PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE (Ao fundo, PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO) |
2145. As ideologias que destroem
Papa Francisco, em sua reflexão sobre a santidade, indica dois erros que destroem o conteúdo autêntico do Evangelho. A vida cristã no mundo, mas não pode seguir as ideologias do mundo. Deve evangelizá-las. Normalmente acontece o contrário. Uma ideologia pode tirar o vigor evangélico da fé cristã. As ideologias levam para dois erros nocivos. Primeiro: Cristãos que separam as exigências do Evangelho de seu relacionamento pessoal com o Senhor, da união interior com Ele na graça. Vemos o caso de S. Francisco que fez uma opção fundamental pela pobreza para dar vida aos pobres. É o desapego total para que o Senhor continuasse sua vida pobre no mundo, através dessa opção. Ele vivia no tempo de uma Igreja rica e poderosa. Ele fez, como todos os outros santos que viveram o desapego. Esses santos são aclamados por tantos. Mas muitos o buscam só pelo lado “social”. Isso é consequência de sua escolha. Diz o Papa em sua reflexão: “O cristianismo se transforma em uma espécie de ONG, privando da beleza irradiante, como nos santos, como S. Francisco, Vicente de Paulo, Tereza de Calcutá... Nem a oração, nem o amor a Deus, nem a leitura do evangelho diminuíram a paixão e eficácia da sua dedicação ao próximo; antes pelo contrário...” (GE 100). Tomaram como modelo Jesus. As idéias e aspirações dos grandes líderes, são maravilhosas, só falta o miolo delas: Jesus. Assim foram reconhecidos como imagens vivas de Jesus, santos.
2146. Ideologia da ausência
Há um segundo erro nas ideologias: Assim diz o Papa: “Mas é nocivo e ideológico também o erro das pessoas que vivem suspeitando do compromisso social dos outros, considerando-o algo de superficial, mundano, secularizado, imanentista, comunista, populista; ou então o relativizam como se houvesse outras coisas mais importantes” (GE 101)
E dá um exemplo: A defesa do nascituro deve ser total, mas é sagrada também a vida dos pobres que já nasceram e se debatem na miséria, no abandono, na exclusão, no tráfico de pessoas, na eutanásia encoberta de doentes e idosos privados de cuidados, nas novas formas de escravatura, e em todas as formas de descarte. O ser humano, em todas as circunstâncias deve ser total. “Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo em que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua vida passa e termina miseravelmente” (GE 101). Fé e vida andam juntas. É por isso que a vitalidade do Evangelho se dilua em muitos setores da Igreja e são apoiados os movimentos que buscam a santidade intimista sem o núcleo do Evangelho, que é o amor.
2147. Problemas do mundo
Entre as muitas situações no mundo, o Papa cita o caso dos migrantes. Na verdade, o mundo está se movendo. Isso não é problema para muitos. Não podemos nos reger pelos políticos nem pelos que dizem que isso não é problema da Igreja nem tem a ver com a fé. Podem dizer: “Pensamos coisas mais sérias e teológicas”. Ou ficamos na piedade balofa e sem compromisso evangélico com o mundo. Os pequenos gestos podem resolver muito. O Papa cita S. Bento, que estabeleceu que as pessoas que passassem por ali fossem hospedadas e recebidas como Cristo. Isso não atrapalha a vida do mosteiro, se o peregrino for tratado como Cristo (GE 102). Já no Antigo Testamento há mandamentos que mandam cuidar dos estrangeiros. E o motivo é: “Porque foste estrangeiro na terra do Egito” (Lv 19,34). E dirá Isaias: “Então, a tua luz surgirá como a aurora” (Is 58, 7-8).
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