PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO |
O que é viver o Mistério Pascal de Cristo? Jesus, ao
partir para o Pai, deixou-nos o Evangelho para ser sua vida em nossa vida. A
Igreja, lentamente organizou a vida da comunidade. Quando falamos de Evangelho
lembramo-nos também dos ensinamentos dos apóstolos que não foram escritos. É a
tradição. Nela, com a leitura do Evangelho, a Igreja foi organizando a
celebração da vida de Cristo em nossa vida. É liturgia.
Como fazemos a celebração da vida de Cristo? A
comunidade se reunia para partir o pão, isto é, celebrar a Eucaristia onde
estava presente a morte e ressurreição do Senhor. Surge assim a celebração
dominical. Depois surge a celebração da festa da Páscoa como a celebração mais
importante do ano. Da celebração da Páscoa nasce a celebração do jejum da
Sexta-feira e do sábado. Esta celebração estava direcionada ao Batismo. A
comunidade fazia a preparação para os batismos, jejuando e celebrando. As
celebrações se organizaram até chegar onde estamos. Assim nasceu a celebração
do Mistério Pascal de Cristo.
A partir século IV, celebrações da liturgia em
Jerusalém têm uma característica importante: eram feitas nos lugares onde
aconteceram os fatos da vida de Jesus. Lendo a Palavra de Deus, refaziam de
certo modo os passos de Jesus. Assim participavam daquilo que fora a vida
Jesus. O ritos exteriores como que refazendo os fatos, explicam a ação de Deus
no interior de cada um. Podemos até dizer que o que realizamos em símbolos
externos, Deus realiza em graça divina em nós, reproduzindo em nós a imagem e a
vida de seu Filho. Pedro diz: “O batismo não consiste na remoção da imundície
do corpo, mas em um compromisso solene de uma boa consciência para com deu pela
ressurreição de Jesus Cristo” (1 Pd 3,21). É um conhecimento exterior que
modela nosso interior.
Praticamente
funciona assim: a comunidade reunida tem a presença do Espírito Santo que
garante a eficácia do sacramento celebrado.
A Palavra de Deus proclama a presença da salvação que Cristo nos traz.
Os gestos, ritos e símbolos da comunidade expressam exteriormente o que Deus
realiza interiormente em cada um. A boa disposição pessoal é a condição para
que a graça possa atuar. A abundante generosidade de Deus confere a cada um a
participação da vida de Cristo que é viver o Mistério Pascal. O que se vive na
Quaresma torna-se uma bela maneira de aprofundar-se na vida de Cristo
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