terça-feira, 31 de dezembro de 2019

NEM EU TERIA CORAGEM

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Durante uma tournée pelo mundo, uma jornalista chegou até os confins da África. E lá teve a oportunidade de visitar um leprosário. Observando como uma Irmã de Caridade fazia curativo num hanseniano, comentou horrorizada: 
- Admiro a senhora. Eu não faria isso nem a troco de um milhão de dólares. 
Erguendo os olhos para a jornalista, a Irmã respondeu: 
- Nem eu. Só mesmo por amor de JESUS, escondido nesse irmão sofredor. 
Lição para a vida: O que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que fizestes (Mt 25,40)

REFLETINDO A PALAVRA - “Filho do carpinteiro”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Abertura à Palavra de Deus
Na história do povo de Israel há uma constante que atravessa todos os tempos: o fechamento à Palavra de Deus. O povo somente ouvia Deus quando era pressionado por profundos sofrimentos, a história nos conta pois como cobrava a obediência e recebia as recusas. É o que pudemos ver na sinagoga de Nazaré quando Jesus, que era um conterrâneo, começa a realizar sua missão. Ele era conhecido como o Filho do carpinteiro José e tem sua família ali com eles. Não acolhem o que vem de Deus só porque não corresponde a seus critérios pequenos. Esse texto é uma amostra do que aconteceu na história. É também um retrato nosso quando não acolhemos a Palavra porque não corresponde às nossas exigências e esquemas. A recusa bloqueia até a ação de Deus: “Jesus lhes dizia: ‘Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares. E, ali, não pode fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos” (Mc 6,4-6). Há muitos tipos de fechamento no momento atual, usando inclusive questões religiosas para ocultar as exigências de uma verdadeira conversão. É mais fácil dar mais importância às idéias políticas, sociais, tradicionalismo ou liberalismo que à mensagem de Jesus. É mais fácil uma religião que usa certos atos de piedade que assumir o evangelho como fonte de vida. É o cuidado que devemos ter com religião que encobre a verdade com roupas, ritos, fumaça etc... e não aquela ensinada por Jesus vivo e sofredor. 
Levanto os olhos para vós 
A abertura à visita de Deus através da Palavra, como o fez Jesus na sinagoga de Nazaré, é um momento de relacionamento com Deus na obediência que o próprio Jesus apresentou em sua vida. O que Jesus pregava era o que Ele vivia. Por isso vai dizer: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). Jesus era mais palavra viva que palavra anunciada. Ele é o Evangelho e a Redenção. Ao contrário da recusa, requer-se a abertura de buscar e estar com os olhos fitos no Senhor (Sl 122) . “Nossos olhos estão fitos no Senhor...Como os olhos dos escravos estão fitos nas mãos de seu Senhor” (Sl 122). Por isso, Nele, os profetas devem tirar força para não se abaterem quando suas palavras não são ouvidas. Não se pode perder o ânimo de continuar anunciando “quer escutem, quer não – pois são um bando de rebeldes – ficarão sabendo que houve entre eles um profeta” (Ez 22,5). Na situação em que se encontra o mundo e a situação da Igreja, tem-se vontade de deixar de lado, como muitos fazem, mas é preciso ficar de pé como sentinela sobre o povo. Haverá seu momento de graça. O mal é sempre passageiro; o bem, contudo, é eterno. O profeta é a trombeta, mas a voz é de Deus. 
Basta-te minha graça 
O sofrimento dos profetas e anunciadores da Vontade de Deus é sentir que não são ouvidos. É a experiência de Paulo em seu ministério. Sofreu muita perseguição justamente por sua pregação aos pagãos, não se deixando levar pelos judaizantes. Estes queriam que os convertidos do paganismo vivessem como judeus. Isso era um espinho em sua carne. Eles lhe moviam constante perseguição. Era como um anjo de Satanás que o esbofeteasse. Nem a oração suplicante tira esse espinho. A resposta está nas palavras de Jesus a Paulo: “Basta-te minha graça, pois é na fraqueza que a força se manifesta” (2Cor 12,9). Na fraqueza, o grito de socorro será sempre ouvido, não como queremos, mas como Deus quer. Ele é sempre maior que nosso coração, e por isso compreende o que mais necessitamos. A missão do profeta é a mesma de Jesus e vai levá-lo pelos mesmos caminhos. Sentimos que nada vai em frente. Mas é Ele quem dá o querer e o agir.
Evangelho segundo São João 1,1-18. 
No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio dele e sem Ele nada foi feito. Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho dele, exclamando: «Era deste que eu dizia: "O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim"». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Amadeu de Lausana(1108-1159) 
monge cisterciense, bispo 
Homilia mariana III,SC72 
Ele fez-Se nosso Salvador Senhor, 
conhecemos as tuas obras 
e ficámos abismados; 
contemplámos as tuas maravilhas 
e desfalecemos. 
Descido o teu Verbo, o nosso coração derreteu-se e as nossas entranhas abriram-se a Ele. Com efeito, quando o silêncio envolvia todas as coisas e a noite tinha percorrido metade do seu curso, a tua Palavra todo-poderosa desceu do palácio real (cf Sab 18,14-15). Pois Tu difundiste sobre nós, ó Pai, as entranhas da rua caridade e não pudeste reter mais tempo a multidão das tuas misericórdias. Tu difundiste a luz nas trevas e o orvalho na seca, e acendeste um fogo intenso no frio penetrante. O teu Filho apareceu-nos como abundância de víveres que ameaça uma escassez extrema, e como fonte de água viva para a alma que sofre e desfalece em pleno calor; ou ainda, como se manifesta o auxiliar e o libertador àqueles que, cercados pelo inimigo, estão na iminência de avançar para a luta com a morte em perspetiva, sob a ameaça da espada: assim nos apareceu Ele e Se fez nosso Salvador. É muito bom e salutar reportarmo-nos às origens daquele que é a nossa salvação e reafirmar a sua encarnação, recordando de onde veio e como desceu até nós.

