Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Naquele
tempo, o Senhor designou setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à
sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. Disse-lhes:
«A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da
messe que mande trabalhadores para a sua messe. Ide! Envio-vos como
cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem
sandálias; e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho. Em qualquer
casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!' E, se lá
houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para
vós. Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o
trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Em qualquer
cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, curai
os doentes que nela houver e dizei-lhes: 'O Reino de Deus já está próximo de
vós.'
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de
Constantinopla, doutor da Igreja
3ª Homilia sobre a inscrição dos Actos dos
Apóstolos; PG 51,87
São Lucas, evangelista: «Resolvi […] expor-tos por escrito»
(1,3)
A leitura das Sagradas Escrituras é um prado
espiritual e um paraíso de delícias, bem mais agradável do que o Paraíso de
outrora. Deus não plantou este paraíso na terra, mas nas almas dos fiéis. Não o
plantou no Éden nem no Oriente, num local específico (Gn 2,8), mas espalhou-o
por todo o mundo, até aos confins da terra habitada. E, uma vez que compreendes
que ele espalhou as Sagradas Escrituras por toda a terra habitada, escuta o
profeta que diz: «Por toda a terra caminha o seu eco, até aos confins do
universo a sua palavra» (Sl 18,5; Rom 10,18). […]
Este paraíso
também tem uma fonte, como o de outrora (Gn 2,6.10), fonte de onde nascem
inúmeros rios. […] Quem o diz? O próprio Deus, que nos dá todos estes rios: «Do
seio daquele que acredita em Mim correrão rios de água viva, como diz a
Escritura» (Jo 7,38). […] Esta fonte é incomparável, não apenas pela sua
abundância, mas também pela sua natureza; com efeito, dela não jorram rios de
água, mas os dons do Espírito. Esta fonte divide-se por todas as almas dos
fiéis, mas não fica por isso diminuída: divide-se, mas não se esgota. […]
Inteira em nós e inteira em cada um: tais são, com efeito, os dons do Espírito.
Queres saber qual é a abundância destes rios ? Queres saber a
natureza destas águas? Em que é que elas são diferentes das águas aqui da terra,
porque são melhores e mais magníficas? Escuta novamente Cristo, quando fala com
a Samaritana, e compreenderás a abundância da fonte: «Porque a água que Eu lhe
der tornar-se-á nele uma nascente de água a jorrar para a vida eterna» (Jo
4,14). […] Também queres conhecer a sua natureza? Utiliza-a! Na verdade, ela não
é útil para a vida aqui na terra, mas sim para a vida eterna. Passemos, pois, o
nosso tempo neste paraíso: sejamos convidados a beber desta nascente.
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