Continuamos refletindo o ensinamento de
Papa Francisco sobre a santidade. Sabemos que o assunto não cola muito no
momento em que vivemos, mas é o único que tem a cola que garante para sempre.
Francisco, nosso Papa, dá uma visão ampla que vai além do intimismo. A
santidade é a união a Cristo e sua missão, passando pelo que Ele passou. A missão é um caminho de santidade. Diz
Paulo: “Esta é, na verdade, a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4,3). O Papa diz: “Cada santo é uma missão. É um projeto do Pai que visa refletir e
encarnar, num momento determinado da história, um aspeto do Evangelho” (GE 19). Santidade
e missão se completam. “Esta missão tem o seu sentido
pleno
em Cristo e só se compreende a partir d’Ele. A santidade é viver em
união com Ele os mistérios da sua vida; consiste em associar-se duma maneira
única e pessoal à morte e ressurreição do Senhor, em morrer e ressuscitar
continuamente com Ele”(GE 20). Vivemos a realidade do Mistério
Pascal na proporção da bondade de Deus. Como cada um tem uma missão, tem também
uma participação em algum aspecto da vida de Cristo: A vida oculta, a vida
comunitária, a proximidade aos últimos, a pobreza e outras manifestações da sua
doação por amor. Assim nós O encarnamos. Somos uma continuada encarnação de
Cristo em nossas atitudes. “Tudo o que Cristo viveu, Ele próprio faz com que o possamos viver
n’Ele e Ele vivê-lo em nós” (GE 23).
2089. A Caridade plenamente
vivida
Normalmente temos a
santidade como uma conquista pessoal, sofrida e constante. Santidade é o Cristo
em nós. De nossa parte cabe a correspondência. O Papa afirma: “O desígnio do Pai é Cristo, e nós
n’Ele. Em última análise, é Cristo que ama em nós, porque a santidade “mais não
é do que a caridade plenamente vivida”(GE 21). Papa
Bento XVI comenta: “Por conseguinte, ‘a medida da santidade é dada pela
estatura que Cristo alcança em nós, desde quando, com a força do Espírito
Santo, modelamos toda a nossa vida sobre a Sua’”
(GE 21). A beleza da santidade é a formação de Cristo em nós. Cada vez mais
tornamos visível Cristo. Na perspectiva da presença de Cristo agindo em nós,
somos sua imagem viva. Por isso acrescenta o Papa: “Assim, cada santo é uma
mensagem que do Espírito Santo. Tira da riqueza de Jesus Cristo e dá ao seu
povo”. Vemos como há na santidade o movimento do Espírito que nos une a Cristo,
configura-nos com Ele, e a seguir extrai de nós essa mensagem do Espírito.
Somos parte de um corpo e O manifestamos aos outros. Ser santo não significa
não ter defeito e ter tudo muito certinho na vida. É um constante caminhar. No
caminho da santidade nos deparamos com erros e falhas. Exigimos de uma pessoa
santa a perfeição total e nos esquecemos dos nossos defeitos, como não
pudéssemos ser santos. É justamente a permanente luta que vai demonstrar a
grande santidade.
2090. Deixa-te
transformar
Tudo parece bonito, mas
muito distante de nosso cotidiano. Mas a chamada está ai. Insistente. Não é
preciso ser santo, é preciso procurar a santidade na medida em que a Palavra, o
Espírito e a Igreja nos estimulam e chamam. Quando damos passos, os passos se
repetem e Deus faz a transformação. Nós não vemos, mas o Senhor sabe o que faz
em nós. A vida de um santo é muito humana. Dizem que, quando S. Terezinha
morreu, uma co-irmã disse: “o que vamos dizer dela? Ela não fez nada de
especial!” Especial é o amor que vivemos. Precisamos conceber a totalidade da
vida como uma missão. Quanto mais transformados, mais atuamos na missão, pois
Cristo age em nós.
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