31 DE DEZEMBRO – O SANTO QUE FECHA AS PORTAS DO ANO

Silvestre I, o 38º na lista dos Papas, viveu na época em que começava um novo tempo para a Igreja. Até então ela vivera debaixo das catacumbas, na clandestinidade, acuada pelos imperadores, banhada no sangue dos seus mártires. Iniciava agora nova etapa. Saía das catacumbas. Agora se podia celebrar publicamente o culto divino e construir igrejas. Silvestre I viveu numa época de certa calma. Houve problemas, porém. O imperador Constantino Magno decretou liberdade de culto para o cristianismo, mas exagerou nesse protecionismo, chegando a querer impor sua vontade no governo eclesiástico. Silvestre precisou pactuar com certas atitudes do imperador para continuar pastoreando seu rebanho com alguma independência. Foram 21 anos bem agitados, mas de conseqüências benéficas. 
ORAÇÃO PARA COMEÇAR E TERMINAR BEM 
Senhor! Que eu saiba viver e conviver no decorrer deste ano. Que eu viva e deixe viver. Que eu aproveite a vida sensatamente. Que eu esteja de bem com a vida, E com todos com quem me encontrar ao longo deste ano.Amém!
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa 
Venerável Padre Pelágio Sauter CSsR
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CATARINA LABOURÉ Religiosa Lazarista, Vidente, Santa 1806-1876

A VIDENTE DA MEDALHA MILAGROSA

Por muitos anos ninguém soube como surgiu a Medalha Milagrosa. Apenas em 1876 tornou-se público que uma humilde religiosa, falecida naquele ano, é que recebera da Mãe de Deus a revelação dessa Medalha.
Na pequena aldeia de Fain-les-Moutiers, na Borgonha, Catarina nasceu a 2 de maio de 1806, a nona dos onze filhos de Pedro e Luísa Labouré, honestos e religiosos agricultores.Quando tinha apenas nove anos, Catarina perdeu a mãe. Após o funeral, a menina subiu numa cadeira em seu quarto, tirou uma imagem de Nossa Senhora da parede, osculou-a e pediu-lhe que Ela se dignasse substituir sua mãe falecida.Três anos depois, sua irmã mais velha entrou para o convento das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo. Couberam a Catarina, então com 12 anos, e à sua irmã Tonete, com 10, todas as responsabilidades domésticas. Foi nessa época que ela recebeu a Primeira Comunhão. A partir de então a menina passou a levantar-se todos os dias às quatro horas da manhã, para assistir à Missa e rezar na igreja da aldeia. Apesar dos inúmeros afazeres, não descuidava sua vida de piedade, encontrando sempre tempo para meditação, orações vocais e mortificações.
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SILVESTRE DE ROMA Papa, Santo + 335

O longo pontificado de São Silvestre (de 314 a 335) correu paralelo ao governo do imperador Constantino, numa época muito importante para a Igreja recém saída da clandestinidade e das perseguições. Foi nesse período que se formou uma organização eclesiástica que duraria por vários séculos. Nesta época, teve lugar de destaque o imperador Constantino. Este, de facto, herdeiro da grande tradição imperial romana, considerava-se o legítimo representante da tradição imperial romana, considerava-se o legítimo representante da divindade (nunca renunciou ao título pagão de “Pontífice Máximo”), e logo também do Deus dos cristãos e por isso encarregado de controlar a Igreja como qualquer outra organização religiosa.
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Santa Benta Hyŏn Kyŏng-nyŏn e seis companheiros, Mártires

Santas Mártires Coreanas
Martirológio Romano: Em Seul, na Coreia, Santa Benta Hyŏn Kyŏng-nyŏn, viúva e catequista, e seis companheiros, mártires, que depois de terem sofrido muitos suplícios pelo nome de Cristo, morreram finalmente decapitados. 
     A ação do Espírito Santo, que sopra onde quer, conta com o apostolado de um generoso grupo de leigos na raiz da Santa Igreja de Deus nas terras coreanas. A primeira semente da fé católica foi levada para sua pátria por um leigo coreano em 1784, no seu retorno de Pequim. Fecundada na metade do século XIX pelo martírio de 103 membros da jovem comunidade, entre eles se destacando Santo André Kim Taegon, o primeiro presbítero coreano e o apóstolo leigo São Paulo Chong Hasang.
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE DEZEMBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – Terça-feira – Santos: Silvestre I, Catarina Labouré, Melânia
Evangelho (Jo 1,1-18) “E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito.”
O Filho de Deus fez-se humano, assumiu nossa natureza, nasceu, viveu e morreu como nós. Se acreditamos nele, se o aceitamos como salvador, ele nos dá a possibilidade de ser filhos e filhas de Deus, participantes de sua vida divina. Somos convidados para uma vida nova, com novas possibilidades de ser, conhecer e amar. Para isso fomos criados, e só isso nos pode fazer felizes.
Oração
Senhor Jesus, sois o Filho de Deus, por vós e para vós tudo existe, e sem vós nada podia existir. Por vós eu existo e vivo enquanto sou mantido por vós na existência. Sem vós nada sou. E se não me transformais, não posso ser feliz, não posso conhecer e fazer o bem. Preciso de vós, de vossa graça e misericórdia. Quero amar-vos o mais que puder, a vós que tanto me amastes. Amém.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

DEPOIS DA CONVERSÃO, ÓCULOS DA FÉ!

