Papa Francisco, em sua exortação
Gaudete et Exultate (Alegrai-vos e Exultai), que estamos refletindo, continua nos
ensinando o caminho da santidade. E nos diz que não se pode separar Jesus de
seu Reino. Do mesmo modo, em nós, não se pode separar a identificação com
Cristo e seu Reino: “A tua identificação com Cristo e os seus desígnios requerem
o compromisso de construíres, com Ele, este Reino de amor, justiça e paz para
todos” (GE 25). Como em Cristo há unidade de vida e
missão, é próprio de cada cristão ter essa unidade. Cristo em nós é o que
fortifica essa unidade. O próprio Cristo quer vivê-Lo contigo em todos os
esforços ou renúncias que isso implique e também nas alegrias e na fecundidade
que te proporcione. Vivemos preocupados com nossas atividades e nossas
capacidades. Nossa atividade está intimamente unida à vida e missão de Cristo.
Decorre daí que não pode haver vida sem missão. A vida gera uma missão e a
missão alimenta a vida. Por isso, a espiritualidade é fundamental. Os santos
foram grandes apóstolos porque viviam a unidade com Cristo. “Por isso, não te
santificarás sem te entregares de corpo e alma, dando o melhor de ti neste compromisso”
(GE 25). O resultado da santidade não é aumentar o grau de santidade, mas
aumentar a intensidade de sua entrega para que Cristo seja conhecido e assim
cresça o Reino de Deus. Quem conhece Jesus, tudo faz para que ele seja
conhecido. Os que vivem no silêncio
estão ocupados com o conhecimento de Jesus. “Somos chamados a viver a
contemplação mesmo no meio da ação, e santificamo-nos no exercício responsável
e generoso da nossa missão” (GE 26).
2092. Dedicação pastoral
A vida espiritual está
intimamente ligada à missão. Pode parecer muito lógico, mas, vejamos os
diversos tipos de movimentos, grupos, irmandades e espiritualidades. Há muita
gente dedicada, de vida correta, mas não participa da vida pastoral da Igreja,
de sua comunidade. Isso é espiritualismo. A vida da Igreja está cheia de
defeitos. O pior é não fazer nada. A pastoral tem que nascer da
espiritualidade, e a espiritualidade se fortalecer na pastoral. É belo ver o
povo simples que luta pela vida e tem tanto tempo para a Igreja. Há tanta gente
que exige tanto da Igreja, da comunidade e não faz nada para que o Reino de
Deus cresça. O Papa afirma: “Não é que a vida tenha uma missão, mas a vida é
uma missão. O desafio é viver de tal forma a própria doação, que os esforços tenham um sentido evangélico e nos
identifiquem cada vez mais com Jesus Cristo. Por isso falamos de uma espiritualidade
do catequista, de uma espiritualidade do clero diocesano, de uma
espiritualidade do trabalho. Pela mesma razão, na Laudato si termino com uma espiritualidade
ecológica, e em Amoris laetitia, com uma espiritualidade da vida
familiar”. (GE 27-28). A espiritualidade se identifica com nossa vida. Nossa vida é
espiritualidade.
2093. Solidão que faz bem
“Isto não implica menosprezar os
momentos de quietude, solidão e silêncio diante de Deus” (GE 29). Viver encarnado no
mundo e ter uma vida espiritual ativa, exige de nós também a capacidade do
silêncio interior para viver na agitação do mundo. Sempre se cobra a
necessidade do jejum. Por que não fazer um jejum de TV, de uso do celular, de
passa-tempo vazio. Em consequência
disso, ressente-se a própria missão, o compromisso esmorece, o serviço generoso
e disponível começa a retrair-se. Isto desnatura a experiência espiritual.
Poderá ser saudável um fervor espiritual que convive com a apatia preguiçosa na
ação evangelizadora ou no serviço dos outros? (GE 30). O Papa conhece a realidade.
https://refletindo-textos-homilias.blogspot.com/https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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