Evangelho segundo S. Lucas 13,22-30.
Naquele
tempo, Jesus percorria cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. Disse-lhe alguém: «Senhor, são poucos os que se salvam?» Ele respondeu-lhes: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos
tentarão entrar sem o conseguir.
Uma vez que o dono da casa se levante e
feche a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: 'Abre-nos, Senhor!' Mas ele
há-de responder-vos: 'Não sei de onde sois.'Começareis, então, a dizer:
'Comemos e bebemos contigo e Tu ensinaste nas nossas praças.'Responder-vos-á: 'Repito vos que não sei de onde sois. Apartai-vos de mim,
todos os que praticais a iniquidade.' Lá haverá pranto e ranger de dentes,
quando virdes Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas no Reino de Deus, e vós a
serdes postos fora. Hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul,
sentar-se à mesa no Reino de Deus. E há últimos que serão dos primeiros e
primeiros que serão dos últimos.»
Da Bíblia Sagrada - Edição
dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa
«Revelações do amor divino», cap. 39
«Participar no festim no reino de Deus»
[Quando o pecador reconhece o seu pecado,] a
graça divina faz nascer um arrependimento, uma compaixão e uma verdadeira sede
de Deus tão grandes, que o pecador, subitamente liberto do pecado e da dor, se
levanta. […] O arrependimento purifica-nos, a compaixão prepara-nos, a
verdadeira sede de Deus torna-nos dignos. Segundo a minha forma de entender, eis
os três meios através dos quais as almas vão para o céu – isto é, as que pecaram
na Terra e que serão salvas. Porque qualquer alma pecadora deve ser curada por
estes três remédios. Apesar de curada, as suas feridas permanecem diante de
Deus, não tanto como feridas, mas como sinais gloriosos. Em contrapartida da
nossa punição na Terra pelo sofrimento e pela penitência, no céu seremos
recompensados pelo amor benfazejo de Nosso Senhor. […] Ele considera o pecado
dos que O amam uma tristeza e um sofrimento; mas, devido à sua morte, este
pecado não tem de os condenar. A recompensa que receberemos não é mínima, mas
eminente, honrosa, gloriosa; e, deste modo, a vergonha transformar-se-á em
glória e em alegria.
Porque, na sua benevolência, Nosso Senhor não
quer que os seus servos desesperem após as suas quedas frequentes e lamentáveis;
as nossas quedas não O impedem de nos amar. […] Ele quer que saibamos que Ele é
o fundamento de toda a nossa vida no amor e, mais ainda, que Ele é o nosso
protector eterno, defendendo-nos com força contra todos os inimigos que se
encarniçam furiosamente contra nós. E de facto, temos uma grande necessidade
dele pois damos frequentemente azo a isso pelas nossas quedas.
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