quinta-feira, 23 de julho de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Ouro feito de barro”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
A Palavra de Jesus dá a sabedoria da vida. A verdadeira vida espiritual penetra todos os segmentos de nossa vida. Fomos convidados a passar pela porta estreita, isto é, passar por Jesus. No domingo passado refletimos sobre a sabedoria da humildade que nos dá a verdadeira ciência.. 
Na liturgia do 23º domingo(30/09/2001), entramos na questão dos bens materiais. Ouvimos a parábola do administrador esperto que, tendo sido acusado de prejudicar o patrão, vai ser demitido. Ele então, usando dos direitos que tem, favorece devedores do patrão. Assim ele, quando estiver na rua, será acolhido por estas pessoas. O patrão o elogia por ter agido com esperteza. Jesus diz que os bons não sabem administrar os bens materiais para comprar, não a segurança eterna. O profeta Amós, profundamente social, critica o mau uso da riqueza mostrando a ganância da exploração dos pobres. Isto é o mau uso dos bens materiais. 
Deus deu a terra para o homem domina-la e multiplica-la. Os bens materiais, a riqueza, o ouro mineral são para adquirir vida. São um barro que se transformam no ouro que compra o céu. Quando o cristão, o justo, tem bem materiais, ele tem que ser esperto e bom administrador para adquirir e garantir as riquezas que duram. Ele tem que saber transformar este barro bonito e precioso no maior depósito financeiro que é a compra da verdadeira riqueza: Se nos bens terrenos não somos capazes de praticar a justiça e a fraternidade, como poderemos administrar a verdadeira riqueza que são os dons de Deus? Não será por isso que as pessoas à medida que ficam ricas se afastam do evangelho? A riqueza verdadeira, ela equilibra o mundo. O que vemos é o desequilíbrio e a miséria aumentando na maioria e a riqueza aumentando na minoria. Nas mãos dos justos, a riqueza equilibra esta balança social. 
O que fazer? Não ser duplamente bobo nos bens materiais: primeiro, só pensando em aumentá-los. Segundo, não sabendo usar estes bens para construir vida digna e feliz para todos. Somos administradores dos bens de Deus. Aí sim, o barro que custa caro se transforma do ouro que se multiplica para eternidade. O cristão que não sabe assim administrar seus bens é duplamente lerdo e mau administrador. Dizer administrador significa que os bens materiais não são nossos. Somos administradores dos bens de Deus. Tudo pertence a Deus. Por que roubar dele e mais ainda, esbanjar. A Igreja não pode ser rica para si, pois administra bens que pertencem aos pobres. Do contrário ela se esvazia. Pior ainda paga um preço alto por não cumprir sua verdadeira missão. São Paulo convoca a rezar por todos os homens, de modo particular pelos que governam, para que todos tenham vida feliz e tranqüila. Isso é o ouro feito de barro.
Leituras: Amós 8,4-7;1 Timóteo 2,1-8; Lucas 16,1-13 
30 de Setembro-2001

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