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Dois amigos se encontraram e conversam alegremente. Um deles perguntou ao outro, que tinha estado num encontro de renovação: 
- Gostou do encontro? Rezou demais? 
- Muito, mas não demais. 
-Agora que você se converteu, resolveu seus problemas? Acabaram-se as tentações?
-Os problemas continuam. E as tentações também. 
- Então qual a vantagem que você tirou da sua conversão? 
- Tenho nova visão sobre tudo. Novas respostas. Aprendi a enfrentar os problemas e vencer as tentações. Agora pus nos olhos do coração os óculos da Fé. 
Lição para a vida: 
A conversão é a tarefa de cada dia. O sol recomeça todos os dia sua caminhada. Nós também.

REFLETINDO A PALAVRA - “O Homem que fazia”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVIERA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
2061. Saber amar 
Falar da prata da casa pode ser deselegante, mas, como é para o conhecimento dos grandes homens da Igreja, vale a pena. Uma coisa impressiona é leitura dos autores muito antigos. Falam a mesma linguagem de hoje com muita profundidade. É o que chamamos de Tradição da fé e do conhecimento desta fé. A Igreja, ao longo dos séculos, teve homens e mulheres que foram capazes de mudar os rumos da sociedade. Por isso lembro nosso querido Beato Januário Maria Sarnelli que no século XVIII (1702-1744), realizou uma obra fantástica. Viveu pouco, mas intensamente para o bem dos outros. Nem a fragilidade de sua pessoa o impediu de fazer a cidade melhorar sua condição de vida. Não viveu só em questões sociais, mas fundamentava com uma literatura espiritual. Esse homem foi companheiro de Santo Afonso e, como ele, advogado, sacerdote e missionário. Esteve entre os primeiros da Congregação. Como advogado cristão tinha o compromisso de assistir doentes no Hospital dos Incuráveis, como seu amigo. Com ele e outros padres seculares se dedicava aos pobres da cidade, nas chamadas Capelas Vespertinas. Nápoles era uma cidade populosa, mas problemática. Dez da população estava na prostituição. Eram de trinta a quarenta mil prostitutas, espalhadas pela cidade, misturadas com as crianças, seus filhos. Foi missionário com Afonso e outros na grande missão das periferias de Nápoles. Ali conheceu mais ainda essa situação. Nessa missão pode se animar para entrar para a Congregação. Como a saúde era fraca, teve que sair de Scala e voltar para Nápoles onde continuou suas atividades. 
2062. Trazendo soluções 
Januário Sarnelli, filho do Barão Sarnelli, era de família bem colocada. Apesar de ter saúde frágil trabalhava fortemente na solução dos problemas da sociedade. Quando lhe diziam de se curar e depois trabalhar, respondia que, se fosse parar, nunca iria fazer nada. Enfrentou em primeiro lugar as missões na periferia de Nápoles, dirigindo essa missão no lugar de Afonso que teve que se retirar. Depois enfrentou a questão da prostituição, conseguindo provocar leis das autoridades para a solução do problema que envolvia também a higiene, a moralidade e a educação das crianças num ambiente promíscuo. A prostituição foi isolada em uma área. Ajudava as que queriam sair da prostituição, cuidava das crianças numa educação preventiva. Não se limitou a esse problema, mas também na santificação da sociedade, implantando, por onde passava, a meditação diária, que era também preocupação de S. Afonso. Pregava missões e orientava. Trabalhou muito, tanto que temos dele, em treze anos, trinta obras publicadas, num total de quatro mil páginas. 
2063. Cuidar da pessoa toda 
Beato Januário Sarnelli nos dá uma lição magnífica de evangelização: cuidar da pessoa como um todo. Nós vemos que trabalha no cuidado espiritual, mas ao lado está a organização política e social. Como deseja recuperar a mulher da prostituição, começa já com as meninas, dando-lhes condição de saírem de seu meio e crescerem com dignidade. Para a vida espiritual, não adiantava só pregar, mas ensina a meditação que é um meio de crescer e se fortalecer espiritualmente. Mesmo tendo que se afastar do grupo de Afonso para ficar em Nápoles, está cumpriu sua missão para com os abandonados de outro modo. Seu pai, o Barão de Sarnelli, deu a Afonso a área para construir o convento e a Igreja. Até hoje, esta casa continua a mesma missão. Ser santo tem que ser por inteiro.

