quarta-feira, 29 de julho de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Sou manso e humilde de coração!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
O conhecimento de Jesus e de seu evangelho só serão completos quando começarmos a ser como Jesus era. Ter seus sentimentos e sua mentalidade é o sinal de que somos seus verdadeiros irmãos e sua vida vive em nós. A liturgia do 30º domingo do tempo comum descreve-nos a humildade do discípulo de Jesus, e ao mesmo tempo a humildade de Jesus. Temos a parábola do fariseu e publicano. Jesus, com suas parábolas descreve seu caminho de vida plena mostrando que o orgulho e o desprezo dos outros não leva a nada. Dois homens subiram ao templo para rezar. Um de pé, diante de todos, gabava de suas virtudes. O outro lá no fundo, de cabeça baixa, bate no peito, reconhece seus pecados O orgulhoso volta para casa vazio e o outro reconhecido por Deus. 
Humildade não é rebaixamento nem desprezo, mas é dar ao homem seu verdadeiro lugar, sua grandeza e sua beleza. Reconhecer-se pequeno diante de Deus e dos outros é reconhecer e descobrir a própria grandeza. Deus, não despreza o humilde, o pobre, a viúva, mas ouve sua oração. Humildade tem sua oração ouvida por Deus. Sua oração atravessa as nuvens diz o livro do Eclesiástico. Vemos Paulo passar por tantos sofrimentos, humilhado, mas garantido por Deus. Para ele isso é combater o bom combate, vencer a carreira e guardar a fé. Não foi orgulhoso: reconhece o que é. 
A virtude da humildade é a virtude da Santíssima Trindade. Jesus é humilde não somente quando assume nossa natureza humana, nossa fragilidade e se faz servo de todos, morrendo na cruz. Mas sua humildade Ele a aprende de seu querido Pai. Na Trindade Santa Pai, Filho e Espírito se amam com amor eterno. Este amor é justamente um acolher e aceitar o amor da outra Pessoa divina. O Filho acolhe o amor do Pai e o Pai se rejubila com o amor que lhe dá o Filho. O Espírito Santo, amado pelo Pai e pelo Filho, é o amor que une os TRÊS num só e único Amor. Deus é amor. 
A humildade é a virtude que cura todos os males do mundo: Imaginem os grandes de mundo, os poderosos e ricos, os violentos, os prepotentes etc...Se fossem humildes poderiam fazer um bem imenso. Humildade não significa moleza, bobice, atraso, mas é justamente reconhecer o seu lugar. Maria disse: grandes coisas fez em mim o Todo poderoso e todas as gerações me chamarão bem-aventurada. Nem por isso ela vivia como o fariseu da parábola. Em nossos relacionamentos podemos ser acolhedores e não precisamos pisar nos outros para sobreviver em nosso orgulho. A humildade faz a gente feliz, tranqüilo, mesmo quando os outros nos esquecem. Fazemos nossa parte bem quando acolhemos bem os outros, tratamos bem e aceitamos que nos amem e nos tratem bem.
Homilia do 30º Domingo Comum (26.10.01)

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