Evangelho segundo São João 8,1-11.
Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo, e todo o povo se aproximou dele. Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l’O, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar».
Tradução litúrgica da Bíblia
Isaac da Estrela(1171)
monge cisterciense
Sermão 12
«Ele, que era de condição divina,
despojou-se a Si mesmo,
tomando a condição de servo»(Fil 2,6-7)
O Senhor, Salvador de todos, «fez-Se tudo para todos» (1Cor 9,12), por forma a revelar-Se mais pequeno que os pequenos, Ele que era maior que os grandes. Para salvar uma alma surpreendida em adultério e acusada pelos demónios, rebaixa-Se a escrever com o dedo na terra. Ele mesmo é essa santa e sublime escada que o viajante Jacob viu no seu sonho (Gn 28,12), escada que sobe da Terra para Deus e que foi estendida por Deus à Terra. Quando quer, Ele sobe até Deus, umas vezes acompanhado de alguns, outras vezes sem que nenhum homem possa segui-lo. E, quando quer, reúne a multidão, cura os leprosos, come com os publicanos e os pecadores, toca nos doentes para os curar.
Bem-aventurada a alma que segue o Senhor Jesus por onde Ele vai, subindo ao repouso da contemplação, descendo pelo exercício da caridade, acompanhando-O no serviço, amando a pobreza, suportando o cansaço, os trabalhos, as lágrimas, as súplicas, e finalmente a compaixão e a Paixão. É que Ele veio para obedecer até à morte, para servir e não para ser servido, e para dar, não ouro ou prata, mas os seus ensinamento à multidão, e a sua vida pela multidão (Mc 10,45).
Que este seja, pois, o vosso modelo de vida, irmãos: seguir a Cristo subindo para o Pai, seguir a Cristo descendo até aos irmãos, não recusando nenhum exercício de caridade, fazendo-vos tudo para todos.
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