PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
O Pai manifesta o Filho
O Batismo de Jesus é sua Manifestação aos judeus. Nesse momento é o próprio Pai que abre os céus é Lhe dá o Espírito. E dá o sentido desse dom do Espírito como o Amor do Pai: “Tu és meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer” (Lc 3,22). O Batismo de Jesus é uma manifestação do sentido da missão de Jesus: ser amor. Por isso se manifesta o Espírito que é o Amor. O batismo dos cristãos tem essa característica: entrar nesse movimento do amor. Inicia-se uma transformação. Por isso não é só um rito, uma água que jorra. No Batismo se iniciou a missão de Jesus “Vós sabeis o que aconteceu na Judéia, a começar pela Galiléia, depois do Batismo pregado por João... Jesus, cheio do Espírito, andou por toda parte fazendo o bem...” (At 10,38). O batismo de Jesus mais que um rito é uma vida que se torna uma missão. O Batismo do Senhor é uma teofania, uma manifestação de Deus Trindade. Por isso somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não porque usamos seus Nomes, mas pelo rito de sermos mergulhados nas águas somos mergulhados nesse mistério de amor e assumimos o plano de Deus em Cristo. Não somos batizados para entrar numa religião, mas para participar da vida de Deus. Entramos na Igreja para dar condições para que essa vida seja consistente e possa continuar a manifestação do Filho ao mundo. Cada cristão é uma teofania do amor de Deus que é a missão fundamental de Jesus. Acima de tudo o que possamos fazer.
Este é meu Filho amado
O Batismo é participação no amor do Filho. Por isso também somos chamados de filhos queridos do Pai, como disse a Jesus “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer” (Lc 3,22). O caminho espiritual é corresponder ao Pai no amor, a Jesus como continuadores de sua missão e ao Espírito para jorrar o amor para o mundo. Este não espera outra coisa dos cristãos: quer ser amado no serviço concreto de redenção total do ser humano e do universo. Devemos evitar transformar o batismo em um costume, um rito que não atinge a vida ou uma obrigação. É um dom de Deus que devemos aproveitar ao máximo. Diz o Papa Leão Magno: “Toma consciência, cristão, da tua dignidade.” Após batismo, conduzido pelo Espírito Santo, Jesus vai para o deserto para ser tentado por Satanás (Lc 4,1). A vida cristã é cheia de dificuldades e lutas, pois, para corresponder ao projeto de Deus temos que assumir um caminho forte de seguimento de Jesus. Viveremos como Ele viveu. A missão que Ele recebeu no Batismo, passa ser também a nossa. Essa missão de Jesus não é só tirar pecados, mas começar no mundo a onda do amor do Pai. Essa onda não destrói, mas fecunda o mundo de uma vida nova. O amor pode mudar todas as coisas. O Pai pôs em Jesus todo seu bem querer. O Filho nos pede o mesmo amor.
Ser filho de fato
Como somos chamados a ouvir o Filho amado, a oração pós-comunhão diz: “chamados de filhos de Deus, nós o sejamos de fato”. Não é possível ser meio cristão. É comum ouvir das pessoas que são católicas, mas não aceitam tudo. Então não o é. Há coisas que não têm nada a ver com a fé. Isso podemos recusar. Mas devemos manter a unidade que é o vínculo da perfeição (Cl 3,14). Nosso compromisso é preciso permanecer Nele e, com Ele, levar o amor ao mundo. Nossa vida cristã não é constituída a partir de um conjunto de ideias, mas de um encontro no qual Deus se manifesta para ser manifestado ao mundo. O Batismo de Jesus era para a Missão, pois já era totalmente de Deus Pai.
Afogado nas águas.
Quando somos batizados, o padre joga um pouquinho d’água em nossa cabeça e diz: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Batizar em nome significa mergulhar no Pai, no Filho e no Espírito Santo, isto, unir-nos completamente na vida e pessoa da Santíssima Trindade. Estão certos os que querem batizar nas águas abundantes. Mas não é na quantidade de água que somos batizados, mas no imenso mar da vida do Pai. Para Deus, uma gota d’água ou um oceano vale o mesmo. Mas o Pai é sempre sem medida em sua vida e em seu amor.
Se somos mergulhados e participamos tanto dessa vida, temos que viver como vive o Pai, o Filho e o Espírito em sua comunhão de amor e comunhão de abertura ao outro, como são as Três Pessoas Divinas. São tão unidas que são um só Deus. Deus não é solitário ou distante, não precisando de nós. Ele nos atrai e nos envia para que seu dom de amor chegue a todos.
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