José Toniolo nasceu em 1845, em Treviso, numa Itália ainda desunida e em Revolução Industrial. Com 22 anos licencia-se em Direito pela Universidade de Pádua. Depois de iniciar a sua carreira docente nesta Universidade passa pelas Universidades de Veneza, Modena e Pisa onde ensina Economia Política, Estatística e Direito Administrativo.
O ano de 1878 é duplamente significativo na vida de Toniolo: em Fevereiro, o cardeal Vincenzo Pecci é eleito Papa, ficando conhecido por Leão XIII; em Setembro, o jovem professor casa com Maria Schiratti, com quem irá ter 7 filhos.
Desde cedo Toniolo percebe que a sua santificação passa pelo trabalho e pela família, ou seja, como dirá o Concílio Vaticano II um século depois, através das “condições, tarefas e circunstâncias da própria vida” (vd. Lumen Gentium, 41).
Como professor de Economia defende o primado da Ética sobre a Economia, dirigindo-se diretamente aos problemas mais prementes da sua época: a condenação do trabalho infantil, a limitação das horas de trabalho, o estabelecimento dos dias de descanso, o pagamento do «salário justo». Não é pois de estranhar que o seu pensamento tenha influenciado o Papa Leão XIII na redação da encíclica Rerum Novarum (1891). Este «documento imortal», como lhe chamou Pio XI 40 anos mais tarde, fundou o que hoje é conhecido por Doutrina Social da Igreja.
José Toniolo esteve envolvido na reorganização da Ação Católica Italiana e na idealização da Universidade Católica do Sagrado Coração.
A 7 de Outubro de 1918, Toniolo morre em Pisa com fama de santidade, sendo beatificado em 29 de abril de 2012.
Toniolo recorda-nos que o amor e a fidelidade à história e à sociedade, numa palavra, ao homem, são mais verdadeiros e eficazes quanto mais nascerem do desejo de Deus, do qual assumem regra e substância, para não fracassar e se precipitar no seu contrário. Como o século XX, depois da morte de Toniolo, eloquentemente demonstrou.
“A mensagem do beato José Toniolo é de grande atualidade, especialmente neste tempo: indica a via do primado da pessoa humana e da solidariedade.” Papa Bento XVI, 29 de abril de 2012
“O Beato José Toniolo, um leigo católico que apesar das dificuldades soube percorrer caminhos profícuos "para trabalhar na busca e na construção do bem comum", seu exemplo "constitui um estímulo sempre válido para os católicos leigos de hoje para que procurem vias eficazes para a mesma finalidade".
Papa Francisco 14 de setembro de 2013
O Postulador da causa de sua beatificação, Padre Domenico Sorrentino, o define: “um homem apaixonado por Cristo e pela Igreja”, “um leigo comprometido por uma economia ética na época, a sua, do mais duro e injusto capitalismo; um defensor convicto da presença dos católicos na política numa época em que o ‘non expedit’ (não é permitido) proibia sua participação: um convite premente a não ficar só num compromisso caritativo assistencial, mas a ir à raiz dos problemas com soluções também político-econômicas”
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