Evangelho segundo S. Lucas 15,1-10.
Naquele
tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O
ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este
homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a
seguinte parábola: «Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma
delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que
anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos
ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes:
‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Eu vos digo:
Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por
noventa e nove justos que não precisam de arrependimento. Ou então, qual é a
mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada,
varre a casa e procura cuidadosamente a moeda, até a encontrar? Quando a
encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque
encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os
Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa».
Da Bíblia
Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João-Maria Vianney (1786-1859),
presbítero, Cura de Ars
Sermão para o 3.º Domingo de Pentecostes, 1.º sobre
a misericórdia
«Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se
arrependa»
A conduta de Jesus Cristo durante a sua vida
mortal mostra-nos a grandeza da sua misericórdia para com os pecadores. Vemos
que todos vêm ter com Ele para Lhe fazer companhia; e Ele, longe de os repelir
ou de Se afastar deles, pelo contrário, serve-Se de todos os meios para Se
encontrar com eles, a fim de os atrair a seu Pai: vai buscá-los através dos
remorsos de consciência; renova-os pela sua graça e conquista-os com os seus
modos amorosos; e trata-os com tanta bondade, que chega a tomar a sua defesa
contra os escribas e os fariseus que querem recriminá-los e que parecem não
querer suportá-los ao pé de Jesus Cristo.
E vai ainda mais longe: para
justificar a sua conduta, em atenção a eles, conta uma parábola que lhes mostra,
da melhor maneira possível, a grandeza do seu amor pelos pecadores: «Um bom
pastor que tinha cem ovelhas, tendo perdido uma, deixou todas as outras para
correr atrás da que se tinha perdido e, tendo-a encontrado, pô-la aos ombros,
para a poupar à dureza do caminho. Depois, tendo-a levado para o redil, convidou
os seus amigos a regozijarem-se com ele por ter encontrado a ovelha que julgava
ter perdido.» E junta-lhe a parábola duma mulher que tinha dez dracmas e, tendo
perdido uma, acendeu a sua lamparina para procurar em todos os recantos da casa
e, tendo-a encontrado, convidou todas as amigas para se regozijarem com ela. E
conclui: «É assim que todo o céu se alegra pelo regresso dum pecador que se
converte e faz penitência; porque "não são os que têm saúde que precisam de
médico, mas os que estão doentes; não foram os justos que Eu vim chamar ao
arrependimento, mas os pecadores" (Lc 5,31-32).»
Vemos que Jesus Cristo
aplica a Si próprio essas vivas imagens da grandeza da sua misericórdia para com
os pecadores. Que felicidade para nós saber que a misericórdia de Deus é
infinita. Que enorme desejo devemos sentir nascer em nós, de nos lançarmos aos
pés de um Deus que nos receberá com tanta alegria!
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