PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
Missão de anunciar
Contemplamos a belíssima inauguração do ministério apostólico de Jesus na sinagoga de Nazaré. Guiado pelo Espírito Santo, proclama sua missão de anunciar a Boa-Nova e o ano da graça, o grande jubileu. Continuando a leitura, vemos como da admiração passam à recusa. Deixando de lado as maravilhas que viam em Jesus, não querem admitir que Ele tenha uma missão especial de Deus, pois é alguém do meio deles, um que eles conheciam. Nós também somos capazes de recusar um ensinamento dado por alguém do mesmo nível que nós. Jesus mostra essa realidade quando lembra a viúva que cuidou de Elias e o leproso estrangeiro que foi curado por Eliseu. O fechamento pode resultar mal para nós. Deus está aberto a todos, mas espera a abertura. Os pagãos são mais abertos do que os que recebem a graça da ação de Deus. A recusa dos judeus vem do fato de não verem a hora da visita de Deus. Agiram assim porque Jesus não preenchia os requisitos da tradição que fora criada pelos homens, não correspondendo à vontade e plano de Deus. Essa atitude dos judeus vai levar Jesus à morte. Eles tinham muitas ideias sobre o Messias. Havia muita curiosidade sobre as maravilhas que esse Enviado de Deus iria demonstrar. A Palavra de Deus nos apresenta a vocação de Jeremias que também passou por isso. Ele tem a missão de anunciar e, é escolhido para isso desde o seio de sua mãe. Ele deve enfrentar: “Levanta-te e comunica-lhes tudo o que eu te mandar dizer; não tenhas medo, senão eu te farei tremer na presença deles” (Jr 1,17).
A grande recusa
Ao final do discurso de Jesus, os judeus se enfureceram, levantaram-se, expulsaram de sua cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com intenção de lançá-lo no precipício. “E Jesus, passando pelo meio deles, continuou seu caminho” (Lc 4,29-30). O homem perigoso deve ser totalmente aniquilado. Aqui temos um detalhe: Em Nazaré não há nem monte nem precipício. O texto de Lucas quer indicar que os judeus queriam uma aniquilação completa do novo profeta, sem deixar sinais. Percebemos que essa atitude é muito atual na sociedade que quer acabar totalmente com os traços de Jesus na comunidade. E o estão conseguindo em tantos lugares. Não se refere a pagãos revoltados. É a sociedade que viveu a fé cristã e agora quer tirar os traços de Cristo. Nada de crucifixos, presépios, princípios cristão e família. As ideologias querem imperar nas escolas, nos meios de comunicação etc. Mesmo entre os que o escolheram vivem como se Jesus não mais existisse. A recusa tira a possibilidade de uma vida cristã coerente.
Conteúdo da profecia
Num mundo de tantas ideias nós podemos ficar perdidos procurando o que falar e que caminhos seguir. Basta lembrar os tempos de eleição. Quanta radicalização em pessoas ou partidos. Nós cristãos, infelizmente, nos dividimos e nos esquecemos que temos um caminho, de todos o melhor (1Cor 13,31). Não queremos partir do Evangelho. Esse é o conteúdo da missão. O apóstolo Paulo nos diz com toda segurança, que o amor é o maior. Não tendo esse, não chegamos a nada. A profecia não é para fundar uma religião, uma igreja, um grupo particular. É para levar Jesus e seu Evangelho. Em Nazaré Ele foi claro e não voltou atrás. Passou entre os que queriam destruí-lo, como também seu programa. Não se trata de fazer um partido, mas estar acima dos pensamentos do mundo que fracassam sempre .
Eu estou contigo
Jesus, na sinagoga de Nazaré, mostra sua missão: renovação total. E diz que é Nele que estão as soluções. O povo, ciumento, não gostou, pois era um quem nem eles. Então não devia prestar também. E botaram Jesus para fora da sinagoga para destruí-Lo, jogando do precipício. Jesus, passando no meio deles foi embora.
A Boa-Nova não agradou. Nem o profeta Jesus servia para eles. Preferem a mesmisse de sempre. A sociedade atual tenta todos os caminhos, mas não é capaz de aceitar Aquele que pode trazer a paz, dar a vida e ser uma fonte que jorra. Então... chispa no deserto sem água e cheio de serpentes. As nossas escolhas têm seus bons e maus resultados.
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