EVANGELHO DO DIA 30 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 2,36-40. 
Quando os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, estava no Templo uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do Templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Bernardo (1091-1153) 
monge cisterciense, doutor da Igreja 
2.ª homilia sobre o Cântico dos Cânticos,§8 
«Começou também a louvar a Deus 
e a falar acerca do Menino a todos 
os que esperavam a libertação de Jerusalém» 
Ó rebento de Jessé, Tu que és um sinal para todos os povos, quantos reis e profetas desejaram ver-Te e não Te viram! Feliz daquele que, na sua velhice, foi cumulado com o dom divino da tua vinda! Ele estremeceu em desejo de ver o sinal, viu-o e alegrou-se. Tendo recebido o beijo da paz, deixou este mundo com a paz no coração, não sem antes proclamar que Jesus tinha nascido para ser um sinal de contradição. E essa profecia cumpriu-se: mal apareceu, o sinal da paz foi contraditado, mas por aqueles que têm ódio à paz. Porque Ele é a paz para os homens de boa vontade, mas para os mal intencionados é pedra de tropeço. Herodes perturbou-se, e toda a Jerusalém com ele. O Senhor veio a ele, mas os seus não O receberam. Felizes os pobres pastores, que, velando na noite, foram considerados dignos de ver este sinal! Já nesse tempo Ele Se escondia aos pretensos sábios e prudentes, revelando-Se aos humildes. Aos pastores, o anjo disse: «Eis o sinal para vós». Ele é para vós, os humildes e obedientes, para vós que não vos jactais de ciência orgulhosa, mas velais noite e dia, meditando na lei de Deus. Eis o sinal para vós! Aquele que os anjos prometeram, Aquele que os povos reclamaram, Aquele que os profetas anunciaram. [...] Eis, pois, o sinal para vós; mas sinal de quê? De perdão, de graça, de paz, duma paz que não terá fim. Eis o sinal para vós: um Menino envolto em panos e reclinado numa manjedoura. Mas Deus está nele, reconciliando o mundo consigo. [...] Este Menino é o beijo de Deus, o Mediador entre Deus e os homens, Jesus homem e Cristo, que vive e reina pelos séculos dos séculos.

30 DE DEZEMBRO – FUGIU PARA NÃO SER BISPO, MAS...

São Fulgêncio viveu no século IV: filho de romanos, vivia numa região da África. Trabalhava como coletor de impostos até conhecer as obras de Santo Agostinho. Decidiu então, viver uma vida de austeridade e solidão, junto com os monges do Egito. Mas sua viagem foi interrompida quando o navio que o levava, precisou atracar em Siracusa. Ainda no porto, soube que havia sido eleito bispo, junto com outros candidatos, para diversas dioceses.. Foi então que decidiu fugir para mais longe ainda. Quando Fulgêncio soube que os bispos já tinham sido sagrados, retornou à sua terra natal. Mal chegou à sua província, foi eleito bispo da pequena cidade de Ruspe, a única diocese que não tinha bispo. Fulgêncio passou a pregar e a se dedicar intensamente às obras pastorais. O dinheiro que recebia, dava-o aos pobres. Durante nove anos desempenhou sua função com humildade, até sua morte.
Oração: São Fulgêncio, rogai por nós para que aceitemos com alegria e obediência tudo o que estiver em conformidade com os planos do Pai. Que seja realmente feita a Sua vontade e não a nossa.São Fulgêncio, que a partir do momento em que abraçastes o que realmente vos foi traçado, passastes a ser realmente feliz, fazei que também nos mergulhemos lna Vontade suprema de nosso Criador para podermos sentir a paz e a força do Alto. Amém.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio Sauter CSsR
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São Rugero de Cane

São Rugero nasceu entre 1060 e 1070, na célebre e antiga cidade italiana de Cane. O seu nome, de origem normanda, sugere que seja essa a sua origem. Além dessas poucas referências imprecisas, nada mais se sabe sobre sua vida na infância e juventude. Mas ele era respeitado, pelos habitantes da cidade, como um homem trabalhador, bom, caridoso e muito penitente. Quando o bispo de Cane morreu, os fiéis quiseram que Rugero ficasse no seu lugar de pastor. E foi o que aconteceu: aos trinta anos de idade, ele foi consagrado bispo de Cane. No século II, essa cidade havia sido destruída pelo imperador Aníbal, quando expulsou o exército romano. Depois, ela retomou sua importância no período medieval, sendo até mesmo uma sede episcopal. No século XI, mais precisamente em 1083, por causa da rivalidade entre o conde de Cane e o duque de Puglia, localidade vizinha, a cidade ficou novamente em ruínas.
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JOÃO MARIA BOCCARDO Sacerdote, Fundador, Beato 1848-1913

Em 1848, 20 de Novembro nasce o pequeno João Maria Boccardo, em Testona, município de Moncalieri. Família pobre com 8 irmãos mas muito religiosa, sentiu o chamado, entra no seminário e é ordenado sacerdote em 3 de Junho de 1871. Trabalha no seminário como assistente e depois como reitor por vários anos. No dia 10 de Setembro de 1882 aos 34 anos de idade, recebe a proposta de assumir uma paróquia, no momento sem pastor. Cidade pequena, 3000 habitantes: Pancalieri. Em junho de 1884 os seus paroquianos são atingidos por uma epidemia: A cólera. As providências sanitárias são tomadas. Padre João Maria Boccardo e o grupo das Filhas de Maria redobram sua dedicação. Ninguém fica sem os sacramentos. E a epidemia desapareceu, tudo volta a normalidade. Mas o Pároco continua afligido por que tem muitas famílias enlutadas, dizimadas, atingidas pela miséria. Ele sente que a paróquia precisa continuar fazendo alguma coisa com campo da caridade.
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EUGÉNIA RAVASCO Religiosa, Fundadora, Beata 1845-1900

