Evangelho
segundo S. João 11,45-56.
Naquele tempo, muitos judeus que tinham vindo visitar Maria,
para lhe apresentarem condolências pela morte de Lázaro, ao verem o que Jesus
fizera, ressuscitando-o dos mortos, acreditaram n’Ele. Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus
tinha feito. Então os príncipes dos sacerdotes e os fariseus reuniram conselho e disseram:
«Que havemos de fazer, uma vez que este homem realiza tantos milagres? Se O deixamos continuar assim, todos acreditarão n’Ele; e virão os romanos
destruir-nos o nosso Lugar santo e toda a nação». Então Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis
nada. Não compreendeis que é melhor para nós morrer um só homem pelo povo do que
perecer a nação inteira?» Não disse isto por si próprio; mas, porque era sumo sacerdote nesse ano, profetizou
que Jesus havia de morrer pela nação; e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de
Deus que andavam dispersos. A partir desse dia, decidiram matar Jesus. Por isso Jesus já não andava abertamente entre os judeus, mas retirou-Se para
uma região próxima do deserto, para uma cidade chamada Efraim, e aí permaneceu
com os discípulos. Entretanto, estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos subiram da província a
Jerusalém, para se purificarem, antes da Páscoa. Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece?
Ele não virá à festa?»
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Roberto Belarmino (1542-1621),
jesuíta, bispo, doutor da Igreja
«A ascensão da alma para Deus»
«A partir desse dia,
decidiram matar Jesus.»
Ó Senhor, aquilo que nos ensinas poderia
parecer excessivamente difícil, excessivamente pesado, se nos falasses de outra
tribuna; mas, dado que nos instruis mais pelo exemplo que pela palavra, Tu que
és «Mestre e Senhor» (Jo 13,14), como ousaremos dizer o contrário, nós que
somos teus servos e teus discípulos? Aquilo que dizes é perfeitamente
verdadeiro, aquilo que ordenas perfeitamente justo, e a cruz de onde nos falas
o atesta. Atesta-o igualmente o sangue que corre a jorros e que brada ao Céu
(Gn 4,10), e por fim, também esta morte: se por ela se rasgou o véu do templo e
se abriram fendas nas mais duras rochas (Mt 27,51), como não fará o mesmo, e
mais ainda, no coração dos crentes, levando-os a submeter-se? Senhor, queremos pagar-Te amor com amor; e, se o desejo de Te seguir não
procede ainda do nosso amor a Ti, porque este é fraco, que proceda ao menos do
nosso amor ao teu amor. Se nos atrais a Ti, «corremos ao odor do teu perfume»
(Cant 1,4): não desejamos apenas amar-Te e seguir-Te, mas estamos decididos a
desprezar este mundo [...] quando vemos que Tu, o nosso Mestre, não tomaste
para Ti as alegrias desta vida. Vemos-Te afrontar a morte, não numa cama, mas
no lenho onde se fez justiça; sendo rei, não queres outro trono senão este
patíbulo. [...] Movidos pelo teu exemplo de rei cheio de sabedoria, recusamos o
apelo deste mundo e dos seus luxos e, tomando a tua cruz sobre os nossos
ombros, propomo-nos seguir-Te, só a Ti. [...] Dá-nos somente a ajuda de que precisamos,
dá-nos força para Te seguirmos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário