quarta-feira, 28 de julho de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE

Madeira marcada pelo vento.
 
O ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi trazido de Creta. A madeira tem 54 por 41,5 cm. Quando se restaurou o quadro em 1995, notou-se que é uma madeira cheia de nervos, o que denota sua origem de uma região de muito vento. Vento é o símbolo do Espírito Santo. Podemos ver um símbolo da íntima união de Maria com a vida e missão de Jesus que era conduzido pelo Espírito Santo O ícone (pintura) de Nossa Senhora sobre a madeira traz Jesus, a Virgem Maria e os instrumentos da Paixão. As inscrições dizem Jesus Cristo e Mãe de Deus. Na tradição oriental ela é a Senhora da Paixão (para nós, Nossa Senhora das Dores). Mas, nós a chamamos N.S.P.Socorro. Ela é a mãe unida ao Filho. Tem a séria doçura do Espírito que enche de força sua misericordiosa e terna compaixão, como percebemos em seus olhos. Podemos assim compreender que ter Maria como intercessora em nosso favor junto a seu Filho é acolher o dom do Espírito que nos levará a ter a mesma compaixão pelos pequenos e sofredoras. Os olhos da Virgem são grandes, significando a visão que tem de Deus. Seus olhos estão voltados não para o Filho que ela sustem nos braços, mas para aqueles que a ela dirigem seus olhares suplicantes. Maria é solícita para com todos como o foi nas bodas de Caná. A partir do momento em que nos foi dada como mãe, na Cruz, adota-nos e cuida de nós, sempre movida pelo Espírito Santo. 
Mãos que se entrelaçam. 
O ícone de N.S.P.Socorro tem as características da pintura oriental. É um quadro a ser contemplado. Na realidade, o que no anúncio da pregação se faz através das palavras, na pintura faz-se através das imagens pintadas. A pintura é uma Hodighitria, isto é, Maria caminho para Cristo. Maria tem as mãos estendidas na direção do Filho. Ela é o caminho que Conduz ao Filho. A meta da devoção a Maria é seu Filho Jesus. Ela não substitui a mediação do Filho, mas envolve-se nela. O interessante é que o Filho acolhe esta mediação intercessora pegando a mão de Maria. Ela é o caminho que leva a Jesus que é caminho, verdade e vida. Ter afeto à Mãe do Perpétuo Socorro é buscar com ela o Filho. Outro tipo é a Senhora da Paixão. Seu filho é o homem das dores, pois os anjos trazem os instrumentos da Paixão e os apresentam. Jesus encontra socorro nos braços de Maria ao se “assustar” com os instrumentos da Paixão. Assim, os fiéis, assustados com as dores da vida podem encontrar em Maria o regaço acolhedor. Seguro em suas mãos, o Menino sente-se em paz e pode estar a salvo. S. Afonso diz que o verdadeiro devoto de Maria não se perde. Não só por ser Nossa Senhora, mas por sua íntima ligação com a pessoa de Cristo e a sua missão. 
Na Paixão de Cristo, a paixão de seus seguidores. 
Neste dia 28 de junho celebramos uma festa redentorista muito querida: são os quatro beatos ucranianos, beatificados por João Paulo II dia 27 de junho de 2001: os bispos Nicolau e Basílio e os sacerdotes Ivã e Zenão. Todos martirizados pelos comunistas em defesa da fé, da Igreja Grego-Católica. São homens de uma fé e uma coragem incomparáveis. Passaram por imensas torturas, interrogatórios e prisões. Sempre foram fiéis ao seu ministério e à caridade para com seus companheiros de prisão. É uma riqueza para nós redentoristas e um enriquecimento de nosso carisma.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO 
EM JUNHO DE 2004

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