Eugénia Ravasco nasceu em Milão no dia 4 de Janeiro de 1845, terceira dos seis filhos do banqueiro genovês Francisco Mateus e da nobre senhora Carolina Mozzoni Frosconi. Foi baptizada na Basílica de Santa Maria da Paixão e recebeu o nome de Eugénia Maria. A família rica e religiosa ofereceu-lhe um ambiente cheio de afectos, de fé e uma fina educação. Depois da morte prematura de dois filhinhos e também da perda da jovem mulher, o pai retornou a Génova, levando consigo o primogénito Ambrósio e a última filha Elisa com apenas um ano e meio. Eugénia ficou em Milão com a irmãzinha Constância, entregue aos cuidados da tia Marieta Anselmi, que como uma verdadeira mãe, cuidou do seu crescimento, educando-a com amor, mas também com firmeza. Eugénia, vivaz e expansiva, na sua infância, a considerou sua mãe e se uniu a ela com grande afecto. No ano de 1852 se reuniu a sua família em Génova. O desapego da tia lhe causou uma dor fortíssima, que a fez adoecer.
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Beata Margarida Colonna, Clarissa - 30 de dezembro

  Margarida nasceu em 1254 ou 1255, filha de Odão Colonna, chefe do ramo primogênito dos Colonnas, casado com Madalena Orsini. O nascimento deve ter sido em Palestrina, a antiga Preneste, a uns 40 quilômetros de Roma, onde se encontrava o castelo paterno.
     Descendente da célebre família Colonna, Margarida foi desde a mais tenra idade educada cristãmente pela mãe, que tinha conhecido São Francisco em casa de seu irmão Mateus. Tendo ficado órfã do pai poucos anos depois de nascer, e também da mãe, quando tinha dez anos, foi confiada à tutela do irmão mais velho, João, duas vezes senador de Roma (+ 1292).
     Quando Margarida chegou aos 18 anos, João pensou que era tempo de casá-la, mas Margarida recusou e foi defendida pelo irmão Tiago, que terminava os estudos na Universidade de Bolonha. Margarida e Tiago estavam profundamente influenciados pelos ideais franciscanos.
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE DEZEMBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Segunda-feira – Santos: Anísia, Libério, Sabino
Evangelho (Lc 2,36-40) “Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada...”
Penso que Lucas, ao narrar a apresentação de Jesus no Templo, quis também mostrar sua ligação com o passado. Simeão e Ana são duas testemunhas do passado e da esperança ainda viva, que acolhem o cumprimento da promessa. Isso pode lembrar-nos que os idosos da família, principalmente os avós, são para os mais novos testemunhas da fé vivida, da bondade e da misericórdia de Deus.
Oração
Senhor meu Deus, hoje vos peço pelas avós e pelos avôs, idosos ou nem tanto. Ajudai-os para que, com seu jeito diferente de amar, mostrem para seus netos e netas, como foi e continua sendo bom seguir Jesus. Que, com sua sabedoria e ternura, saibam conquistar para vós as novas gerações, portadoras de tantas riquezas e limitações. Conservai-os, porque eles são muito importantes. Amém.

domingo, 29 de dezembro de 2019

A OUTRA FACE

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
O filme “A estrela cadente” traz uma cena quase evangélica. 
Lúcio entra em discussão acalorada com um operário. Este perde as estribeiras e descarrega uma bofetada no adversário. Todos esperavam a revanche na mesma medida.
Lúcio, entretanto, contrai o semblante, enfia a mão no bolso, tira a carteira de cigarro e oferece ao seu inimigo. Este leva um choque. Não esperava tal reação. Esse gesto heroico o desarmou. 
Lição para a vida: 
Se alguém lhe dá uma bofetada na face, oferece-lhe o outro lado (Lc 6,29)

