quinta-feira, 1 de julho de 2021

EVANGELHO DO DIA 1 DE JULHO

Evangelho segundo São Mateus 9,1-8. 
Naquele tempo, Jesus subiu para um barco, atravessou o mar e foi para a cidade de Cafarnaum. Apresentaram-Lhe então um paralítico que jazia numa enxerga. Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico: «Filho, tem confiança; os teus pecados estão perdoados». Alguns escribas disseram para consigo: «Este homem está a blasfemar». Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: «Porque pensais mal em vossos corações? Na verdade, que é mais fácil: dizer: "Os teus pecados estão perdoados" ou dizer: "Levanta-te e anda"? Pois bem. Para saberdes que o Filho do homem tem na Terra o poder de perdoar os pecados, levanta-te», disse Ele ao paralítico, «toma a tua enxerga e vai para casa». O homem levantou-se e foi para casa. Ao ver isto, a multidão ficou cheia de temor e glorificava a Deus por ter dado tal poder aos homens. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Crisóstomo(345-407) 
Presbítero de Antioquia, 
bispo de Constantinopla, 
doutor da Igreja 
Homilias sobre o Evangelho de Mateus,29,1
«Quem pode perdoar pecados senão Deus?»
(Mc 2,7) 
«Apresentaram-Lhe então um paralítico». 
São Mateus diz simplesmente que esse paralítico foi levado a Jesus. Os outros evangelistas narram que foi descido por uma abertura no teto e apresentado ao Salvador sem nada pedir, deixando que fosse Ele a decidir sobre a cura. Prossegue o evangelho: «Ao ver a fé daquela gente», isto é, dos que Lhe tinham levado o paralítico. Reparai que, algumas vezes, Cristo não faz caso nenhum da fé do doente: talvez porque ele seja incapaz de a ter, por estar inconsciente ou possuído por um espírito mau. Mas este paralítico tinha uma grande confiança em Jesus e Cristo responde a essa confiança com um prodígio extraordinário: com o poder que é próprio de Deus, perdoa-lhe os pecados, mostrando assim que é igual ao Pai, como já tinha mostrado quando dissera ao leproso: «Quero, fica purificado!» (Mt 8,3), quando, com uma só palavra, tinha acalmado o mar em fúria (cf Mt 8,26) e quando, como Deus, tinha expulsado os demónios, que reconheciam nele o seu soberano e o seu juiz (cf Mt 8,32). Aqui, mostra aos seus adversários, para grande espanto destes, que é igual ao Pai. E o Salvador mostra também, mais uma vez, que rejeita o que é espetacular ou fonte de glória vã: a multidão pressiona-O de todos os lados, mas Ele não tem pressa em fazer um milagre visível, curando a paralisia exterior desse homem; começa, pois, por fazer um milagre invisível, curando-lhe a alma, cura infinitamente mais vantajosa para o homem — e, na aparência, menos gloriosa para Cristo.

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