PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO |
1342.
Comunhão dos Santos
O
mês de novembro traz um ensinamento bonito no contexto das celebrações. Iniciamos
o mês com a festa de Todos os Santos e a celebração dos mortos. É uma chamada
forte a um aspecto da vida cristã: a comunhão de todos em Cristo para a glória
do Pai. Ao enviar o Filho ao mundo para salvar, tinha como finalidade levar à
participação de Sua vida na comunhão. Esta comunhão - união inicia-se aqui e
tem sua continuação na eternidade feliz. O Papa Francisco fez uma bela reflexão
sobre esse tema no dia 30.10.13.
Lembrou, citando o Catecismo da Igreja Católica, que a
Comunhão dos Santos compreende duas realidades: a comunhão nas coisas santas e
a comunhão entre as pessoas santas (n. 948).
Existe uma comunhão entre os que creem em Cristo. Esta comunhão acontece
entre as pessoas e as coisas santas. Santos aqui não são os “perfeitos”, mas os
que Deus santificou em Cristo. João relata que Jesus
rezou ao Pai pela comunhão entre os discípulos, com estas palavras: “Para que
todos sejam um, assim como Tu, Pai, estás em Mim e eu em Ti, para que também
eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu Me enviaste” (Jo 17, 21). A Igreja, em sua constituição mais profunda, é comunhão
com Deus, familiaridade com Deus, comunhão de amor com Cristo e com o Pai no
Espírito Santo, que se prolonga em uma comunhão fraterna (Papa Francisco). Ao falar de santos e de falecidos estamos dizendo
que circula uma vida divina que leva à união como em um corpo onde todas as
células estão unidas entre si transmitindo vida que salva. Esse é o fundamento
da Igreja que tem uma visibilidade através das pessoas e das estruturas. Estas
não podem ser mais importantes que a Comunhão dos Santos. Daqui nasce também a
missão: levar outros à mesma comunhão com Deus, no corpo de Cristo. Só é
missionário quem vive na Comunhão.
1343.
União na caridade
“Há, então, uma unidade de todos em Cristo. Esta relação
entre Jesus e o Pai é a fonte do vínculo entre nós cristãos: se estamos
intimamente inseridos Nele, nesta fornalha ardente de amor que é a Trindade,
então podemos nos tornar verdadeiramente um só coração e uma só alma entre nós”
(Papa
Francisco). O amor que circula no Corpo
de Cristo nos une ao amor que há entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Tudo
que há de bom vai para todos. Isso é a Comunhão dos Santos. O que há de mal é
purificado pelo Sangue de Cristo. O amor de Deus
queima também os nossos pecados. Quem participa: Todos. Quem busca o bem
e evita o mal vive em Deus. O amor de Deus queima os
nossos egoísmos, os nossos preconceitos, as nossas divisões interiores e
exteriores. Paulo nos fala da imagem do corpo e membros. Todos os membros são
diferentes, mas fazem parte um do outro (1Cor 12,1-30).
1344.
Frágeis mas fortalecidos.
Como fazemos parte de um corpo,
podemos nos apoiar mutuamente, pois fisicamente reunidos em nome de Jesus,
temos sua presença no meio de nós: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu
nome. Eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). Em Cristo, vivido na comunhão fraterna, podemos nos
ajudar materialmente e espiritualmente. Estamos unidos também aos santos que
estão na Glória e aos que estão na purificação. A fé católica não só acredita
como estimulou e sempre rezou pelos mortos. Sempre confiou na oração aos santos
para que intercedam por nos. Isso não diminuiu a mediação de Cristo. O momento
de maior oração é a Eucaristia na qual realizamos esta comunhão com os santos e
os falecidos. Eles, unidos a Cristo também rezam por nós. Esta é a fé católica
que se apoia na doutrina do Corpo Místico de Cristo.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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