Evangelho segundo S. João 20,1-9.
No primeiro
dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu
a pedra retirada do sepulcro.Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o
discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não
sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao
sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se,
correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto,
chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras
no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as
ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara
primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham
entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo
CC Sermão 53, sobre o salmo 117; PL 57, 361
«Este é o dia que o Senhor fez, exultemos e cantemos de
alegria»
«Este é o dia da vitória do Senhor: cantemos
e alegremo-nos!» (Sl 117, 24). Não é por acaso, meus irmãos, que lemos hoje este
salmo em que o profeta nos convida à alegria, em que o santo profeta David
convida toda a criação a celebrar este dia; porque hoje a ressurreição de Cristo
abriu a mansão dos mortos, os novos baptizados da Igreja rejuvenesceram a terra,
o Espírito Santo mostrou o céu. O inferno, aberto, devolve os seus mortos; a
terra, renovada, faz eclodir os ressuscitados; e o céu abre-se em toda a sua
grandeza para acolher aqueles que a ele ascendem.
O ladrão subiu ao
paraíso (Lc 23, 43); os corpos dos santos entram na cidade santa (Mt 27, 53).
[...] À ressurreição de Cristo, todos os elementos se elevam, com uma espécie de
impulso, até às alturas. O inferno entrega aos anjos aqueles que guardava
cativos, a terra envia para o céu aqueles que cobria, o céu apresenta ao Senhor
aqueles que acolheu. [...] A ressurreição de Cristo é vida para os defuntos,
perdão para os pecadores, glória para os santos. Assim, o grande profeta David
convida toda a criação a festejar a ressurreição de Cristo, incita-a a
estremecer de alegria e de júbilo neste dia que o Senhor fez.
Dir-me-eis talvez [...] que o céu e o inferno não foram
estabelecidos no dia deste mundo; como podemos então pedir aos elementos que
celebrem um dia com o qual nada têm de comum? O certo é que este dia que o
Senhor fez tudo penetra, tudo contém, abraçando o céu, a terra e o inferno! A
luz que é Cristo não se deixa tapar pelos muros, nem apagar pelos elementos, nem
ensombrar pelas trevas. A luz de Cristo é verdadeiramente um dia sem noite, um
dia sem ocaso. Por toda a parte resplandece, por toda a parte brilha, em toda a
parte permanece.
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