No evangelho de hoje Jesus ensina alguns pontos
fundamentais de sua doutrina. Afirma a ressurreição dos mortos e seu sentido. A
esperança na ressurreição é superior a todos os sofrimentos, como lemos no
suplício dos sete irmãos e sua mãe. Este texto de Macabeus é colocado para
explicar que a ressurreição dos mortos conduz à vida eterna: “Um dia Deus nos
ressuscitará” (2Mc 7,14). Os
saduceus, que não acreditavam na ressurreição. Para provocar Jesus, apresentam
o caso de uma mulher que se casou com sete irmãos um após o outro, e não teve
filho com nenhum e também ela morreu.
Era uma lei para os judeus que o irmão devia dar descendência ao irmão que
falecera sem filhos. De quem será esposa, se foi esposa dos sete? Jesus acena à
visão de Moisés na qual Deus se chama de o Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Quer
dizer que são vivos. Assim também, para nós que ressuscitaremos, o modo de vida
é diferente, pois é vida de ressuscitados. A vida é a mesma, mas de outro modo
e é total. Nela, o espiritual preenche totalmente o ser humano. Vamos nos conhecer
e amar muito mais, pois nos conhecemos em Deus que é o Total da Vida. O povo
pergunta: “Vou encontrar e conhecer os meus queridos que se foram?” Não os
conheceremos na fragilidade humana, mas na grandiosidade Divina que é muito
mais. O conhecimento será muito maior, pois é a vida de imortais. Seremos como
os Anjos. O gozo espiritual é infinito, pois supera tudo o que um coração
humano possa desejar e sonhar. Seremos nós, mesmos, na dimensão da participação
de Deus. Jesus afirma que a vida não termina aqui e que a vida futura não é
igual à que temos agora, mas lhe é superior. Se o humano, físico, afetivo são
maravilhosos, quanto mais será o conhecimento espiritual.
Missão de anunciar a Vida.
A leitura do martírio dos sete irmãos e de sua mãe,
mostra a fortaleza diante do sofrimento e a certeza que vale mais perder a vida
e ter ressurreição que desobedecer uma lei de Deus. Nada vale mais que o amor
obediente a Deus. Isto já é uma proclamação da Vida Eterna. Uma fé só será
robusta e saudável na medida em que preferirmos o bem maior às satisfações
passageiras. Não crer na ressurreição é um convite muito claro a escolher o
caminho de morte. Nada justifica a vida se não houver ressurreição. Nós vimos
esta mesma fortaleza nos mártires de todos os séculos. Depois de dado momento
de seu sofrimento, recebem um dom de fortaleza imenso, pois se unem ao Cristo
que sofre neles. Continuamos em nosso corpo o que falta ao Corpo de Cristo que
é a Igreja (Cl 1,24). Fazemos
nossa parte de sofrimento porque cremos na glória da Ressurreição. Esta força
nós a conquistamos na oração pela qual nos robustecemos e pela qual ajudamos a
pregação do evangelho da Vida. O Senhor conduz os corações para o amor de Deus.
Ressurreição começa
agora
Jesus diz que quem crê tem a vida eterna (Jo 6,47).
E também: “Quem come a minha carne e bebe o
meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54). Pela fé e pelo sacramento da Eucaristia temos a
garantia da ressurreição para a vida eterna. Esta começa aqui, pois somos
transformados. Vivendo a Ressurreição estamos a serviço do Senhor e seu Reino: “inteiramente
disponíveis nos dediquemos ao vosso serviço” (Oração). Celebrar
para viver (Oferendas). Para
isso pedimos que perseverem na sinceridade do vosso amor aqueles que foram
fortalecidos pela infusão do Espírito Santo.
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