segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Cornélio de Roma Papa, Santo + 253

Devido à violência da perseguição de Décio, a sede pontifical de Roma esteve vacante por mais de doze meses depois do martírio do Papa São Fabiano, até que o sacerdote Cornélio foi eleito Papa. Entretanto, os primeiros problemas do novo Papa surgiram nem tanto do poder secular mas mais ainda das dissensões internas, mesmo se estas tinham a sua origem na mesma perseguição. Com efeito, ele teve igualmente de se opor ao cisma de Novaciano : este não aceitava que aqueles que durante a perseguição tinham apostatado, fossem de novo reintegrados no seio da comunidade cristã, mesmo depois de pedirem perdão : não podiam ser perdoados, dizia o cismático. Neste período os cristãos se deviam apresentar ao magistrado e requerer o libellus, isto é, um certificado que os declarasse cidadãos dignos, precedendo naturalmente a simples formalidade de jogar alguns grãos de incenso no braseiro diante de um ídolo. A essa apostasia obrigatória muitos fugiram com astúcia corrompendo certos funcionários, que, mediante quantias de dinheiro, lhes concediam tais certificados. Estes cristãos foram chamados de libelados. A perseguição contra os cristãos intensificou-se de novo, e o Papa foi banido do Centumcellae e enviado para Civitavecchia, onde o santo Papa sofreu muitas penúrias, fadigas e sofrimentos e aí acabou por morrer. São Cipriano, Bispo de Cartago e que tinha uma profunda amizade com o Papa, escreveu-lhe uma carta congratulatória por ter podido gozar da felicidade de sofrer por Cristo e pela glória de sua Igreja, já que nenhum só de seus cristãos tinha renegado de sua fé. A amizade de São Cipriano foi o grande apoio do Papa São Cornélio como Supremo Pontífice e como defensor da Igreja contra o rigorismo de Novaciano, e a estreita associação entre ambos se reconheceu, após, como muito valiosa. Os restos mortais de São Cornélio foram conduzidos à Roma e sepultados no cemitério de São Calisto.
A comemoração destes dois mártires, no mesmo dia, é muito antiga. O Martirológio de São Jerônimo já os celebrava juntos. Esta data escolhida indica, em particular, a renúncia ao trono papal do primeiro e a morte do segundo por decapitação.
Cornélio, o Papa da mansidão 
Em Roma, no ano 251, após alguns anos de cargo vacante, devido à perseguição de Décio, Cornélio foi eleito Papa: era um romano, talvez de origens nobres, mas, certamente, reconhecido como homem de fé, justo e amoroso. Porém, a sua eleição não foi aceita pelo herege Novaciano, que se fez consagrar antipapa e promoveu um cisma precisamente na Cidade de Roma. Cornélio - que apoiava à distância o Bispo Cipriano – foi acusado de ser muito manso com os "lapsos": estes eram apóstatas, que retornavam à Igreja, sem as devidas penitências, mas simplesmente com a apresentação de um certificado de reconciliação, obtido de algum suposto confessor. Além do mais, uma epidemia abateu-se sobre Roma e, depois, teve início também a perseguição anticristã de Galo. O Papa Cornélio foi exilado e preso em Civitavecchia, onde faleceu, mas foi sepultado nas catacumbas de São Calisto, em Roma. 
Cipriano, Bispo convertido 
Cipriano nasceu em Cartago, no ano 210: era um hábil retórico, que exercia a profissão de advogado. Certo dia, ao ouvir a palavra de Jesus, converteu-se ao Cristianismo. Transcorria o ano 246. Graças à sua fama de intelectual, foi imediatamente ordenado sacerdote e consagrado Bispo da sua cidade. Mas, em Cartago, a situação dos cristãos não era fácil: agravaram-se as perseguições de Décio, depois de Galo, Valeriano e Galieno. Assim, muitos fiéis, ao invés de morrer, decidiram voltar ao paganismo. Com o tempo, alguns se arrependeram, mas a conduta de acolhida e benevolência do Bispo Cipriano com eles não foi aceita pelos rigoristas. Envolvido na contenda dos "lapsos", lutou contra o Padre Novato, que apoiava o antipapa Novaciano, e contra o diácono Felicissimo, que havia eleito Fortunato como antibispo. Em 252, Cipriano conseguiu convocar um Concílio em Cartago para condená-los, enquanto o Papa Cornélio, em Roma, confirmava a excomunhão deles. Durante a perseguição de Valeriano, o clandestino Cipriano retornou a Cartago, para dar testemunho da fé, mas ali foi martirizado.

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