Homilia da Festa da Sagrada Família (29.12.19)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
“Jesus, Maria e José” 
 Honra teu pai 
No período do Natal celebramos a Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Não se trata só de uma devoção, mas de um modo de compreender a Redenção que Jesus nos trouxe. Ele se fez homem, mas se fez família também. Tirar os pais de Jesus do anúncio evangélico é desfigurar a Encarnação. Deus quis assim. Não é minha opção religiosa que vai mudar o desígnio de Deus. Quis uma Mãe, que O gerou, e um pai que transmitiu a realeza: “Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo”... “José, filho de Davi (rei), não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo” (Mt 1,20). Sendo assim, a festa não é a comemoração de uma família exemplar, mas a celebração do Mistério da Encarnação, manifestação de Deus, através de seu Filho, em sua condição humana dentro de uma família. A família é o primeiro lugar para a formação dos filhos de Deus, como o foi para Jesus. Há os que querem ver mau relacionamento de Jesus com Maria. O mandamento de honrar os pais estava muito encarnado em Jesus: “Desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso” (Lc 2,51). Jesus completa esse relacionamento com sua obediência ao Pai, sem destruir os laços humanos que tinha com seus pais. É justamente isso que os apóstolos e Paulo tomam como modelo para a vida de comunidade. Tudo o que Deus quer para o mundo começa com a família. Vemos isso no Eclesiástico, nas cartas de Paulo e Pedro. É a condição para entrar em oração: “Quem honra seu pai... no dia em que rezar será atendido” (Eclo 3,6). 
Revesti-vos de virtudes 
Paulo, na carta aos Colossenses, descreve as virtudes que devem reinar no lar e na comunidade. O que predomina é o amor: “Amai-vos uns aos outros, pois o amor é vínculo de perfeição” (Cl 3,14). Paulo coloca a vida em família a partir de uma mudança interior: “Revesti-vos de sincera misericórdia...”. Passa a seguir à vida comum na base do amor, da paz e da ação de graças. São as virtudes que constroem uma comunidade. A Palavra de Deus é o fundamento do relacionamento: “A Palavra de Cristo, com toda sua riqueza, habite em vós” (Cl 3,16). Não é possível uma vida de família sem que seja modelada pela Palavra. Como faz falta em nossas famílias a orientação a partir da Palavra de Deus! Como há grande fragilidade por falta de conhecimento, Paulo insiste: “Ensinai, admoestai-vos uns aos outros” (16). O que nos falta muito é justamente a formação. Mais que gente que instrua, falta gente que queira aprender. A vida cristã é centrada em Cristo: “Tudo seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo”. O relacionamento espiritual vai ao concreto da vida matrimonial no mútuo amor e respeito. Vai até o cuidado no relacionamento dos filhos. 
Famílias novas? 
A Igreja não desiste de sua compreensão da família, como recebemos do Evangelho e da Tradição. A complementaridade assume todos os campos. É tão rico ver a diferença sendo fonte de crescimento pessoal. O que quero em mim, eu encontro em você. Um é espelho do outro. Crescemos quando somos capazes de acolher o outro como um dom de Deus e um estímulo de vida. Certo que o passado não é o melhor modelo, pois cada época tem suas riquezas e pobrezas. A Igreja é uma família de famílias. Desse modo todo o empenho exigirá a família como um todo. Infelizmente as pastorais não trabalham com a família que deve estar presente em todos os setores. Vivendo os ensinamentos evangélicos e desenvolvendo seus próprios dons, contribuirão para uma evangelização envolvente. 
Leituras: Eclesiástico 3,3-7.14-17; 
Salmo 127; Colossenses 32,12-21;
 Mateus 2,13-15.19-23. 
1. Tirar os pais de Jesus do anúncio evangélico é desfigurar a Encarnação. 
2. Não é possível uma vida de família sem que seja modelada pela Palavra. 
3. Crescemos quando somos capazes de acolher o outro como um dom de Deus.
Éramos três 
Deus gostou muito do jeito humano de viver que quis que seu Filho dileto vivesse do mesmo modo. Parece que era o melhor jeito para Deus realizar seu plano de salvar a humanidade. Não adiantava passar uma tinta bonita no mundo para ele ficar bom. Precisava consertar por dentro. Por isso quis iniciar a redenção dentro de uma família. As virtudes da família se realizaram todas naquela familiazinha que foi crescendo, ficando forte, aumentando os números dos filhos até chegarmos ao que somos, Igreja, família de Deus.

EVANGELHO DO DIA 29 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Mateus 2,13-15.19-23. 
Depois de os Magos partirem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino para O matar». José levantou-se de noite, tomou consigo o Menino e sua Mãe e partiu para o Egito e ficou lá até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor anunciara pelo profeta: «Do Egito chamei o meu filho». Morto Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e vai para a terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do Menino». Levantando-se, ele tomou o Menino e sua Mãe e voltou para a terra de Israel. Porém, tendo ouvido dizer que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de Herodes, seu pai, teve medo de ir para lá. Advertido em sonhos, retirou-se para a região da Galileia e foi morar numa cidade chamada Nazaré; assim se cumpriu o que foi anunciado pelos profetas: Ele será chamado Nazareno. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Afonso-Maria de Ligório 
(1696-1787) bispo, doutor da Igreja 
Meditações sobre a Oitava da Epifania,n.°3 
«Os que atentavam contra a vida do Menino» 
Um anjo apareceu em sonhos a São José, e avisou-o de que Herodes andava à procura do Menino Jesus para Lhe tirar a vida: «Levanta-te, toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para o Egito». Ainda mal nasceu, já Jesus é perseguido de morte. [...] José obedece sem demora à voz do anjo: acordando sua santa esposa, pega em algumas ferramentas que pudesse levar consigo, a fim de exercer a sua profissão no Egito e ter com que sustentar a família. Maria, por seu turno, reúne as roupas necessárias a seu divino Filho; e depois, aproximando-se do berço onde Ele repousava, ajoelha-se, beija os pés de seu querido Filho e, por entre lágrimas de ternura, diz-Lhe: «Meu Filho e meu Deus, que vieste ao mundo para salvar os homens; ainda mal nasceste e já os homens vêm à tua procura para Te dar a morte!» Pega ele e, continuando a chorar, os dois santos esposos fecham a porta e põem-se a caminho de noite. [...] Meu bem-amado Jesus, Tu és o Rei do Céu e vejo-Te errar como fugitivo sob a aparência de uma criança. Que procuras?, diz-me. A tua pobreza e o teu abaixamento emocionam-me de compaixão; mas aquilo que me aflige mais é a negra ingratidão com que Te vejo tratado por aqueles que vieste salvar. Tu choras, e também eu choro, por ter sido um daqueles que Te desprezaram e Te perseguiram; a partir de agora, porém, preferirei a tua graça a todos os reinos do mundo. Perdoa-me todos os ultrajes que Te fiz; permite-me que, na viagem desta vida para a eternidade, Te leve no meu coração, a exemplo de Maria, que Te levou nos seus braços durante a fuga para o Egito. Meu Redentor bem-amado, foram muitas as vezes em que Te expulsei da minha alma, mas tenho confiança, agora que voltaste a tomar conta dela. E suplico-Te que a prendas a Ti pelas doces cadeias do teu amor.

