sexta-feira, 31 de julho de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Festa de São José”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
José, o homem justo
            Todas as histórias de amor são bonitas. Mais bonita ainda é a história de amor de Deus para com Seu povo. E muito nos encanta ver como Deus uniu ao seu plano de amor pessoas simples do povo. Deus escolheu pessoas e associou-as a Seu mistério de Redenção, desde a encarnação até o momento atual da história. Entre essas pessoas, salienta-se a presença de Maria e José. Maria em um sentido dos privilégios é uma figura única. Por outro lado temos o homem José que, sem grandes privilégios, participa vida de Cristo de um modo particular e especial. Assim escreve Mateus: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. E José, seu esposo, sendo justo, e não a querendo difamá-la, resolveu repudiá-la secretamente” (Mt 1,18-19). José entra na história como o homem justo. Resume em si toda a vida de santidade dos patriarcas, tornando-se ele o último patriarca do Antigo Testamento e o primeiro do novo. Ser justo tem muito a ver com Deus que é amor e justiça. Justiça é santidade. É justo que não quer acobertar com seu nome um filho que não era seu. Também não quer levar à desonra sua querida esposa, tão jovem e linda. Essa desonra, como nos descreve o Deuteronômio, era o apedrejamento. José não suportaria ver sua linda esposa (noiva) sendo apedrejada. Note-se aí a intensidade de amor existente entre esses dois jovens, responsáveis agora pelo Verbo Eterno feito Homem.
Homem de Deus
            Em toda sua crise pré-matrimonial e as situações que viveu durante o tempo que viveu com Maria e Jesus, uma coisa salta à vista: era movido pela presença de Deus. Por mais que o tenhamos como um homem ativo, um carpinteiro. Ouvi uma explicação que seu trabalho era fazer a cobertura das casas. Era pesado. Mas era um homem místico, modelo de contemplativo no puro sentido. Desenvolveu suas ações, envolto de silêncio, num clima de profunda contemplação. Ele tem a graça de uma íntima união com Cristo que é seu modo de paternidade. Participa intimamente das etapas da vida de Cristo, com Maria, no nível profundo de serviço amoroso. Coopera com o mistério da Salvação. Que profundidade de amor recíproco! Seu amor paterno influenciava o amor filial de Jesus. Essa união tão amorosa realiza o projeto de Deus que ama seu povo. A humanidade de Jesus conduz sua alma a mais profunda união com Deus. O casal vivia a permanente visão de Deus, através do véu da humanidade de Jesus. Imaginemos José contemplando seu garotão, homem feito, e Jesus, que conhecia o que havia no coração do homem, correspondia àquele olhar. Mística é também ser contemplado por Deus, Jesus, o Filho.
Homem do povo

            A ligação de José com seu povo era muito simpática. Todos diziam de Jesus: É O Filho de José. Para o povo, José era como um sobrenome de Jesus. A tradição nos mostra José como um senhor já idoso, com um lírio nas mãos. Por que? O livro chamado “Evangelho de São Tiago”, tentou preencher as “lacunas” que pensam haver nos evangelhos verdadeiros. Era um evangelho apócrifo. Pode ter coisas que correspondem à história, mas a maioria é fantasiosa. Para mim, José e Maria eram jovens normais de sua comunidade e continuaram assim. Se fosse um mais idoso, não teria marcado tanto a memória do povo, e Jesus, seria mais conhecido como o Filho de Maria. Como carpinteiro viveu no meio do povo e ali fez conhecido seu “filho”, o herdeiro de sua profissão. Era um deles. A vida normal de José estimula-nos a ter a nossa tenha sempre, sob o olhar de Jesus.

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