PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
Como o Reino cresce?
Temos consciência de nossa missão de anunciar o Reino de Deus, mas não sabemos como ele cresce. Também não sabemos como a semente plantada cresce. Não está sob nosso controle. Achamos que fazemos tantas coisas pelo Reino, mas há sempre o silêncio sobre o como acontece seu desenvolvimento. Por que esse sagrado segredo? Porque é uma ação de Deus que foge ao nosso controle. É maravilhoso ver o crescimento na natureza. Como se gera a vida na natureza? Por mais que conheçamos os resultados e analisemos o processo, nunca poderemos saber o que é vida. Assim é o Reino. Tudo o que fizermos pelo Reino não será perdido, mas o crescimento não depende de nós. Deus é quem o permite. O Reino não acontece em nossos esquemas. Sua maturação e sua produção de frutos escapam ao nosso controle. Vemos na história da Igreja como ela foi crescendo e indo além de nossas expectativas. Pensemos no que eram as pessoas que Jesus deixou para proclamar a presença do Reino. Mas não sabemos como acontece o nascimento do Reino. Está nas mãos de Deus o crescimento desse Reino. Há lugares que não foi a Igreja institucional que levou a mensagem evangélica. Foram leigos que passaram sua experiência (leigos também são Igreja). O anúncio do Reino não depende só de palavras, mas da ação de Deus através também do testemunho dos discípulos de Jesus. Jesus enviou os discípulos e disse que estaria com eles até o fim dos tempos. Ele é a vida do Reino.
A força do Reino
É bem conhecida a parábola da semente de mostarda. Mostarda é um arbusto. Tem semente pequenina. Podemos nos lembrar de outras árvores, por exemplo, o eucalipto que chega a dezenas de metros. E a semente é um pó. Contém em si toda a vida da árvore e tudo para ela germinar, crescer a tal altura e dar outras sementes. Assim é o Reino como disse Jesus. Tudo que é do Reino, por menor que seja sua manifestação, tem tudo em si para ser ação de Deus no mundo dos mais variados modos. Além do mais, não está sujeito aos nossos esquemas nem se circunscreve e se dirige pelos esquemas humanos. Ele foge ao nosso controle. Vemos os primeiros contatos com os pagãos, feitos pelos judeus convertidos. Foram para Antioquia e ali se dirigiram pela primeira vez aos pagãos. O resultado foi maravilhoso (At 11,21). Assim também o Reino age em nós. Por pouco que façamos por ele, os resultados dependem de Deus e não estão sob nosso controle. Nossos atos não são perdidos por causa de nossa fragilidade e nossos pecados. São plenificados pela força do Reino. Seu resultado é sempre maior que nosso empenho. Quando temos o insucesso, podemos ter certeza que Deus age a seu modo. Não se trata de fracasso, mas dos tempos de Deus. Podemos dizer: fizemos o que devíamos fazer (Lc 17,7).
Deus é quem planta
A leitura de Ezequiel narra como Deus escolhe o símbolo de um galho da copa de um cedro e planta. Crescerá e se tornará majestoso. Dará sombra, isto é, acolherá todos. Refere-se à escolha do povo de Israel e de sua missão de acolher os povos. Apenas um broto serviu para que houvesse o crescimento desse povo. É a comparação com o Reino que tem uma missão vinda de Deus e será para acolher os povos. Deus garante: “Eu, o Senhor, digo e faço” (Ez 17,24). “O justo crescerá como a palmeira, florirá qual cedro que há no Líbano; na casa do Senhor estão plantados, nos átrios de meu Deus florescerão” (Sl 91).
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