quinta-feira, 16 de outubro de 2014

EVANGELHO DO DIA 16 DE OUTUBRO

Evangelho segundo S. Lucas 11,47-54.
Naquele tempo, disse o Senhor aos doutores da lei: «Ai de vós, que edificais os túmulos dos profetas, quando os vossos pais é que os mataram! Assim, dais testemunho e aprovação aos actos dos vossos pais, porque eles mataram-nos e vós edificais-lhes sepulcros. Por isso mesmo é que a Sabedoria de Deus disse: 'Hei-de enviar-lhes profetas e apóstolos, a alguns dos quais darão a morte e a outros perseguirão, a fim de que se peça contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o santuário.' Sim, Eu vo-lo digo, serão pedidas contas a esta geração. Ai de vós, doutores da Lei, porque vos apoderastes da chave da ciência: vós próprios não entrastes e impedistes a entrada àqueles que queriam entrar!» Quando saiu dali, os doutores da Lei e os fariseus começaram a pressioná-lo fortemente com perguntas e a fazê-lo falar sobre muitos assuntos, armando-lhe ciladas e procurando apanhar-lhe alguma palavra para o acusarem. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Balduíno de Ford (?-c. 1190), abade cisterciense, depois bispo 
O Sacramento do altar, II, 1; SC 93 
«Eles começaram a pressioná-Lo fortemente, armando-Lhe ciladas»

«Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho único» (Jo 3,16). Este Filho único «foi oferecido», não porque os seus inimigos prevaleceram, mas «porque Ele próprio o quis» (Is 53,10-11). «Amou os seus e amou-os até ao fim» (Jo 13,1). O fim é a morte, aceite por aqueles que ama; eis o fim de toda a perfeição, o fim do amor perfeito, porque «ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13). 
Na morte de Cristo, este seu amor foi mais poderoso do que o ódio dos seus inimigos; pois o ódio fez apenas o que o amor lhe permitia. Judas, ou os inimigos de Cristo, entregaram-No à morte por um ódio maldoso. O Pai entregou o seu Filho e o Filho entregou-se a Si mesmo por amor (Rom 8,32; Gal 2,20). Mas o amor não é culpado de traição; está inocente, mesmo quando Cristo morre por sua causa. Porque apenas o amor pode fazer impunemente o que lhe agrada. Apenas o amor pode coagir Deus e como que impor-se a Ele. Foi ele que O fez descer do céu e O pôs na cruz, ele que derramou o sangue de Cristo para remissão dos pecados, num acto tão inocente como salutar. Todas as nossas acções para a salvação do mundo são, então, devidas ao amor. E este insta-nos, por uma lógica que se nos impõe, a amar Cristo tanto quanto outros O odiaram. 

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