quarta-feira, 28 de março de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Mistério Pascal de Cristo” QUARTA-FEIRA

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Viver o Mistério Pascal de Cristo!!! Que é isso? Já há tanta coisa a se fazer na Semana Santa! Tantas cerimônias, procissões, vias-sacras, reuniões e vigílias, sem falar das penitências. O que mais precisamos fazer? Simplesmente usar todos estes meios para viver o Mistério Pascal de Cristo. É uma linguagem antiga que volta a orientar a vida do povo de Deus. Não dizemos mais assistir a Semana Santa, mas participar do Mistério Pascal de Cristo. Agora o povo de Deus vive a mesma fé em outra linguagem. Agora compreende que sua vida está unida à vida de Cristo que nos une à sua vida. 
O que é viver o Mistério Pascal de Cristo? Jesus, ao partir para o Pai, deixou-nos o Evangelho para ser sua vida em nossa vida. A Igreja, lentamente organizou a vida da comunidade. Quando falamos de Evangelho lembramo-nos também dos ensinamentos dos apóstolos que não foram escritos. É a tradição. Nela, com a leitura do Evangelho, a Igreja foi organizando a celebração da vida de Cristo em nossa vida. É liturgia. 
Como fazemos a celebração da vida de Cristo? A comunidade se reunia para partir o pão, isto é, celebrar a Eucaristia onde estava presente a morte e ressurreição do Senhor. Surge assim a celebração dominical. Depois surge a celebração da festa da Páscoa como a celebração mais importante do ano. Da celebração da Páscoa nasce a celebração do jejum da Sexta-feira e do sábado. Esta celebração estava direcionada ao Batismo. A comunidade fazia a preparação para os batismos, jejuando e celebrando. As celebrações se organizaram até chegar onde estamos. Assim nasceu a celebração do Mistério Pascal de Cristo. 
A partir século IV, celebrações da liturgia em Jerusalém têm uma característica importante: eram feitas nos lugares onde aconteceram os fatos da vida de Jesus. Lendo a Palavra de Deus, refaziam de certo modo os passos de Jesus. Assim participavam daquilo que fora a vida Jesus. O ritos exteriores como que refazendo os fatos, explicam a ação de Deus no interior de cada um. Podemos até dizer que o que realizamos em símbolos externos, Deus realiza em graça divina em nós, reproduzindo em nós a imagem e a vida de seu Filho. Pedro diz: “O batismo não consiste na remoção da imundície do corpo, mas em um compromisso solene de uma boa consciência para com deu pela ressurreição de Jesus Cristo” (1 Pd 3,21). É um conhecimento exterior que modela nosso interior. 
Praticamente funciona assim: a comunidade reunida tem a presença do Espírito Santo que garante a eficácia do sacramento celebrado.  A Palavra de Deus proclama a presença da salvação que Cristo nos traz. Os gestos, ritos e símbolos da comunidade expressam exteriormente o que Deus realiza interiormente em cada um. A boa disposição pessoal é a condição para que a graça possa atuar. A abundante generosidade de Deus confere a cada um a participação da vida de Cristo que é viver o Mistério Pascal. O que se vive na Quaresma torna-se uma bela maneira de aprofundar-se na vida de Cristo

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