PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE (Ao fundo o estimado PADRE BRANDÃO) |
Na Glória, plenitude da existência
Em nossa profissão de fé, o Creio, dizemos: “... Creio em Jesus Cristo... que ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos”. A festa da Ascensão, subida de Jesus ao Céu, passa em segundo plano em nossas celebrações. Mas sem ela não podemos compreender o coroamento de sua missão e nossa participação nesse mistério que nos ensina sobre Jesus e sobre nós. Se não houvesse a Ascensão, não entenderíamos a missão de Jesus morto e ressuscitado. Deus ressuscitou Jesus para fazer o caminho como que de volta de sua encarnação. Jesus não perdeu a humanidade. Agora ela está glorificada. Manifesta-se sua condição Divina que ficara oculta na Encarnação. O mistério de sua glorificação, como nos explica Paulo aos Efésios, é colocá-Lo acima de todo o poder nesse mundo e no outro. O Pai pôs tudo sob seus pés e fez Dele, que está acima de tudo, a cabeça da Igreja (Ef 1,17-23). Ele é a fonte de tudo e para ele se dirigem todas as coisas. Ele não é um santo a mais e não concorre com outros “deuses e senhores”. Em sua humildade se fez homem e sofreu; na sua glorificação foi exaltado. Ele não perdera sua condição. Agora nos é manifesto o que é e o que era quando estava conosco. Seu trono é o universo celeste e terrestre. Mas se alegra em estar com os filhos dos homens. O paraíso de Deus é o coração do homem (S. Afonso). Para nós, a Glória de Deus está onde Ele está, sobretudo em nosso coração. Ele virá julgar os vivos e os mortos. Virá para exercer sua misericórdia.
Levou-nos consigo
A liturgia da missa de hoje quer nos mostrar que a Ascensão se refere a nós e é o ensinamento sobre nossa condição após a subida de Jesus ao Céu: “Membros de seu corpo, somos chamados na esperança, a participar de sua glória” (Oração). Levou consigo nossa humanidade. Entramos em uma dimensão de convivência com as realidades do Céu. Por isso, que nossos corações se voltem para o alto, onde já está junto de Vós a nossa humanidade. Esta, unida à humanidade glorificada de Cristo. No prefácio rezamos: “Subiu aos Céus, a fim de nos tornar participantes de sua divindade”. Esta é a identidade do batizado: participar da natureza Divina, como nos escreve Pedro em sua carta. A festa é também o coroamento de nosso ser cristão. Não é uma religião. É um novo modo de vida. Já estamos no Céu. Basta acabar de chegar. Nós fazemos uma espiritualidade dolorosa de subir para o Céu. Mas é diferente. O esforço não é conquistar, pois Cristo já conquistou para nós. O esforço é desenvolver o que temos e não perder o que já temos.
Enviou-nos ao mundo para anunciar
Sabemos que a todo dom corresponde uma missão. O Senhor subiu e eles olhavam. O Anjo alertou a não ficar olhando pra o alto, pois a vida vai continuar a presença e a missão de Jesus. Revestidos da força do alto serão testemunhas suas em Jerusalém... até os confins da terra (At 1,8). O próprio Jesus os coloca como testemunhas de tudo o que realizou. Estar em Cristo é anunciá-Lo. A missão continua sempre urgente até que volte. O tema fundamental de nossa comunicação é Cristo para levar todos à unidade da fé e do amor. A espiritualidade da Ascensão é não perder de vista a direção que Jesus nos dá com sua Ascensão e a corresponder com a atitude transmitir tudo o que foi ensinado. Todos têm direito a receber o que recebemos de Jesus. A missão é um dever e um direito de todos.
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