Vamos iniciar a reflexão sobre um documento que Papa Francisco escreveu comemorando os 150 anos da declaração do Papa Pio IX declarando São José como Padroeiro da Igreja dia 08 de dezembro de 1870, cujo título é: (Com o Coração do Pai – Patris Corde). O Papa Francisco diz que quer “deixar a boca falar da abundância do coração”. Não é um tratado, mas uma reflexão de filho. Pio IX escrevera: “Agora, nesses tempos tristíssimos em que a Igreja, atacada de todos os lados pelos inimigos... os Veneráveis Bispos de todo o mundo católico dirigiram ao Sumo Pontífice as suas súplicas e as dos fiéis por eles guiados, solicitando que se dignasse constituir São José como Patrono da Igreja Católica. Tendo depois, no Sacro Concílio Ecumênico do Vaticano I, insistentemente renovado as suas solicitações e desejos, o Santíssimo Senhor Nosso Papa Pio IX, ... para confiar a si mesmo e os fiéis ao patrocínio do Santo Patriarca José, quis satisfazer os desejos dos Excelentíssimos Bispos e solenemente declarou-o Patrono da Igreja Católica, ordenando que a sua festa, marcada em 19 de março, seja de agora em diante celebrada com rito solene”. Celebrando os 150 anos dessa declaração, o Papa Francisco escreveu: “Para partilhar convosco algumas reflexões pessoais sobre esta figura extraordinária, tão próxima da condição humana de cada um de nós”. Declarar São José Patrono é reconhecer seu permanente lugar e sua missão em nossa vida cristã.
Patrono da Igreja Universal
Papa Francisco afirma: “Depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício como José, seu esposo. Os meus antecessores aprofundaram a mensagem contida nos poucos dados transmitidos pelos Evangelhos para realçar ainda mais o seu papel central na história da salvação: o Beato Pio IX declarou-o «Padroeiro da Igreja Católica», o Venerável Pio XII apresentou-o como «Padroeiro dos Operários»; e São João Paulo II, como «Guardião do Redentor». O povo invoca-o como «padroeiro da boa morte». São José já é tudo isso e muito mais, por ser aquele que foi tido como o pai de Jesus. Mas é bom para os cristãos reconhecerem a presença desse homem em sua vida. Temos que ver que o Papa não quis arranjar mais um serviço para S. José, mas lembrar aos cristãos o que Deus fez a esse homem simples, mas vigoroso em prol da Igreja e dos fiéis. Ele foi o primeiro acreditar nessa missão. Acolhendo e cuidando do filho que era Filho de Deus e de sua Mãe, está acolhendo todos os irmãos. É um cristão especial. Ele está na linha dos patriarcas. O evangelho fala pouco dele, pois já se sabia quem era.
O povo devoto
Podemos perguntar qual a razão que S. José aparecer tão pouco na bíblia? O Evangelho anuncia a missão de Jesus, passa seus ensinamentos para a Salvação. Como Maria, ele cumpriu sua missão e viveu o Evangelho Vivo. Os textos do Evangelho não falam do que é obvio e já conhecido e vivido pela comunidade primitiva. Está unido à infância de Jesus. Este é reconhecido como seu filho. Dá a impressão que ele é o primeiro fiel a viver os ensinamentos de Jesus. Com Maria, formou o coração e a mente humana desse Menino. Ensinaram como Jesus deveria ser em sua missão. Vemos aí seu lugar privilegiado no Mistério de Jesus. Não é só uma devoção, mas um conhecimento e reconhecimento de sua missão. Ele se liga ao Pai em seu ministério como pai de Jesus.
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