Evangelho segundo S. Lucas 17,1-6.
Naquele
tempo, disse Jesus aos deus discípulos: «É inevitável que haja escândalos; mas
ai daquele que os causa! Melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço
uma pedra de moinho e o lançassem ao mar, do que escandalizar um só destes
pequeninos. Tende cuidado convosco! Se o teu irmão te ofender, repreende-o;
e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se te ofender sete vezes ao dia e sete
vezes te vier dizer: 'Arrependo-me', perdoa-lhe.» Os Apóstolos disseram ao
Senhor: «Aumenta a nossa fé.» O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um
grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: 'Arranca-te daí e planta-te no mar',
e ela havia de obedecer-vos.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense
Sermão 31: PL
194,1792, SC 207
Perdoar sete vezes ao dia
«Levai os fardos uns dos outros de outros;
assim cumprireis a lei de Cristo»; «Suportai-vos uns aos outros com amor» (Gal
6,2; Ef 4,2): é esta a lei de Cristo. Quando vejo no meu irmão alguma coisa
incorrigível, como resultado de dificuldades ou de enfermidades físicas ou
morais, porque não suportá-lo com paciência, porque não consolá-lo com todo o
coração, segundo a palavra da Escritura: «Os seus filhos serão levados ao colo e
consolados sobre os joelhos» (Is 66,12)? Faltar-me-á essa caridade que tudo
suporta, que é paciente para apoiar, indulgente para amar (cf 1Cor 13,7)? De
qualquer maneira, esta é a lei de Cristo: na sua Paixão, Ele realmente «tomou
sobre Si as nossas enfermidades» e, na sua misericórdia, «carregou com as nossas
dores» (Is 53,4), amando aqueles que carregava, carregando aqueles que amava.
Quem, ao contrário, é agressivo para com o irmão em dificuldades,
quem o atormenta pelas suas fraquezas, sejam elas quais forem, submete-se
obviamente à lei do diabo e executa-a. Sejamos pois compassivos uns com os
outros e cheios de amor fraternal; suportemos as fraquezas e lutemos contra os
vícios. […] E qualquer tipo de vida que permita entregar-se com mais sinceridade
ao amor de Deus e, por Ele, ao amor ao próximo – seja na vida religiosa ou na
vida laica – é verdadeiramente agradável a Deus.
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