29 DE DEZEMBRO – APUNHALADO DENTRO DA CATEDRAL

Tomás Becket (1118- 1170) – Tomás, bispo de Cantuária e Henrique II rei da Inglaterra, não se entendiam mais, porque o rei queria mandar na Igreja. Até acontecer o que aconteceu: Dia 29 de dezembro de 1170, quando o bispo se dirigia para a catedral com seus acompanhantes, um bando de homens invadiu o recinto sagrado, brandindo lanças e espadas. Um deles esbravejou: 
- Onde está o traidor? 
Ninguém respondeu. A mesma voz gritou:
- Onde está o arcebispo? 
- Está aqui, respondeu impavidamente Dom Tomás. Não perguntem pelo traidor porque ele não está aqui. O que vocês querem na casa de Deus, armados desse jeito? 
- Queremos a sua morte. 
- Estou pronto. Mas respeitem estes meus companheiros.
Apoiando-se na coluna da igreja, preparou-se para receber o golpe fatal. Quatro homens avançaram nele com as espadas desembainhadas. Somente o quinto golpe tirou-lhe a vida. (Pe. Hünermann) 
Santo Tomás Becket fica como exemplo de resistência diante dos ditadores que se atrevem a colocar os direitos do Estado acima dos direitos de Deus.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio Sauter CSsR
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Santa Lutgarda e o Papa Inocêncio III

     Santa Lutgarda, Mística Cisterciense de Aywières, Bélgica, é padroeira dos cegos e é festejada no dia 16 de junho.
     Ela nasceu em Tongres, Holanda, em 1182. Aos doze anos de idade foi recomendada às monjas beneditinas do Convento de Santa Catarina, próximo de Saint-Trond, não por piedade, mas porque o dinheiro para seu dote matrimonial havia sido perdido por seu pai. Era o costume da época.
      Lutgarda era bonita e gostava de divertir-se sadiamente e de vestir-se bem. Não aparentava ter vocação religiosa; vivia no convento como uma espécie de pensionista, livre para entrar e sair.
     Um dia, porém, enquanto conversava com umas pessoas amigas, teve uma visão de Nosso Senhor Jesus Cristo que lhe mostrava suas feridas e lhe pedia que amasse somente a Ele. Lutgarda naquele dia descobriu o amor de Jesus e o aceitou no mesmo instante como seu Prometido. Desde aquele momento sua vida mudou. Algumas monjas, que observaram a mudança em Lutgarda, vaticinaram que aquilo não duraria. Enganaram-se, pois seu amor por Jesus crescia. 
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TOMÁS BECKET Bispo, Mártir, Santo 1118-1170

Tomás Becket nasceu no dia 21 de dezembro de 1118, em Londres. Era filho de pai normando e cresceu na Corte ao lado do herdeiro do trono, Henrique. Era um dos jovens cortesões da comitiva do futuro rei da Inglaterra, um dos amigos íntimos com que Henrique mais tinha afinidade. Era ambicioso, audacioso, gostava das diversões com belas mulheres, das caçadas e das disputas perigosas. Compartilharam os belos anos da adolescência e da juventude antes que as responsabilidades da Coroa os afastasse. Quando foi corado Henrique II, a amizade teve uma certa continuidade, porque o rei nomeou Tomás seu chanceler. Mas num dado momento Tomás voltou seus interesses para a vida religiosa. Passou a dedicar-se ao estudo da doutrina cristã e acabou se tornando amigo do arcebispo de Canterbury, Teobaldo. Tomás, por sua orientação, foi se entregando à fé de tal modo que deixou de ser o chanceler do rei para ser nomeado arcediácono do religioso. Quando o arcebispo Teobaldo morreu e o papa concedeu o privilégio ao rei de escolher e nomear o sucessor, Henrique II não vacilou em colocar no cargo o amigo. Mas o rei não sabia que o antigo amigo se tornara, de fato, um fervoroso pastor de almas para o Senhor e ferrenho defensor dos direitos da Igreja de Roma. Tomás foi ordenado sacerdote em 1162 e, no dia seguinte, consagrado arcebispo de Canterbury.
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE DEZEMBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – Domingo – SAGRADA FAMÍLIA
Evangelho (Mt 2,13-15.19-23) “Depois de receber um aviso em sonho, José retirou-se para a região da Galileia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré.”
A família de José era uma família migrante, refugiada no Egito, como tantas outras ainda hoje. Viviam num lugar estranho, longe dos parentes, na pobreza e muita saudade. Foi uma alegria quando o anjo disse que podiam voltar para casa; o caminho até parecia mais curto do que na ida. Logo, porém, José viu que não poderiam viver na Judeia com o rei que ali mandava. Novamente obedeceu ao Senhor e foram morar em Nazaré. Talvez eu não tenha de passar pela mesma experiência que a família de José. Minha vida tem sido bastante estável e sem surpresas maiores. Mas tenho de saber que tudo pode mudar a qualquer hora, sem a mensagem de um anjo. E terei de ouvir a voz do Senhor, e partir apoiado apenas pela confiança em suas promessas.
Oração
Senhor Jesus, tenho de olhar mais vezes para José e Maria, e para vós também, e aprender a disponibilidade e a entrega confiante. Meus projetos parecem sempre ser os mais prudentes e seguros. Já vi, porém, que nem sempre tomei a melhor decisão, e outras vezes as circunstâncias é que mudaram. Não permitais que me apavore. Acalmai meu coração, e dai-me a sabedoria para refazer minhas escolhas. E peço também por todos que têm de se pôr na estrada, até deixando a pátria. Ajudai-os a escolher o rumo. Ponde em seu caminho pessoas bondosas. Guardai-os dos perigos e das maldades, das opressões e abusos. Ajudai-os a encontrar um lar, e a ter de volta a alegria de uma vida em família, na segurança e na paz. Amém.

