segunda-feira, 6 de novembro de 2017

EVANGELHO DO DIA 6 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo S. Lucas 14,12-14.
Naquele tempo, disse Jesus a um dos principais fariseus, que O tinha convidado para uma refeição: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona 
(norte de África), doutor da Igreja 
Discurso sobre o salmo 121
«Ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos»
O amor é muito poderoso: ele é a nossa força. Sem ele, de nada nos servirá o resto. «Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos», diz o apóstolo Paulo, «se não tiver amor, sou como bronze que ressoa, ou como címbalo que tine» (1Cor 13,1). Escutai em seguida esta palavra magnífica: «Ainda que distribua todos os meus bens em esmolas e entregue o meu corpo a fim de ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita» (v. 3). Se não tens senão o amor, mesmo que não possas distribuir nada pelos pobres, ama. Darás apenas «um copo de água fresca» (Mt 10,42), e isso valer-te-á a mesma recompensa que Zaqueu, que distribuiu metade da sua fortuna (Lc 19,8). Como será isso? Um dá pouco, o outro muito e os seus gestos têm o mesmo valor? Pois sim: os recursos são desiguais, mas o amor é igual. [...] 
O salmista diz: «Vamos à casa do Senhor» (Sl 121,4). Vejamos se de facto lá vamos. Não são os nossos pés, mas o nosso coração que nos leva. Vejamos se de facto lá vamos; que cada um de vós se interrogue: Que fazes pelo pobre fiel, pelo teu irmão indigente, pelo mendigo que te estende a mão? Vê se o teu coração não será estreito. [...] «Procurai o que faz a paz de Jerusalém» (v.6). O que faz a paz em Jerusalém? «A abundância para os que te amam» (Vulg.). O salmista dirige a palavra a Jerusalém: «Os que te amam estarão na abundância» – a abundância depois da pobreza. Aqui em baixo, a miséria, lá em cima, a abundância; aqui a fraqueza, lá, a força; os que são pobres aqui serão ricos lá em cima. Donde vem a sua riqueza? De terem dado, aqui, os bens que durante algum tempo receberam de Deus; lá, recebem o que Deus lhes dá, por toda a eternidade. 
Meus irmãos, aqui os ricos são pobres; é bom que o rico descubra a sua pobreza. Julga-se repleto? Isso é inchaço e não plenitude. Que reconheça o seu vazio a fim de poder ser cumulado. Que possui ele? Ouro. Que lhe falta? A vida eterna. Que olhe bem para o que tem e para o que lhe falta. Irmãos, que dê o que possui, a fim de receber o que não tem.

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