princípios. Nós sabemos que entre nós não deve ser assim (Lc 22,26). Trata-se da inteligência dos verdadeiros valores
À imagem do homem espiritual

            Paulo, resume todos esses pensamentos dizendo-nos que devemos “refletir a imagem do homem celeste” (1 Cor 15,49). O homem celeste feito à imagem de Cristo que está em oposição ao homem terrestre, Adão, que foi tirado da terra. O homem espiritual apesar de não ter sido feito da terra, permanece na terra. Jesus levou os discípulos da montanha para meio do povo. Tudo o que é verdadeiramente humano e natural, pertence ao homem espiritual. Cristo não veio a nós como um ser fora do mundo, mas viveu em tudo a condição humana, menos rompendo com o modo de ser do Pai.

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