sábado, 28 de dezembro de 2019

SANTO AMBRÓSIO E O REI

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
MISSIONÁRIO REDENTORISTA
Santo Ambrósio (+397) tinha uma personalidade forte. Era um bispo santo e corajoso que não se atemorizava nem sequer diante do imperador. Informado de vários assassinatos em massa praticados pelo imperador Teodósio, escreveu-lhe:
“...Eu nem tenho coragem de celebrar os Santos Mistérios se souber que Vossa Majestade está presente. Eu assim procederia no caso de uma só pessoa assassinada. O que faria quando se trata do morticínio de milhares? A resposta é sempre a mesma: Não!” 
Lição para a vida: 
Dê passagem à vida, de quem quer que seja...

REFLETINDO A PALAVRA - Duas Oliveiras

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
(Ao fundo, o sempre estimado missionário redentorista,
 diretor querido, PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO!)
Plantadas na casa do Senhor 
No livro do Apocalipse encontramos a figura de duas testemunhas a quem chama de as duas oliveiras e os dois candelabros que estão diante do Senhor. Elas serão perseguidas e terão seus cadáveres expostos, mas depois receberão o hálito de vida (Ap 11,3-11). Podemos ler nessas duas magníficas figuras, os apóstolos Pedro e Paulo. Anunciarão o Evangelho, mas também serão perseguidos e mortos. Contudo, permanecem vivos como mestres permanentes do povo de Deus. Paulo e Pedro são duas figuras diferentes como formação. Pedro, humilde pescador. Paulo doutor formado. Ambos zelosos pela fé judaica e convertidos ardentes ao Evangelho de Jesus. Jesus é o sentido de suas vidas. A Igreja, em seus primeiros momentos, viveu situações difíceis às quais deviam dar respostas que não estavam escritas nas “leis” que não existiam ainda. Tiveram que resolver na fé em Jesus e em seu modo de crer. Pedro, mesmo sendo muito aberto às novidades que surgiam, ainda era apegado às tradições. Paulo, mesmo sendo muito fiel, pelo contato com os povos pagãos e depois de ver o efeito da graça do Evangelho entre os pagãos, soube discernir a missão do povo hebreu aberta a todos os povos. Com isso houve, inclusive choques, entre Pedro e Paulo. Mas venceu o bom senso e a abertura ao Espírito Santo. Tivemos assim dois modos de ser cristão: Cristãos que continuavam seguindo a lei judaica, e cristãos que não a seguiam, por serem provenientes do paganismo. Paulo não aceitava que se impusesse a lei judaica aos pagãos. Ele era um judeu fiel, mas vivendo a liberdade em Cristo. 
Uma Igreja de Pedro e Paulo 
A Igreja proveniente do judaísmo não teve longa duração. A Igreja proveniente dos gentios se desenvolveu e chegou até nós. Todos nos baseamos na fé proclamada por Pedro: “Tú és o Messias o Filho de Deus vivo” (Mt 16,16). E temos a mesma fé que Paulo também professou: “Guardei a fé” (2Tm 4,7). Vivemos atualmente na igreja duas tendências. Cada uma se coloca como a única opção. A única opção é a fé em Jesus que é o definidor de nossa posição. Normalmente queremos que todos pensem do mesmo modo, ou pior, que cada um aceite minhas opções pessoais. E, o que é pior, em assuntos tão secundários. Houve muito centralismo pelos séculos afora. O mundo não é mais o mesmo. O Evangelho continua o mesmo, pronto a se implantar em qualquer cultura, como nos ensina o Vaticano II. Pedro e Paulo não eram de fé diferente, mas, fundados na fé em Cristo, souberam implantar o evangelho na herança de Israel e nas nações (prefácio). Por isso os celebramos juntos para mostrar claramente que quem os une é Cristo. A Igreja tem que ter diferenças, fora do que é da fé, para não ficar acorrentada num só modo de pensar, numa só cultura, numa só filosofia, deixando de lado a sabedoria de Deus implantada no mundo pelo seu Espírito.
Aprendendo de Pedro e Paulo 
Que lição nós podemos tirar de tão querida festa, até popular, que mostra o carinho do povo cristão por tão grandes apóstolos. Eles foram fiéis até ao sangue a Cristo. Pedro foi crucificado e Paulo decapitado. Souberam se apoiar em Cristo. Eles têm a certeza de terem o Senhor a seu lado (2Tm 4,17). Foram batalhadores da evangelização não deixando passar o momento de evangelizar. Souberam ouvir o Espírito ao qual sempre acorriam: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...” (At 15.28). Por estarem sempre unidos ao Espírito sabiam o que Ele dizia. O Espírito ilumina todo aquele que sinceramente busca Cristo e o bem dos irmãos. Com Paulo e Pedro, temos responsabilidade sobre a Igreja em sua missão.